A terra era um vazio,
sem nenhum ser vivente,
e estava coberta por um mar profundo.
A escuridão cobria o mar,
e o Espírito de Deus se movia
por cima da água.
sem nenhum ser vivente,
e estava coberta por um mar profundo.
A escuridão cobria o mar,
e o Espírito de Deus se movia
por cima da água.
Gênesis
1.2 (leia 1.1-5) – NTLH
Esta
passagem não pretende ser um relato histórico que explica como a criação foi
feita. Os fatos históricos e científicos estão fora do nosso alcance. A ciência
apresenta apenas hipóteses que são exercícios intelectuais que apresentam
possíveis explicações do processo da evolução da natureza. Podem estimular o
pensamento e satisfazer a curiosidade. A finalidade das escrituras é inspirar,
não explicar. Erramos em usar as escrituras antigas para explicar como o mundo
chegou a ser do jeito que o conhecemos hoje. Tal exercício cai no ridículo.
A
leitura “mythos” das escrituras vai além das palavras das narrações e busca os
princípios básicos da vida. Esta passagem nos traz uma mensagem de esperança
diante do caos que ameaça alterar fatalmente o sistema ecológico que sustenta a
vida humana.
A
mensagem desta história da criação é esperança: do caos nascem novas ordens. No
primeiro momento da criação do céu e da terra o mar cobria a terra e a
escuridão cobria o mar. Era impossível a existência de vida. No lugar e no
momento em que faltavam todas as condições visíveis, movia o Espírito de Deus
por cima das águas escuras. A esperança estava no “mover do Espírito”. As
condições de antivida não eram absolutas. O lugar inóspito foi vencido pelo
Espírito. Desde o primeiro instante, o movimento do divino era superar os
obstáculos, aparentemente insuperáveis, para abrir caminho para a vida. Segue o
processo alegórico da criação de vida.
A ordem:
“Que haja luz!” começou desfazer o caos e abrir caminho para a vida. A luz não
eliminou a escuridão. Ambas são necessárias para a vida. Deus conservou a
escuridão, também como elemento de sustento à vida. O equilíbrio entre dia e
noite é fundamental na ordem da terra. A vida toda é uma sucessão de passagens
da noite e as chegadas da manhã.
O
sofrimento e a angústia da noite preparam o caminho para a celebração de um
novo dia. As dores de parto são necessárias para a alegria do nascimento dum
nenê. Nos Evangelhos a morte de Jesus na cruz possibilitou a ressurreição que
deixou o túmulo vazio. O “mover do Espírito” pode transformar os nossos
“calvários” em vales verdejantes, nossas cruzes em árvores frutíferas, nossas
derrotas em vitória e o nosso choro em riso. A morte possibilita a vida.
A
escuridão do caos político, social e econômico na atualidade nos assusta. O
ódio e violência religiosos parecem não ter limites. O abismo entre os ricos e
pobres se distancia cada vez mais. A proliferação de armas de destruição em
massa ameaça a vida de todos os seres vivos. O consumo e tráfico desenfreado de
drogas aproveitam o vazio espiritual da globalização para destruir milhões de
vidas e corromper governos. A destruição de recursos naturais, a poluição de
água, ar e solo estão desequilibrando o sistema ecológico e acelerando a
extinção de espécies de flor e fauna. As condições de vida são cada vez mais
precárias.
Apesar
da inoperância e a alienação das igrejas diante desta situação queremos crer
que o Espírito Divino está se movendo por cima destas águas escuras. Podemos
esperar outro milagre? Poderemos ser transformados em luze para reverter o
processo da morte e retomar o caminho da vida? Eis a nossa esperança.
GÊNESIS
1.1-5 – NOVA TRADUÇÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)
A
CRIAÇÃO DO UNIVERSO E DA RAÇA HUMANA
No começo Deus criou os céus e a terra. A terra era um
vazio, sem nenhum ser vivente, e estava coberta por um mar profundo. A
escuridão cobria o mar, e o Espírito de Deus se movia por cima da água.
Então Deus disse:
— Que haja luz!
E a luz começou a existir. Deus viu que a luz era boa e a
separou da escuridão. Deus pôs na luz o nome de “dia” e na escuridão pôs o nome
de “noite”. A noite passou, e veio a manhã. Esse foi o primeiro dia.
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