Tu dizes aos seres humanos
que voltem a ser o que eram antes;
tu fazes com que novamente virem pó.
Tu acabas com a vida das pessoas;
elas não duram mais do que um sonho.
São como a erva que brota de manhã,
que cresce e abre em flor
e de tarde seca e morre.
que voltem a ser o que eram antes;
tu fazes com que novamente virem pó.
Tu acabas com a vida das pessoas;
elas não duram mais do que um sonho.
São como a erva que brota de manhã,
que cresce e abre em flor
e de tarde seca e morre.
Salmo
90.3,5-6 (leia Salmo 90.1-6) NTLH
Sou
velho, já vivi mais de 85 anos. Sinto que tudo tende chegar ao fim! Nada é
eterno!... Mas, estou feliz! Confio que Quem criou o pó, do pó me fez gente.
Ser pó feito pelo Criador é privilégio! Não pedi para ser gente. Aconteceu!
Curto este estado e não sei quanto tempo ainda vai durar. Sei que voltarei a
ser pó, parte da criação! Enquanto isto não acontecer, tenho a felicidade de
cultivar a sabedoria.
O
princípio da sabedoria é saber que não se sabe… Já fui “dono da verdade”, mas
os anos me ensinaram que não era bem assim. No meu primeiro ano escolar eu
achava que quem se formava na faculdade tinha conhecimento de tudo. Quando me
formei, percebi que ainda estava no início da aprendizagem. Na minha
ignorância, achei que aquilo que já “sabia” era absoluto! Eu achava que meu
“sistema de crenças” era o mais correto e que explicava tudo. Era a minha
defesa diante do grande mistério da vida. Eu queria me sentir salvo e seguro.
Precisava de um “escudo” para me proteger do erro. No início, eu não percebia
que esta barreira estava, também, me protegendo da verdade. O escudo era pesado
demais e deixei-o abaixar.
Sempre
fui curioso, queria ver adiante da curva na estrada, indo além dos
horizontes!... A estrada me conduzia a outras estradas e o horizonte não era
alcançável. Descobri que não existem respostas definitivas, nem nas “ciências
exatas”. Não é possível enxergar o fim do universo ou chegar ao centro de um
átomo, muito menos comprovar uma filosofia ou a existência de Deus! Tudo é
mistério. Quem diz saber tudo se engana...
A
sabedoria convive com o mistério. Para eu ter prazer de comer pão com manteiga,
não preciso saber como uma vaca preta pode comer grama verde e produzir leite
branco do qual se faz manteiga amarela. Usamos aparelhos domésticos e
eletrônicos sem entendermos a tecnologia atrás deles. A natureza é
infinitamente mais complexa e desconhecemos as forças operantes nela. A
sabedoria procura viver em harmonia com suas forças, sabendo que elas são
manifestações do grande mistério que chamamos de “Deus”.
O
sábio reverencia o mistério e respeita a natureza como parte dele. Nos Salmos
encontramos esta espiritualidade, fazem afirmações de confiança e muitas
perguntas, mas não tentam dar explicações.
Quando
vejo um lindo por do sol fico encantado com a beleza nos momentos que ele se
aproxima do horizonte e desaparece. Cada dia seu jogo de cores é diferente.
Lindo!… Penso: “Lá vou eu, oxalá meu crepúsculo seja assim tão belo.” É o
momento em que penso nas palavras no início do Salmo 90: “Senhor, tu tens sido
o nosso refúgio... tu és Deus eternamente, sem começo nem fim.”. Sendo
alimentado de manhã com o amor divino, sinto que estou nas mãos do grande
mistério que me criou e me sustentou até agora. O ocaso da vida terrena é tão
belo quanto seu início e estarei sempre nas mãos do Eterno, sem começo nem fim.
SALMOS 90:1-6 – NOVA TRADUҪÃO NA
LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)
Senhor,
tu sempre tens sido o nosso refúgio.
Antes
de formares os montes
e de
começares a criar a terra
e o Universo,
tu
és Deus eternamente, no passado,
no presente e no futuro.
Tu
dizes aos seres humanos
que
voltem a ser o que eram antes;
tu
fazes com que novamente virem pó.
Diante
de ti, mil anos
são como um dia,
como
o dia de ontem, que já passou;
são
como uma hora noturna
que passa depressa.
Tu
acabas com a vida das pessoas;
elas
não duram mais do que um sonho.
São
como a erva que brota de manhã,
que
cresce e abre em flor
e de
tarde seca e morre.
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