Ó Deus, ensina o rei a
julgar
de acordo com a tua justiça!
de acordo com a tua justiça!
Salmo 72.1 (leia 72.1-6)
– NTLH
Se
não fosse a figura do rei, esta oração poderia ser escrita hoje. Os reis foram
eliminados, mas a injustiça, a desonestidade, a exploração do povo (e do meio
ambiente), e a pobreza são mais enraizadas do que nunca. No lugar do rei a
oração atual colocaria todos que possuem qualquer poder político e econômico.
A
monarquia morreu há muito tempo. A democracia é a nossa meta. O responsável não
é mais aquele(a) que tem o poder absoluto, mas atinge todos. Em nosso sistema
democrático, o governo reflete quem somos nós, nosso nível moral e ético. Nós
escolhemos os governantes. Sendo eleitores, não podemos fugir da participação
política com a desculpa que ela é “coisa deste mundo”. Desde que somos feitos
do pó da terra e colocados como cidadãos, fugir da nossa responsabilidade
social seria omissão. Omissão em fazer o bem é um pecado tão grave quanto a
prática ativa do mal. Enfim, o “rei” somos nós.
Esta
oração coloca a justiça social, econômica e ambiental como preocupações
divinas. Praticar a justiça é ato de fé tanto quanto assistir cultos, orar e
ler a Bíblia.
Este
salmo aponta as prioridades divinas. Seria muito mais fácil se a nossa forma de
culto ou sistema de crenças fossem as coisas mais importantes aos olhos de
Deus. Assim sendo, o valor supremo seria a salvação da nossa alma e o nosso
preparo para a vida eterna. O salmo ignora estas questões religiosas que ficam
sob o nosso controle.
Parece
que Deus não é muito espiritual... Parece muito socialista e materialista.
Parece discurso da esquerda: falar de justiça social e da direita: falar em
prosperidade material!...
As
primeiras palavras de Gênesis relatam a prioridade de Deus: a criação. O foco
principal da narrativa foi a Terra e a colocação do ser humano nela para ser
“os mordomos”. Mas os seus primeiros mordomos se confundiram. Trocaram o
“cuidar da Terra” pelo “tirar proveito da situação”. O consumismo (comer o
fruto que não era deles) usurpou o cuidar do jardim. A inversão de valores os
levou a perder seu paraíso.
A
característica da nossa sociedade é a continuação de colocar o “aproveitar”
acima do “cuidar”. A injustiça e a pobreza ocorrem quando os mais fortes se
“aproveitam” dos mais fracos em vez de zelar pelo bem estar geral. O abismo
entre os ricos e os pobres continua a aumentar. Chegamos a ponto de ameaçar o
nosso Jardim, Terra! A Terra é o nosso único lar. A devastação da Terra
significa a extinção da espécie humana.
Somos
uma sociedade suicida a não ser que consigamos nos enquadrar na espiritualidade
do Salmo 72. A eternidade inclui o presente momento e a vida eterna começa com
a vida terrestre. O céu começa na Terra. Se não cuidamos das coisas da Terra, o
céu será nos negado.
A
honestidade e a justiça são comparadas com as águas da chuva. A prosperidade e
a paz dependem delas para brotar e dar seu fruto. Somos “os reis e as rainhas”
chamados para o exercício da nossa prática e influência a favor da honestidade
e justiça. Esta é a única espiritualidade capaz de evitar a tragédia global e
salvar o nosso “jardim”.
O
evangelho deve ser a encarnação das boas notícias da salvação. Esta salvação
começa conosco na nossa convivência de paz e justiça.
SALMOS
72:1-6 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)
Ó
Deus, ensina o rei a julgar
de acordo com a tua justiça!
Dá-lhe
a tua justiça
para
que governe o teu povo
com honestidade
e
trate com justiça os explorados.
Que
haja prosperidade no país,
pois
o povo faz o que é direito!
Que
o rei julgue os pobres
honestamente!
Que
ele ajude os necessitados
e
derrote os que exploram o povo!
Que
o rei viva enquanto o sol durar
e a lua existir,
por
gerações sem fim!
Que
o rei seja como a chuva
que cai sobre os campos,
como
os aguaceiros que regam a terra!
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