domingo, 15 de novembro de 2015

COMO ÁRVORES

Essas pessoas são como árvores
que crescem na beira de um riacho;
elas dão frutas no tempo certo,
e as suas folhas não murcham.
Salmo 1.3a (leia 1.1-6) NTLH

Sem o exemplo das árvores, a virtude se limitaria à piedade pessoal. O ideal seria ter bons companheiros, evitar o mal e meditar na lei. A religiosidade consistiria em se manter puro, conviver bem com os irmãos e as irmãs e ler a Bíblia. Para ser bom membro de igreja bastaria ser assíduo nos cultos, firme na doutrina e trazer os dízimos.

Mas o exemplo das árvores muda este conceito. Elas podem nos ensinar belas lições enriquecendo nossa vida. Na natureza, as árvores de uma espécie não se ajuntam em áreas de exclusividade. Há sempre uma biodiversidade arbórea, cada uma conservando sua natureza e contribuindo para o bem das demais. Os ipês, não se organizando em pomares, se espalham entre as demais, embelezando a floresta inteira. Ao contrário, os seres humanos tendem formar agrupamentos homogêneos: clãs, religiões, igrejas, sinagogas, mesquitas, clubes, sociedades, associações, etc. para benefício mútuo. A natureza humana resiste a heterogeneidade, achando-a ameaçadora. Um dos segredos da árvore é a sua habilidade de utilizar a diversidade.

Este salmo cita outros segredos: raízes, folhas e frutos.

As raízes ligam a árvore com a fonte de nutrição. Elas buscam água e alimentação nas profundezas do solo, e, ao mesmo tempo, dão firmeza contra os ventos tempestuosos. Quanto mais fundo as raízes, quanto mais apoio. As pessoas, também, precisam de “raízes” para se firmarem na vida. O salmista descreve a fonte da nossa sustentação como a “lei do Senhor”. Esta lei é muito mais do que algumas palavras gravadas em pedra ou papel. Inclui tudo que Deus escreve na natureza e na história. O salmo cita as lições que as árvores nos ensinam. Se prestarmos atenção podemos ver a lei de Deus escrita em toda a criação. Ter raízes é ter sensibilidade de ler, aprender e meditar em tudo que se passa ao nosso redor.

A árvore é fincada na terra mas voltada para o sol. Se as raízes a unem com a terra, as folhas a ligam com os céus. As folhas captam a energia da luz para converter os nutrientes, que as raízes trazem, em matéria orgânica que faz parte dos organismos vivos. A luz do sol é tão essencial quanto a água do solo para sua vida e crescimento. O sol para a árvore é igual a meditação e oração (escutar o Divino) para o ser humano. Não somos apenas pó. Não vivemos só do pão. Somos espírito (consciência) e nos alimentamos de amor, beleza e esperança. Sem este “pão”, o pão do céu, perdemos a nossa humanidade e nos tornamos monstros.

O fruto é o resultado da ação conjunta das raízes e das folhas. Produzem fruto que contém a semente de vidas novas.

A ausência de raízes e folhas resulta em palha que o vento espalha. Estamos presenciando os efeitos da humanidade sem raízes e folhas. A nossa cultura materialista está transformando pessoas em “palha”, soprando-as pelos ventos da ganância, do ódio e do preconceito.

Não é por acaso, que a árvore se tornou o símbolo de vida! Os resultados do desmatamento estão revelando como o mundo precisa de árvores. O salmo 1º fala da importância dos seres humanos se tornarem como árvores e produzirem fruto para plantar vida. O mundo precisa de árvores humanas.

SALMOS 1:1-6 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)
Felizes são aqueles
que não se deixam levar
    pelos conselhos dos maus,
que não seguem o exemplo
    dos que não querem saber de Deus
e que não se juntam com os que zombam
    de tudo o que é sagrado!
Pelo contrário, o prazer deles
    está na lei do Senhor,
e nessa lei eles meditam dia e noite.
Essas pessoas são como árvores
    que crescem na beira de um riacho;
elas dão frutas no tempo certo,
e as suas folhas não murcham.
Assim também tudo o que
    essas pessoas fazem dá certo.
O mesmo não acontece com os maus;
eles são como a palha
    que o vento leva.
No Dia do Juízo eles serão condenados
e ficarão separados
    dos que obedecem a Deus.
Pois o Senhor dirige e abençoa
    a vida daqueles que lhe obedecem,
porém o fim dos maus

    são a desgraça e a morte.

Nenhum comentário: