Assim Deus criou os seres humanos.
Ele os criou parecidos com Deus.
Ele os criou homem e mulher.
Ele os criou parecidos com Deus.
Ele os criou homem e mulher.
Gênesis
1.27 (leia 1.1-19) – NTLH
Qual
é a imagem de Deus? Este versículo indica que a imagem de Deus é a sexualidade.
Sendo criados à imagem de Deus, os seres humanos foram criados homem e mulher.
Para entendemos melhor esta colocação, preciso definir o que entendo por
sexualidade. Sexualidade é muito mais do que o simples “transar”; inclui
características femininas e masculinas da personalidade humana, também fora do
ato sexual.
As
características femininas pesam mais para o lado de, igualdade nutrição,
parceria, caridade, inclusão, colaboração, intuição e a aceitação de
sentimentos. Em contraste as características masculinas inclinam para a ordem
hierárquica, lógica, competição, exclusão e medo de sentimentos. Mas, nesta
história do primeiro capítulo de Gênesis, o que se destaca são duas qualidades:
trazer o universo à existência (dar à luz – gerar a vida = feminina) e
organizar o que foi feito (ordenar – manipular = masculino).
Até seis mil anos atrás o conceito da divindade era feminino. Não existiam deuses,
apenas deusas. Misteriosamente a vida brotava da terra e do feminino. A Terra
foi personificada como a deusa-mãe que gerava todos os seres e os recebia de
volta ao seu ventre. O conceito da paternidade chegou muito depois seguido pelo
domínio masculino na estrutura social. O Antigo Testamento reflete a
ascendência masculina, mas este texto do primeiro capítulo conserve o lado
feminino da divindade.
Mas
no segundo capítulo de Gênesis o nome de Deus foi mudado de Elohim (plural)
para Javé (masculino singular), e o lado feminino foi excluído. Nos tempos
primordiais o feminino foi destacado, mas a religião judaica o desprezou,
colocando o feminino como quase sub-humano. O cristianismo continuou a
marginalização da mulher e o islamismo ainda mais. Até hoje em nossa cultura a
mulher é descriminada e as atividades femininas menos valorizadas do que as
masculinas.
Para
a maioria da nossa cultura Deus é Ele, não Ela. Para compensar esta
discriminação os católicos têm a sabedoria de cultuar a feminidade de Deus na
pessoa de Maria e acham que a Mãe de Deus é mais acessiva do que “aquele velho
lá em cima no trono”. Os protestantes são órfãos de mãe.
Sendo
que a primeira experiência de todos nós foi o corpo feminino: gestação no
útero, amamentação no peito e abraços carinhosos, o feminino é muito mais
íntimo do que o masculino. O nosso preconceito coloca uma barreira, impedindo o
uso do termo “Deusa”. Porque a divindade não poderia ser Deusa e Deus ao mesmo
tempo? O nome “Elohim” deixa esta porta aberta.
Qualquer
tentativa de dogmatizar o divino erra ao reduzi-lo para caber dentro dos
limites da nossa compreensão. Sem tentar fazer definições do divino eu posso
experimentá-lo como Deusa/Deus ou Mãe/Pai. Deusa Mãe é tão válido como Deus Pai
na experiência religiosa. Qualquer dogma não passa de idolatria. O divino é
além de qualquer definição. A nossa primeira experiência da vida é a mãe. O pai
vem depois.
GÊNESIS
1:26-27 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)
Aí ele disse:
— Agora vamos fazer os seres humanos, que serão como nós,
que se parecerão conosco. Eles terão poder sobre os peixes, sobre as aves,
sobre os animais domésticos e selvagens e sobre os animais que se arrastam pelo
chão.
Assim Deus criou os
seres humanos; ele os criou parecidos com Deus. Ele os criou homem e mulher.