domingo, 7 de maio de 2017

O GRANDE "NÃO!"

(Jesus) foi levado pelo Espírito ao deserto.
Ali ele foi tentado pelo Diabo
durante quarenta dias.
Lucas 4.1-2a (leia 4.1-13) – NTLH

Antes de começar seu ministério, Jesus passou 40 dias e noites no deserto em meditação. Na Bíblia o número quarenta é usado para simbolizar “período de preparo” e o deserto simboliza “lugar de encontro.” O Antigo Testamento emprega muito estes dois símbolos na sua narrativa.

O preparo sério é necessário para qualquer empreendimento. Todas as grandes personagens na história das religiões passaram por grandes períodos de preparação: Abraão e Moisés em nossa tradição, Buda no budismo e Maomé no islã. Jesus se preparou durante muitos anos e o último estágio foram os quarenta dias e noites no deserto em oração.

Nesta “reta final”, Jesus lidou com três tentações para desviá-lo do caminho. Todas tinham algo em comum.

A primeira tentação foi uma pedra, parecida com pão. Por quê não suavizar o jejum com um pedacinho de pão? Ninguém ia saber! A primeira tentação era suave: colocar o conforto acima da disciplina da missão. Seria atender primeiro um desejo físico, e depois, o espiritual. Seria abrir caminho para sujeitar o espiritual ao material.

Nossa cultura materialista é o exemplo extremo desta inversão. O econômico tem precedência sobre o social. O lucro está acima do bem social. Traficantes matam, corruptos roubam, empresas demitem, igrejas capitalizam e nações fazem guerra – tudo por causa do valor do material. Mas Jesus disse “Não, o outro pão é o mais importante”.

A segunda tenteção foi um monte. Ao ser levado ao lugar mais alto, Jesus viu todos os reinos e foi oferecido poder e riqueza. Estaria em condições de impor a salvação. Mas Jesus viu que a imposição é satânica, é um deus falso. Salvação não pode ser imposta. O Reino de Deus não é regime de ordem imposta. É uma família, sendo Deus o Papai (com traços de mamãe) e os habitantes da terra seus filhos e filhas numa grande irmandade. É perigoso ser elevado até lugares altos na vida. Dá a ilusão que o poder permite impor soluções. Jesus disse outro: “Não”.

A terceira tentação foi a torre do templo. Jesus pulando da torre e não se machucando poderia demonstrar seus poderes sobrenaturais e ganhar a admiração da multidão. Seria fácil levá-la à salvação. Jesus não se enganou. Usar Deus para manipular os outros não faz parte do Reino. Ele veio para mostrar o caminho do amor e não fazer espetáculos! Deus não precisa de auto afirmação para ganhar admiração e simpatia. Jesus outra vez disse: “Não”.

A pedra, o monte e a torre tinham algo em comum. Foram tentações para fazer Jesus evitar a cruz. São tentações perenes, que se colocam no caminho de todos. No nosso deserto podemos, também, dizer o nosso: “NÃO”.

LUCAS 4:1-13 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)



Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do rio Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto. Ali ele foi tentado pelo Diabo durante quarenta dias. Nesse tempo todo ele não comeu nada e depois sentiu fome. Então o Diabo lhe disse:
Se você é o Filho de Deus, mande que esta pedra vire pão.
Jesus respondeu:
As Escrituras Sagradas afirmam que o ser humano não vive só de pão.
Aí o Diabo levou Jesus para o alto, mostrou-lhe num instante todos os reinos do mundo e disse:
Eu lhe darei todo este poder e toda esta riqueza, pois tudo isto me foi dado, e posso dar a quem eu quiser. Isto tudo será seu se você se ajoelhar diante de mim e me adorar.
Jesus respondeu:
As Escrituras Sagradas afirmam:
Adore o Senhor, seu Deus, e sirva somente a ele.”
Depois o Diabo o levou a Jerusalém e o colocou na parte mais alta do Templo e disse:
Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui, pois as Escrituras Sagradas afirmam:
Deus mandará que os seus anjos
cuidem de você.
Eles vão segurá-lo com as suas mãos,
para que nem mesmo os seus pés
sejam feridos nas pedras.”
Então Jesus respondeu:
As Escrituras Sagradas afirmam: “Não ponha à prova o Senhor, seu Deus.”
Quando o Diabo acabou de tentar Jesus de todas as maneiras, foi embora por algum tempo.



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