Essas
coisas vão acontecer antes
de morrerem
todos os que agora estão vivos.
todos os que agora estão vivos.
Marcos
13.30 (leia 13.24-37) – NTLH
Jesus
descreve uma série de eventos catastróficos e depois declara:
“Essas
coisas vão acontecer antes de morrerem todos os que agora estão
vivos.”
Mas, nada disto aconteceu e, apesar desta declaração do Mestre,
muitos intérpretes bíblicos jogam estes acontecimentos ainda mais
para o futuro. Será que Jesus errou? Ou será que não sabemos
interpretá-lo?
Um
dos problemas do homem/mulher moderno/a é saber ler e apreciar os
textos da antigüidade. Temos a mentalidade logos.
O logos
é
o pensamento racional, pragmático e cientifico. Precisa de fatos e
realidades externas para ser eficaz. É prático e leva à leitura
literal dos textos. A interpretação logos
aguarda
o cumprimento histórico das profecias, mas espera em vão.
Os
antigos, inclusive Jesus, pensavam e se expressavam de outra maneira.
Os estudiosos dão o nome de mythos
à
mentalidade pré científica. O mythos
é
a percepção simbólica da realidade. Jesus, grande contador de
histórias, realizava seus ensinamentos por meio de metáforas e
parábolas. A mensagem não está no evento em si, mas no que ele
representa.
Os
equivocados são os modernos “estudiosos”
da
bíblia que pegam as profecias antigas e buscam o seu cumprimento na
história. Assim, cada geração precisa procurar um novo conjunto de
“fatos” para serem atribuídos às profecias porque os da geração
anterior não se concretizaram. Gera uma série interminável de
frustrações e decepções. Por exemplo, durante meus 75 anos de
cristão professo já vi uma séria de anticristos apontados, cada um
com centenas de provas, como aquele do Apocalipse. Nenhum deu certo.
Jesus
estava falando não de fatos históricos, mas de verdades eternas e
universais. O texto fala da profundidade da experiência humana: do
sofrimento e desespero, da esperança e redenção. Vem os dias em
que o sol se apaga e a vida perde seu brilho. Parece que o céu está
caindo sobre a nossa cabeça e seremos esmagados. Mas o “Filho do
Homem” chega até nós e descobrimos que estamos cercados de
“anjos” que nos unem com outros que estão, também, sendo
socorridos por Deus.
Esta
leitura, mythos,
é muito mais confortante e rica do que o logos
que
busca fatos frios para uma satisfação intelectual. O mythos
curte
o mistério do “quando”
e
do “como”.
Não
precisa de explicações. Abre as portas para o culto, a arte, a
música e a poesia.
Uma
análise logos
da
nossa realidade não traz esperança. O mundo está caminhando para o
abismo. A nossa cultura ocidental está se desfazendo. O crescimento
da violência, a impotência dos poderes públicos para conter o
colapso da ordem e o estabelecimento do governo paralelo do crime nos
assustam. O vácuo espiritual está sendo preenchido com drogas e
consumismo. Precisamos da realidade do mythos
para
poder enfrentar a realidade do logos.
Atrás dos acontecimentos concretos que podemos examinar com a lógica
há uma outra realidade
que
fala à nossa intuição e que nos dá sentido e força para
continuarmos.
MARCOS 13:24-37 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)
Jesus
disse:
— Depois
daqueles dias de sofrimento, o sol ficará escuro, e a lua não
brilhará mais.
As
estrelas cairão do céu, e os poderes do espaço serão abalados.
Então
o Filho do Homem aparecerá descendo nas nuvens, com grande poder e
glória.
Ele
mandará os anjos aos quatro cantos da terra e reunirá os escolhidos
de Deus de um lado do mundo até o outro.
Jesus
disse ainda:
— Aprendam
a lição que a figueira ensina. Quando os seus ramos ficam verdes, e
as folhas começam a brotar, vocês sabem que está chegando o verão.
Assim
também, quando virem acontecer essas coisas, fiquem sabendo que o
tempo está perto, pronto para começar.
Eu
afirmo a vocês que isto é verdade: essas coisas vão acontecer
antes de morrerem todos os que agora estão vivos.
O
céu e a terra desaparecerão, mas as minhas palavras ficarão para
sempre.
E
Jesus terminou, dizendo:
---
Mas ninguém sabe nem o dia nem a hora em que tudo isso vai
acontecer, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai.
Vigiem
e fiquem alertas, pois vocês não sabem quando chegará a hora.
Será
como um homem que sai de casa e viaja para longe; mas, antes de ir,
dá ordens, distribui o trabalho entre os empregados e manda o
porteiro ficar de vigia.
Então
vigiem, pois vocês não sabem quando o dono da casa vai voltar; se
será à tarde, ou à meia-noite, ou de madrugada, ou de manhã. 36 Se
ele chegar de repente, que não encontre vocês dormindo!
O
que eu lhes digo digo a todos: fiquem vigiando!
Nenhum comentário:
Postar um comentário