domingo, 14 de fevereiro de 2016

MÃE SABEDORIA E DONA LOUCURA

Escutem! A Sabedoria está gritando
nas ruas e nas praças.
Provérbios 1.20
A falta de juízo é como uma mulher espalhafatosa, tola e sem-vergonha.
Provérbios 9.13
(leia Provérbios 1.20-25: 9.13-18 – NTLH)

A Sabedoria, no Livro de Provérbios, tem um tratamento especial, como se fosse uma mulher. Algumas traduções lançam mão da palavra grega para “sabedoria” e sua tradução é “Sofia”. Em Provérbios ela fala por si:

Fui criada antes do princípio do mundo (8.22-23) e acompanhei a formação dos oceanos, montanhas, o céu, nuvens e horizontes (8.24-29). Eu, como arquiteto, estava ao lado de Deus e era a sua fonte diária de alegria, sempre feliz na sua presença - feliz com o mundo e contente com a raça humana (8.30-31).

A Mãe Sabedoria se apresenta não como deusa, mas como a presença feminina na criação. Deus era pai e ela mãe, face feminina do Criador. Era construtora. Nada foi feito sem a sua presença. Os seus conselhos constroem vidas, famílias, tribos e sociedades sólidas e felizes. Quem os segue se torna fonte de vida e bênção, fortalecendo e continuando a obra do Criador. Quem os despreze caminha para a destruição, levando outros junto consigo.

Mas a Mãe Sabedoria tem rival, Dona Loucura, atraente, com uma voz sedutora... Seu discurso é contrário ao da Mãe Sabedoria. "A água roubada é mais gostosa; o pão furtado é mais saboroso” diz Dona Loucura e se justifica com seus argumentos! Fala que vivemos em um mundo cruel e não sabemos do dia de amanhã. A existência é uma luta pela sobrevivência, cada um por si. Os mais espertos levam o bolo e os bobos ficam com as sobras. Felicidade é adquirir seu pedaço custe o que custar e deixar os outros se virarem.

Dona Loucura está pondo em perigo a casa que a Mãe Sabedoria construiu. Ela não mais se senta à porta da sua casa para gritar aos que passam. Anda pelas ruas, poluindo o visual com cartazes e painéis incentivando o consumismo e entra nos lares e fala com entusiasmo através dos aparelhos de televisão e das páginas de revistas e jornais. Sua mensagem valoriza a beleza física e a ostentação de grifes. Diz que a felicidade consiste em ser bacana e ter prestígio e riqueza. Os fatores éticos e morais são ignorados quando convêm. Ter tem mais valor do que ser. Ela é onipresente em nossa cultura.

A compulsão de possuir poder e coisas leva a exploração do próximo e de toda a criação. Os seguidores da filosofia de Dona Loucura estão esgotando os recursos humanos e naturais, poluindo o solo, o ar e a água. As florestas estão desaparecendo da terra e os peixes sumindo do mar. A casa, nossa casa, que Mãe Sabedoria construiu, está sendo demolida diante dos nossos olhos.

A voz da Sabedoria precisa sair dos templos e ir para as ruas e praças! Precisa ir a todos os lugares, onde o povo se reúne, e gritar bem alto, denunciando a loucura do nosso materialismo e egoísmo que está levando o mundo à destruição. A Sabedoria não tem voz, senão a nossa voz. Podemos ter o luxo de calar?

PROVÉRBIOS 1.20-25 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)

Escutem! A Sabedoria está gritando nas ruas e nas praças. Nos portões das cidades e em todos os lugares onde o povo se reúne, ela está gritando alto, assim:
— Gente louca! Até quando vocês continuarão nesta loucura? Até quando terão prazer em zombar da sabedoria? Será que nunca aprenderão? Escutem quando eu os corrijo. Eu darei bons conselhos e repartirei a minha sabedoria com vocês. Eu chamei e convidei, mas vocês não me ouviram e não me deram atenção. Vocês rejeitaram todos os meus conselhos e não quiseram que eu os corrigisse.

PROVÉRBIOS 9.13-18 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)


A falta de juízo é como uma mulher espalhafatosa, tola e sem-vergonha. Ela senta-se à porta da sua casa ou num banco no lugar mais alto da cidade e grita aos que passam preocupados com os seus negócios: “Entre, gente tola!” E diz às pessoas que não têm juízo: “A água roubada é mais gostosa; o pão furtado é mais saboroso.” Mas os convidados dela não sabem que aqueles que vão à sua casa morrem e que os que entraram já estão nas profundezas do mundo dos mortos.

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