domingo, 16 de julho de 2017

COMEÇANDO POR BAIXO

Quem se engrandece será humilhado,
mas quem se humilha será engrandecido.
Lucas 14.11 (leia 14.7-14) – NTLH

Ser promovido é melhor do que se promover. O sonho de muitos é ter fama, não importa como. Ser reconhecido é muito agradável. Na cultura consumista o apelo é ser reconhecido pela grife das roupas que a pessoa usa. Chique é usar tal marca, disto ou daquilo!... Nos meios mais alienados a pichação é um meio de ganhar reconhecimento entre amigos. Cada pichador tem sua “assinatura” para identificar sua “arte”. Quem tem mais fama é aquele que consegue colocar a sua marca no lugar de acesso mais difícil. Arriscam a vida para ganhar este momento de glória. O programa Big Brother Brasil capitaliza este desejo no recrutamento de jovens dispostos a se submeterem a um período de futilidade para ganhar seu momento de fama e “uma boa grana”. A futilidade de status está presente em todas as camadas da sociedade.

As instituições religiosas e filantrópicas são altruístas por natureza, com finalidade de serviço à humanidade. Seus estatutos promovem a ética elevada e o bem social. Muitas vezes a natureza humana coloca em cheque este ideal. Uma das ironias em relação a elas é que estas mesmas instituições se tornam campos férteis para a autopromoção. Pessoas neuróticas têm a oportunidade de se impor e estabelecer uma estrutura patológica de poder e manipulação. Muitas igrejas (especialmente evangélicas) têm seus “donos” e movimentos de suas “estrelas”. Dominam e não cedem sua posição de autoridade ou ascendência para os outros. Os cargos hierárquicos são disputados criando conflitos e rivalidades, não pelo anseio de servir, mas pelo desejo de mandar. Não foram poucas as vezes que eu como pastor, tive que administrar “estas jogadas” em igrejas locais e observar as lutas pelo poder em concílios regionais.

Jesus observava este jogo na ocasião da chegada dos convidados ao banquete. Cada qual procurava ocupar os lugares de honra. Jesus chamou a atenção para o que estava acontecendo. Ele questionou a autopromoção, especialmente quando feita sem visar o bem estar geral. A verdadeira promoção é dada pelos outros em reconhecimento de méritos. O desejo e o esforço de contribuir para que o mundo melhore é bem diferente do que a luta para apenas “subir na vida”.

Graças à inversão dos valores de Jesus no mundo atual, os ricos se enriquecem cada vez mais e os pobres ficam cada vez mais miseráveis. Há recursos suficientes para todos, mas a natureza humana visa o futuro a curto prazo e em termos individualistas. Procurarmos os primeiros lugares e fazermos somente o que dá retorno está tendo um alto preço!

LUCAS 14:7-14 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)



Certa vez Jesus estava reparando como os convidados escolhiam os melhores lugares à mesa. Então fez esta comparação:
Quando alguém convidá-lo para uma festa de casamento, não sente no melhor lugar. Porque pode ser que alguém mais importante tenha sido convidado. Então quem convidou você e o outro poderá dizer a você: “Dê esse lugar para este aqui.” Aí você ficará envergonhado e terá de sentar-se no último lugar. Pelo contrário, quando você for convidado, sente-se no último lugar. Assim quem o convidou vai dizer a você: “Meu amigo, venha sentar-se aqui num lugar melhor.” E isso será uma grande honra para você diante de todos os convidados. Porque quem se engrandece será humilhado, mas quem se humilha será engrandecido.
Depois Jesus disse ao homem que o havia convidado:
Quando você der um almoço ou um jantar, não convide os seus amigos, nem os seus irmãos, nem os seus parentes, nem os seus vizinhos ricos. Porque certamente eles também o convidarão e assim pagarão a gentileza que você fez. Mas, quando você der uma festa, convide os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos e você será abençoado. Pois eles não poderão pagar o que você fez, mas Deus lhe pagará no dia em que as pessoas que fazem o bem ressuscitarem.



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