domingo, 23 de abril de 2017

A VERDADE VIA MITO

Essas coisas vão acontecer antes de morrerem
todos os que agora estão vivos.
Marcos 13.30 (leia 13.24-37) – NTLH

Jesus descreve uma série de eventos catastróficos e depois declara: “Essas coisas vão acontecer antes de morrerem todos os que agora estão vivos.” Mas, nada disto aconteceu e, apesar desta declaração do Mestre, muitos intérpretes bíblicos jogam estes acontecimentos ainda mais para o futuro. Será que Jesus errou? Ou será que não sabemos interpretá-lo?

Um dos problemas do homem/mulher moderno/a é saber ler e apreciar os textos da antigüidade. Temos a mentalidade logos. O logos é o pensamento racional, pragmático e cientifico. Precisa de fatos e realidades externas para ser eficaz. É prático e leva à leitura literal dos textos. A interpretação logos aguarda o cumprimento histórico das profecias, mas espera em vão.

Os antigos, inclusive Jesus, pensavam e se expressavam de outra maneira. Os estudiosos dão o nome de mythos à mentalidade pré científica. O mythos é a percepção simbólica da realidade. Jesus, grande contador de histórias, realizava seus ensinamentos por meio de metáforas e parábolas. A mensagem não está no evento em si, mas no que ele representa.

Os equivocados são os modernos “estudiosos” da bíblia que pegam as profecias antigas e buscam o seu cumprimento na história. Assim, cada geração precisa procurar um novo conjunto de “fatos” para serem atribuídos às profecias porque os da geração anterior não se concretizaram. Gera uma série interminável de frustrações e decepções. Por exemplo, durante meus 75 anos de cristão professo já vi uma séria de anticristos apontados, cada um com centenas de provas, como aquele do Apocalipse. Nenhum deu certo.

Jesus estava falando não de fatos históricos, mas de verdades eternas e universais. O texto fala da profundidade da experiência humana: do sofrimento e desespero, da esperança e redenção. Vem os dias em que o sol se apaga e a vida perde seu brilho. Parece que o céu está caindo sobre a nossa cabeça e seremos esmagados. Mas o “Filho do Homem” chega até nós e descobrimos que estamos cercados de “anjos” que nos unem com outros que estão, também, sendo socorridos por Deus.

Esta leitura, mythos, é muito mais confortante e rica do que o logos que busca fatos frios para uma satisfação intelectual. O mythos curte o mistério do “quandoe do “como”. Não precisa de explicações. Abre as portas para o culto, a arte, a música e a poesia.

Uma análise logos da nossa realidade não traz esperança. O mundo está caminhando para o abismo. A nossa cultura ocidental está se desfazendo. O crescimento da violência, a impotência dos poderes públicos para conter o colapso da ordem e o estabelecimento do governo paralelo do crime nos assustam. O vácuo espiritual está sendo preenchido com drogas e consumismo. Precisamos da realidade do mythos para poder enfrentar a realidade do logos. Atrás dos acontecimentos concretos que podemos examinar com a lógica há uma outra realidade que fala à nossa intuição e que nos dá sentido e força para continuarmos.

MARCOS 13:24-37 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)

Jesus disse:

Depois daqueles dias de sofrimento, o sol ficará escuro, e a lua não brilhará mais. As estrelas cairão do céu, e os poderes do espaço serão abalados. Então o Filho do Homem aparecerá descendo nas nuvens, com grande poder e glória. Ele mandará os anjos aos quatro cantos da terra e reunirá os escolhidos de Deus de um lado do mundo até o outro.

Jesus disse ainda:

Aprendam a lição que a figueira ensina. Quando os seus ramos ficam verdes, e as folhas começam a brotar, vocês sabem que está chegando o verão. Assim também, quando virem acontecer essas coisas, fiquem sabendo que o tempo está perto, pronto para começar. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: essas coisas vão acontecer antes de morrerem todos os que agora estão vivos. O céu e a terra desaparecerão, mas as minhas palavras ficarão para sempre.

E Jesus terminou, dizendo:

--- Mas ninguém sabe nem o dia nem a hora em que tudo isso vai acontecer, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai. Vigiem e fiquem alertas, pois vocês não sabem quando chegará a hora. Será como um homem que sai de casa e viaja para longe; mas, antes de ir, dá ordens, distribui o trabalho entre os empregados e manda o porteiro ficar de vigia. Então vigiem, pois vocês não sabem quando o dono da casa vai voltar; se será à tarde, ou à meia-noite, ou de madrugada, ou de manhã. 36 Se ele chegar de repente, que não encontre vocês dormindo! O que eu lhes digo digo a todos: fiquem vigiando!




sexta-feira, 21 de abril de 2017

TRUTH BY WAY OF MYTH

Truly I tell you,
this generation will certainly not pass away
until all these things have happened.
Mark 13:30 (read 13:24-37) – NIV

Jesus describes a series of catastrophic events and then declares "This generation will certainly not pass away until all these things have happened”. But that generation has long passed away as well as hundreds of later generations without the historical end of the world that many people were expecting. In spite of this many amateur biblical interpreters insist on projecting these end events even further into the future. Was Jesus mistaken? Or has the interpretation been all off? Was Jesus wrong, or are we wrong in our reading of what Jesus was reported to have said?

One of the problems of Western culture is that we don’t know how to read and interpret ancient texts. We have a logos mentality. The logos mentality is rational, pragmatic, and literal. We read ancient texts as though they are related to concrete historical and literal events. The logos interpretation continues to wait for the literally historical fulfillment of prophecies of the end of time. This is a vain and frustrating wait, and it keeps us trying to project things further into the future in a literal way. Ironically, for many, Jesus has been returning soon for nearly 2,000 years.

The ancient writers, including the Old and New Testament writers expressed themselves with a mentality different from ours. Scholars of ancient texts call this the “mythos” mentality. Mythos is the symbolic perception of reality. Jesus was a great storyteller and taught through parables and metaphors. Also his actions were not mere events in themselves, but were carriers of deeper truths. The message is not about predicted historical events themselves but in what they represent.

The misguided people are we Westerners who take these ancient teachings literally and seek to transform them into prophecies to be fulfilled in historic events. With this approach each generation needs to find a new set of "facts" to be assigned to the prophecies, because the previous generation’s interpretations did not materialize. This has generated an endless series of frustrations and disappointments. For example, during over 70 years of being a professing Christians I have seen a series of apocalyptic antichrists identified each with hundreds of proofs. None have worked out and I am seeing new ones appearing on the horizon.

Jesus was speaking not of historical facts but of eternal, universal truths. The text speaks of the depth of human experience: the suffering and despair, hope and redemption. There are times when the sun of our lives is blotted and life loses its luster. It seems that the sky is falling in upon our heads and we will be crushed. But the "Son of Man" comes to us and we find ourselves surrounded by "angels" that unite us with others who are also being rescued by God.

These things happen in all generations and in every life. We do not know the future and they can happen at any moment - thus the necessity to stay alert.

The, mythos reading, is much more comforting and rich than the logos reading that seeks cold facts for intellectual satisfaction. Mythos coexists with the mystery of the when and the how and has no need for explanations. It opens doors for worship, art, music and poetry.

The logos reality brings no hope. The world is heading for the abyss. Our Western culture is crumbling. The increase in violence, the inability of governments to contain the collapse of order and the establishment of a parallel government of crime and economic exploitation is frightening to us. The spiritual vacuum is being filled with drugs and consumerism. We need the reality of the mythos to be able to face the reality of logos. Behind the concrete facts that we can examine by logic there is another reality that speaks to our intuition and that gives us meaning and strength to continue because of the perception that there are cosmic forces beyond the immediate events that we are able to see.

MARK 13:24-37 – NEW INTERNATIONAL VERSION (NIV)

But in those days, following that distress,

the sun will be darkened,
and the moon will not give its light;
the stars will fall from the sky,
and the heavenly bodies will be shaken.

At that time people will see the Son of Man coming in clouds with great power and glory. And he will send his angels and gather his elect from the four winds, from the ends of the earth to the ends of the heavens.

Now learn this lesson from the fig tree: As soon as its twigs get tender and its leaves come out, you know that summer is near. Even so, when you see these things happening, you know that it is near, right at the door. Truly I tell you, this generation will certainly not pass away until all these things have happened. Heaven and earth will pass away, but my words will never pass away.

But about that day or hour no one knows, not even the angels in heaven, nor the Son, but only the Father. Be on guard! Be alert! You do not know when that time will come. It’s like a man going away: He leaves his house and puts his servants in charge, each with their assigned task, and tells the one at the door to keep watch.

Therefore keep watch because you do not know when the owner of the house will come back—whether in the evening, or at midnight, or when the rooster crows, or at dawn. If he comes suddenly, do not let him find you sleeping. What I say to you, I say to everyone: ‘Watch!’”




domingo, 16 de abril de 2017

DORES DE PARTO

Uma nação vai guerrear contra outra,
e um país atacará outro.
Em vários lugares haverá tremores de terra
e falta de alimentos.
Essas coisas serão como
as primeiras dores de parto.
Marcos 13.8 (leia 13.1-8) – NTLH

Há sempre sensacionalistas pregando que estamos no fim dos tempos! Desde a primeira geração dos cristãos, até hoje, há pessoas insistindo, com “revelações” alarmantes, que o fim está próximo. Todos usam os mesmos textos bíblicos, recorrendo a argumentos que citam como sinais: a violência das guerras, terremotos e fome, sempre presentes na história da nossa “civilização”. Mesmo, depois de dois mil anos de “profecias” falsas e não cumpridas, não desconfiam que estão pegando “barcos furados”.

Jesus advertiu contra este tipo de pregação, dizendo que é falsa. A história comprova a sua falsidade. Esta passagem é uma advertência para não corrermos aos modismos dos últimos tempos, sempre presentes na igreja. Modismos são passageiros e não levam a nada.

A discussão começou com a admiração dos discípulos da suntuosidade do templo e dos prédios vizinhos. Jesus respondeu que todos serão destruídos, sem deixar vestígio. Espantados, eles perguntaram: “Quando?” A pergunta foi errada, e Jesus respondeu como deveriam ter feito a pergunta!. Não falou do “Quando” mas do “Que”.

Ele descreveu a violência das guerras, terremotos e fome como sendo as “primeiras dores do parto”. As dores serão, na realidade, dores do nascimento do algo novo. O templo representava poder, opressão, orgulho e auto engrandecimento humano que são destinados à destruição para, no lugar deles, nascer algo novo.

O parto humano é doloroso, mas a dor tem finalidade: lançar vida nova na terra. Quando usamos estas palavras de Jesus para apoiar especulações inúteis sobre o fim da história, perdemos completamente a mensagem do evangelho. Não são palavras de amedrontamento, mas de conforto. Na economia divina, tragédia não é o fim, mas abertura para algo novo e melhor. As lágrimas podem lavar o rosto, preparando para o sorriso! Isto é difícil acreditar, especialmente na hora da dor, quando estamos agonizados, sem podermos enxergar mais adiante. É uma mensagem para nos ajudar a não cair no desespero.

A violência e a destruição são fatores sempre presentes na história humana. Tudo aquilo que construímos e realizamos é destinado a desaparecer, sem deixar vestígios. Seremos esquecidos, iguais aos bilhões de seres humanos que já nasceram e morreram.

Os discípulos estavam iludidos com os edifícios enormes. Podemos, também, nos iludir pelas nossas realizações, esquecendo que tudo é transitório na vida. Mas, a dor da sua destruição pode ser compensada pela esperança do nascimento de algo melhor no seu lugar.

Derrotas podem ser vitórias disfarçadas. Na economia divina não existe tragédia absoluta. A longo prazo tudo contribui para o bem. A mensagem do evangelho é que, pela graça, a vida pode nascer da morte.

  1. MARCOS 13:1-8 – NOVA TRADU?ÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)

Quando Jesus estava saindo do pátio do Templo, um discípulo disse:

Mestre, veja que pedras e edifícios impressionantes!

Jesus respondeu:

Você está vendo estes enormes edifícios? Pois aqui não ficará uma pedra em cima da outra; tudo será destruído!
Jesus estava sentado no monte das Oliveiras, olhando para o Templo, quando Pedro, Tiago, João e André lhe perguntaram em particular:

Conte para nós quando é que isso vai acontecer. Que sinal haverá para mostrar quando é que todas essas coisas vão começar?

Então Jesus começou a ensiná-los. Ele disse:

Tomem cuidado para que ninguém engane vocês. Porque muitos vão aparecer fingindo ser eu e dizendo: “Eu sou o Messias!” E enganarão muitas pessoas. Não tenham medo quando ouvirem o barulho de batalhas ou notícias de guerras. Tudo isso vai acontecer, mas ainda não será o fim. Uma nação vai guerrear contra outra, e um país atacará outro. Em vários lugares haverá tremores de terra e falta de alimentos. Essas coisas serão como as primeiras dores de parto.



sexta-feira, 14 de abril de 2017

BIRTH PAINS

Nation will rise against nation,
and kingdom against kingdom.
There will be earthquakes in various places,
and famines.
These are the beginning of birth pains.
Mark 13:8 (read 13:1-8) - NIV

There has always been sensational preaching that we are in the end times! This message has been preached from the first generation of Christians up to this day. In every new generation there are people who insist they have received new revelations that the end is near. They all use these same biblical texts and use these same arguments pointing to the signs of wars, earthquakes and famines. These things have always been present in the history of our "civilization." Even after two thousand years of this prophetic preaching no end has come. They should begin to suspect that they are “barking up the wrong tree”.

Jesus warned against this kind of preaching, saying that it is false. History proves its falsehood. This passage is a warning not to run after the end of time fads that are always present in church circles. Fads lead us to nowhere.

The discussion began with disciples’ admiration of the sumptuousness of the temple and surrounding buildings. Jesus informed them that all of that would be destroyed without trace. Amazed, they asked: "When" The question was wrong and he replied as they should have asked the question. Jesus did not speak of "When" but of "What".

Jesus described the violence of wars, earthquakes and famines as the "beginning of birth pains”. The pains are actually birth pangs of something new. The temple represented power, oppression, pride and human self-aggrandizement that are destined for destruction, and something new would be born in their place.

Human birth is painful, but the pain has purpose: to launch new life into the world. When we use these words of Jesus to support unhelpful speculation about the end of history we completely miss the message of the gospel. These are not words of warning and fear, but of comfort. In the divine economy, tragedies are not the end, but are openings to something new and better. Tears can wash our face, making it ready for a smile. This is hard to believe, especially in times of suffering, when we are in agony and unable to see beyond the pain. It is a message to keep us from falling into despair.

Violence and destruction are factors that we have inherited from human history, and the news reports are dominated by it. Everything that we build is designed to be destroyed and disappear without a trace. We will all die and be forgotten, just like the billions of human beings who have been born and died before we came along.

The disciples were deceived by the huge buildings. We also deceive ourselves by our accomplishments and forget that everything is transitory in life. But the pain of destruction may be offset by the hope of the birth of something better in its place.

Losses can be victories in disguise. In the divine economy there is no absolute tragedy. In the long run even tragedies contribute to future well-being. The gospel message is this: by grace, life can be born from death.

MARK 13:1-8 – NEW INTERNATIONAL VERSION (NIV)

As Jesus was leaving the temple, one of his disciples said to him, “Look, Teacher! What massive stones! What magnificent buildings!”

Do you see all these great buildings?” replied Jesus. “Not one stone here will be left on another; every one will be thrown down.”

As Jesus was sitting on the Mount of Olives opposite the temple, Peter, James, John and Andrew asked him privately, “Tell us, when will these things happen? And what will be the sign that they are all about to be fulfilled?”

Jesus said to them: “Watch out that no one deceives you. Many will come in my name, claiming, ‘I am he,’ and will deceive many. When you hear of wars and rumors of wars, do not be alarmed. Such things must happen, but the end is still to come. Nation will rise against nation, and kingdom against kingdom. There will be earthquakes in various places, and famines. These are the beginning of birth pains.



domingo, 9 de abril de 2017

APARÊNCIAS E REALIDADE

Ele dizia ao povo:
-Cuidado com os professores da Lei!
Eles gostam de andar para lá e para cá,
usando capas compridas,
e gostam de ser cumprimentados
com respeito nas praças;
preferem os lugares de honra nas sinagogas
e os melhores lugares nos banquetes.
Exploram as viúvas e roubam os seus bens;
e, para disfarçarem,
fazem orações compridas.
Marcos 12.38-40a (leia 12.38-44) – NTLH

A religião representa o melhor e o pior do que está no espírito humano. Liturgias e cerimônias públicas podem ser expressões da beleza e do mistério da vida e de comunhão com o Criador e a sua criação. Ou podem ser disfarces para esconder as feiúras do egoísmo e autopromoção. É provável que, na maioria das vezes, há mistura do melhor e do pior. As instituições eclesiásticas e benéficas podem fornecer oportunidades para pessoas de boa vontade prestarem serviços ao próximo. Podem, também, servir de palcos para pessoas projetarem suas neuroses e ganhar poder e prestígio. O aspecto negativo se manifesta na ostentação, projetando uma fachada de grandeza e autopromoção, dando a ilusão de triunfo e poder. Fica registrado na história e evidente na publicidade. O positivo, muitas vezes, passa desapercebido, por fugir dos padrões de grandiosidade e prestígio.

A passagem do Novo Testamento, Marcos 12.38-44, é uma ilustração deste princípio. Jesus faz uma advertência para não sermos enganados com aparências. O poder é conquistado às custas dos desprotegidos e humildes. Estes são os verdadeiros cidadãos do Reino. A sua contribuição não pesa na balança da elite, e é ignorada e desprezada por ser insignificante. A sua grandeza é oculta, mas é valiosa por que representa sacrifício, auto doação e humildade. Eles não chegam a ocupar lugares de destaque na hierarquia de poder e prestígio. Motivados pela gratidão, são prestativos, sem ambições de engrandecimento pessoal.

Aquela viúva, explorada e empobrecida pela elite, com as últimas duas moedas que lhe sobraram, deu a maior oferta do dia.

A história, escrita por seres humanos, é baseada nas aparências. A história verdadeira é outra!... A realidade é que a marginalização pode ser virtude. Estes marginalizados não se vendem. Não têm preço. Não podem ser comprados.

Desconfio de “oba oba”, de ostentação! É desvio do Reino. O Reino chega “quietinho”, despercebido. Está presente, sem ser notado. Não faz alarde. Não chama atenção para si. Somente os sensíveis o percebem e dão valor.

Jesus nunca foi enganado pelas aparências. Somente Ele percebeu a verdadeira manifestação do Reino aquele dia! Percebeu, também, a futilidade da grandeza aparente e seu fim trágico...

O nosso desafio é adquirir a sensitividade e a sabedoria de enxergar além das aparências, ver as manifestações do Reino, reconhecidas por poucos, e valorizá-las, participando e apoiando-as, mesmo sabendo que isto pode nos levar a sermos, também, marginalizados.

Não conseguir subir a escada socioeconômica não é desgraça. Desgraça é usar a fé como meio de subir, não apenas servir. Não é desgraça ser ignorado e desprezado quando se faz o bem. Desgraça é fazermos o bem em troca de reconhecimento e elogios. As aparências de santidade podem ser fantasias, escondendo uma realidade egoísta. A realidade do Reino foge das aparências.

O Reino é criado do nada! É graça! Como sal e fermento, o Reino é invisível, mas vital!...


MARCOS 12:38-44 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)


Ele dizia ao povo:
Cuidado com os mestres da Lei! Eles gostam de andar para lá e para cá, usando capas compridas, e gostam de ser cumprimentados com respeito nas praças; preferem os lugares de honra nas sinagogas e os melhores lugares nos banquetes. Exploram as viúvas e roubam os seus bens; e, para disfarçarem, fazem orações compridas. Portanto, o castigo que eles vão sofrer será pior ainda!

Jesus estava no pátio do Templo, sentado perto da caixa das ofertas, olhando com atenção as pessoas que punham dinheiro ali. Muitos ricos davam muito dinheiro. Então chegou uma viúva pobre e pôs na caixa duas moedinhas de pouco valor. Aí Jesus chamou os discípulos e disse:

Eu afirmo a vocês que isto é verdade: esta viúva pobre deu mais do que todos. Porque os outros deram do que estava sobrando. Porém ela, que é tão pobre, deu tudo o que tinha para viver.



sexta-feira, 7 de abril de 2017

APPEARANCES AND REALITY

Watch out for the teachers of the law.
They like to walk around in flowing robes
and be greeted with respect
in the marketplaces,
and have the most important seats
in the synagogues
and the places of honor at banquets.
They devour widows’ houses
and for a show make lengthy prayers.
Mark 12:38b - 40a (read 12:38-44) – NIV

Religion represents the best and worst of what is in the human spirit. Religious activities and liturgies may be expressions of beauty, of mystery and communion with the Creator and with creation. Or they may be disguises to hide the ugliness of selfishness and self-promotion. In some cases they may be a mixture of both the best and the worst.

Ecclesiastical and charitable institutions can provide opportunities for people of goodwill to provide services to others. They can also serve as a stage for people to project their neuroses and gain power and prestige. The negative may be disguised by outward forms that project a facade of grandeur and self-promotion which give the illusion of triumph and power. Genuine good may go undetected because it is not showy.

The passage from the New Testament, Mark 12:38-44 (see end of text), is an illustration of this principle. Jesus issues a warning to not be misled by appearances. Power is gained at the expense of the disadvantaged and humble who are the true citizens of the Kingdom. Their contribution is not recognized by the powerful and is ignored and despised as being insignificant. Their greatness is hidden, but it is valuable because it represents sacrifice, self-giving and humility. They do not come to occupy prominent places in the hierarchy of power and prestige. They are motivated by gratitude, are helpful and do not desire personal aggrandizement.

That widow, exploited and impoverished by the elite, gave her last two coins. In reality it was the greatest offering of the day.

Written history is done by the victors and is based on appearances and falsehoods. Real history is different. The real heroes are often unsung and represent true virtue. They are priceless, because they cannot be bought.

I am suspicious of much ado, flag waving and big claims. That is not what the Kingdom is all about. The true Kingdom goes quietly, unnoticed. It is present but often unseen. It doesn’t splurge or call attention to itself. Only sensitive people perceive it and appreciate it.

Jesus was not fooled by appearances. He saw through the sham of the showiness of the rich givers as they tossed in large amounts and he perceived the great value of that poor widow who quietly gave the last few cents that she had.

Our challenge is to acquire the sensitivity and wisdom to see beyond appearances and to see the humble manifestations of the Kingdom which are recognized and valued by only a few.

Not being able to climb the socioeconomic ladder is not failure. Failure is to use faith as a means to climb instead of to serve. It is OK to be ignored and unrecognized for the good we do. Moral failure is to exercise goodness in exchange for recognition and praise. The appearances of holiness may be fantasies and hide a selfish reality. The reality of the Kingdom flees from appearances.

The Kingdom is created out of small things! It's grace! It’s like salt and yeast, invisible but vital!

MARK 12:38-44 – NEW INTERNATIONAL VERSION (NIV)

As he taught, Jesus said, “Watch out for the teachers of the law. They like to walk around in flowing robes and be greeted with respect in the marketplaces, and have the most important seats in the synagogues and the places of honor at banquets. They devour widows’ houses and for a show make lengthy prayers. These men will be punished most severely.”

Jesus sat down opposite the place where the offerings were put and watched the crowd putting their money into the temple treasury. Many rich people threw in large amounts. But a poor widow came and put in two very small copper coins, worth only a few cents.

Calling his disciples to him, Jesus said, “Truly I tell you, this poor widow has put more into the treasury than all the others. They all gave out of their wealth; but she, out of her poverty, put in everything—all she had to live on.”



domingo, 2 de abril de 2017

A LEI SUPREMA


Devemos amar a Deus
com todo o nosso coração,
com toda a nossa mente
e com todas as nossas forças
e também devemos amar os outros
como amamos a nós mesmos.
Marcos 12.33a (leia 12.28-34) – NTLH

A nossa ética e prática são muito mais importantes do que as nossas crenças. A história do cristianismo é marcada por conflitos de doutrina. Julga-se superior às outras religiões porque acha que tem as doutrinas corretas sobre Deus e o plano de salvação. As igrejas defendem “com unhas e dentes” a doutrina da trindade, embora esta palavra nem apareça na Bíblia! Colocam como essenciais e básicas muitas crenças que não têm comprovação nenhuma. Jesus não tinha preocupação com credos. Nunca submeteu ninguém a sabatinas doutrinais.

Jesus estava interessado no fruto da fé! O fruto era o essencial, não importando a espécie da árvore. Se o fruto fosse bom, a árvore era boa. A árvore era julgada pelo fruto que produzia, não o fruto julgado pela espécie da árvore que o produzia. O fruto fala por si, independente da árvore. O cristianismo, junto com todas as religiões, será julgado pelo fruto que produz, não pela sua conjuntura de crenças e práticas litúrgicas.

Jesus colocou o amor como o valor supremo e o definiu pela sua manifestação na vivência diária: “Ame os outros como você ama a você mesmo”. Na prática, significa “tratar os outros como você quer ser tratado”.

Este ideal de Jesus não é diferente do que o de muitas das grandes religiões mundiais. Alguns exemplos:

Hinduísmo: Eis a súmula do dever: não faças aos outros aquilo que, se a ti fosse feito, te causaria dor. (Séc. XV a.C.)
Judaísmo: O que é odioso para ti não o faças ao teu próximo. (Séc. X a.C.)
Zoroastrismo: Uma natureza é boa somente quando se abstém de fazer ao outro o que não é bom para ela mesma. (Séc. VI a.C.)
Taoísmo: Considera o ganho do teu próximo como teu próprio ganho, e a perda do teu próximo como tua própria perda. (Séc. VI a.C.)
Budismo: Não ofendas os outros de maneira que julgarias ofensivas a ti mesmo. (Séc. VI a.C.)
Confucionismo: Não faças aos outros o que não desejarias que fizessem a ti. (Séc. VI a.C.)
Jainismo: Na felicidade e no sofrimento, na alegria e na tristeza, devemos considerar todas as criaturas como consideramos a nós mesmos.(Séc. VI a.C.)
Cristianismo: Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o também vós a eles. (Séc. I d.C.)
Islã: Nenhum de vós será crente enquanto não desejar para o seu irmão o que ele deseja para si mesmo. (Séc. VII d.C.)
Sikhismo: Julga aos outros como a ti mesmo. (Séc. XV d.C.)

Se cada um conseguisse viver a ética do amor que a sua fé professa, todos nós estaríamos pertos do Reino de Deus. A libertação verdadeira é a do ódio para o amor. O amor é uma maneira de viver, não apenas crer.

Até os demônios crêem e tremem!..

MARCOS 12.28-34 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)

Um mestre da Lei que estava ali ouviu a discussão. Viu que Jesus tinha dado uma boa resposta e por isso perguntou:

Qual é o mais importante de todos os mandamentos da Lei?

Jesus respondeu:

É este: “Escute, povo de Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. 30 Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com toda a mente e com todas as forças.” E o segundo mais importante é este: “Ame os outros como você ama a você mesmo.” Não existe outro mandamento mais importante do que esses dois.

Então o mestre da Lei disse a Jesus:

Muito bem, Mestre! O senhor disse a verdade. Ele é o único Deus, e não existe outro além dele. Devemos amar a Deus com todo o nosso coração, com toda a nossa mente e com todas as nossas forças e também devemos amar os outros como amamos a nós mesmos. Pois é melhor obedecer a estes dois mandamentos do que trazer animais para serem queimados no altar e oferecer outros sacrifícios a Deus.

Jesus viu que o mestre da Lei tinha respondido com sabedoria e disse:

Você não está longe do Reino de Deus.

Depois disso ninguém tinha coragem de fazer mais perguntas a Jesus.