domingo, 31 de maio de 2009

O TEMPLO DE DEUS

...e dirão assim: "Vamos subir o monte do Deus Eterno,
vamos ao Templo do Deus de Israel.
Ele nos ensinará o que devemos fazer,
e nós andaremos nos seus caminhos.
Pois os ensinamentos do Eterno vêm de Jerusalém;
do monte Sião ele fala com o seu povo."

Isaías 2.3 (leia 2.1-5) – BLH

A fé não deve ser provinciana. Não podemos esperar todo o mundo "dançar conforme a nossa música" ou “falar a nossa linguagem”. As outras músicas, danças e linguagens também são de Deus, que as criou. O nosso Deus não é só nosso. Deus é o Deus de todas as nações, tribos, culturas e línguas. O fato de encontrar o templo de Deus em Jerusalém não queria dizer que ele era somente o Deus de Israel e que eles ocupavam uma posição privilegiada em relação às outras nações. O templo de Jerusalém queria dizer que o Deus das nações era também o Deus de Israel e que ele tem um templo também em Jerusalém; os seus ensinamentos vinham de Jerusalém...

Deus tem templos na minha cidade e ensina aqui! Aqui posso ficar sabendo o que devo saber. Não preciso mudar de cidade, nem de religião para ouvir a voz de Deus! Ele fala a minha linguagem e aqui posso aprender o seu caminho...

sábado, 30 de maio de 2009

UM FUTURO ABERTO

O Deus Eterno diz: "Venham cá, vamos discutir este assunto.
Os seus pecados os deixaram manchados de vermelho, manchados de vermelho escuro;
mas eu os lavarei,
e vocês ficarão brancos como a neve,
brancos como lã.

Isaías 1.18 (leia 1.10,16-20) – BLH

Há a promessa e a esperança de mudança. Não estamos condenados a ficar como estamos. Fomos criados para a mudança e esta mudança pode ser para melhor! Às vezes nós achamos que antigamente éramos melhores do que somos agora, infelizmente mudando para o pior! - Não é necessariamente a direção obrigatória da vida. Com Deus pode haver pontos de mutação! O “inevitável” pode ser evitado. O vermelho da culpa pode ser transformado no branco de luz...

Deus está aberto ao diálogo sobre o nosso futuro. Ele quer discutir o assunto da nossa vida, como estamos e para onde vamos. No mundo de Deus nada está fechado ou encerrado. As portas estão abertas para dar entrada às novas oportunidades e possibilidades. Não há lugar ao fatalismo. O futuro pode ser melhor que o passado e o presente.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

SABEDORIA COMO AMADA

Minha alma lutou para a possuir,
observei atentamente a lei,
estendi minhas mãos para o céu
e deplorei minhas ignorâncias.

Eclesiástico 51.19 (leia 51.12-20) BJ


A Sabedoria é igual a uma amada. Vale a pena possuí-la, pois faz bem para o espírito. Vale a pena lutar por ela, pois é capaz de dar novas dimensões à vida.

Em diversos lugares da Bíblia, a Sabedoria é apresentada como se fosse uma pessoa, uma deusa junto com o Eterno. Acho que aqueles que procuram a Sofia como parte da divindade não estão longe da verdade. Desde o primeiro capítulo do Gênesis, Deus é apresentado como múltiplo, "FAREMOS o ser humano". O cristianismo usa a doutrina da trindade para tentar entender esta multiplicidade, mas os teólogos dizem que a doutrina da trindade é o mínimo, não o máximo, das facetas do Eterno. É pelo menos trino! Pode ser mais. Pode ter mil, ou milhões de facetas. A teologia cristã ortodoxa identifica pelo menos três.

A Sabedoria provém do Eterno e quem a tem, possui algo divino. Ela precisa ser conquistada. É a resposta de busca. Somente aqueles que aspiram a ela, conseguem possuí-la. Quem a alcança conquista a maior riqueza da vida, pois a sabedoria nos leva à vida abundante.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

O PAPEL DO PROFETA

para reconduzir o coração dos pais aos filhos
e restabelecer as tribos de Jacó.

Eclesiástico 48.10 (leia 48.1-4,9-11) – BJ

O papel do profeta é apaziguar, reconduzir e restabelecer a nossa relação com o cosmos. As palavras do profeta podem ser violentas e ameaçadoras, mas a finalidade delas é evitar a violência e a destruição desnecessárias. O profeta não está interessado na instituição em si mesma, mas, na justiça dela! A justiça está acima da instituição e não o contrário. Os interesses da instituição não justificam a violência... O critério da justificação é a justiça e não a instituição. Nunca se justifica a injustiça. Mesmo estando no meio da violência, profetizando e sendo vítima de agressões, o profeta lutava por paz e justiça.

Perdemos o nosso papel profético hoje, à medida que promovemos uma instituição e não a justiça. A evangelização deve ser a promoção do Reino de Deus e a sua justiça e não a promoção do crescimento da igreja. Prefiro a frase: "ação comunitária", em vez de "evangelização", porque esta última, a palavra "evangelização" está ficando muito desgastada. A evangelização precisa ser restaurada à sua função profética da justiça do Reino de Deus.

terça-feira, 26 de maio de 2009

TEMOR A DEUS

Tem piedade de nós, Mestre, Deus do universo,
e olha, derrama o teu temor sobre todas as nações.

Eclesiástico 36.1 (leia 36.1,4-5,10-17) – BJ

Temor = respeito. Falta de temor = anarquia. O temor a Deus nos levaria a respeitar tudo o que se relaciona com Deus. Sendo Deus o Criador de todas as coisas, não deixa nada fora: nem culturas humanas, nem a própria natureza... Respeito e piedade (misericórdia) andam juntos. Ao exercermos piedade para com o próximo e com o meio ambiente, seriamos automaticamente temidos, respeitados e objetos de misericórdia!...

A falta de temor leva à opressão do próximo e à devastação do meio ambiente. Produz anarquia e todos perdem...

A humanidade está na realidade sem perceber, cometendo suicídio coletivo! Toda a opressão humana e desrespeito ao meio ambiente é auto-destrutivo! Com a multiplicação da raça humana a situação do ser humano está cada vez mais crítica. É cada vez mais urgente as nações temerem a Deus! Disto depende a sobrevivência de cada um de nós e de toda a humanidade.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

GENEROSIDADE

Em todas as tuas oferendas mostra um semblante alegre,
consagra o dízimo com alegria.

Eclesiástico 35.8 (leia 35.1-12) – BJ

A nossa vida religiosa não pode ser isolada das outras facetas da nossa vida. A nossa atitude diante da vida, em geral, passa pela faceta religiosa também. Esta passagem liga a generosidade e a justiça à religião. Ser generoso é fazer uma oferta a Deus (v.2). Afastar-se da injustiça é um sacrifício expiatório (v.3). O sacrifício do justo é agradável (v.6)!

A religiosidade não pode servir como substituto de justiça e bondade, nem como compensação de falta de compaixão e generosidade. A religiosidade não é um meio de justificar uma vida de desamor. Uma prática religiosa não pode trazer perdão por uma vida desligada do bem estar do próximo. Não é por sermos religiosos que os nossos pecados serão perdoados. Sem uma vida de acordo com o princípio de amor, os nossos atos religiosos não terão validade...

Ao vivermos vida de alegria, generosidade e justiça, o aspecto religioso vai ser válido e ter sentido.

domingo, 24 de maio de 2009

ARREPENDIMENTO

Mas aos que se arrependem ele concede o retorno,
reconforta os que perderam a esperança.

Eclesiástico 17.24 (leia 17.24-32) – BJ


Arrependimento é mudança de rumo. O arrependimento deve ser uma atitude constante em nossa vida, porque estamos sempre precisando de pequenos reajustes de direção. Os aviões que são guiados por computadores e GPS têm correções constantes de percurso para poderem chegar ao seu destino. A aeronave sofre incessantes efeitos de correntes de ar que tendem tirá-la do percurso e, por isso, precisa de pequenos e constantes reajustes.

O espírito de arrependimento é um espírito aberto à mudança, e não um espírito de contrição... Contrição não é arrependimento, mas pode acompanhá-lo em casos mais extremos! Nós sofremos influências constantes em nossa vida, tendo em vista nos tirar do rumo, e, às vezes, o nosso destino fica móvel. Por isso, uma atitude de abertura e de flexibilidade é importante ao nosso bem estar. Perigoso é perder a capacidade de mudança ou achar que já chegamos e temos toda a verdade. Enquanto há possibilidade de mudança, há esperança de acertar.

sábado, 23 de maio de 2009

MISTÉRIO

Os seus caminhos estão sempre diante dele,
não podem ficar ocultos aos seus olhos.

Eclesiástico 17.15 (leia 17.1-15) – BJ


Deus nos vê? Deus está presente conosco? Deus sabe o que se passa conosco? Deus é a Consciência Cósmica que comunga conosco e nos acompanha e se interessa por nós junto com toda a sua criação? Ou vivemos num universo regido por princípios e leis que são tão dinâmicos que parecem ter personalidade? A própria oração não é mais do que o poder da mente operando no universo? O que nós temos como a presença de Deus é a nossa sintonia com as leis que nos cercam?

Não sei a resposta destas perguntas!

A própria existência é um grande mistério... A vida, o "eu", o universo - são todos mistérios que vão além da nossa compreensão. Deus, Jesus, o Espírito Santo, calor, frio, amor, eros, ódio, pai, mãe, o pôr-do-sol são "meios" através dos quais experimentamos a vida? São realidades em si? São metáforas que servem de ponto de apoio para vivermos a nossa vida, ou têm alguma realidade em si? Acho que a resposta não é nem uma, nem outra. É muito além do que somos capazes de imaginar. Permanecerá mistério!

Concluindo: tudo é mistura de realidade em si e como nós a experimentamos...

quinta-feira, 21 de maio de 2009

AMIGOS VERDADEIROS

Aquele que teme ao Senhor faz amigos verdadeiros,
pois tal como ele é, assim é o seu amigo.

Eclesiástico 6.17 (leia 6.5-17) – BJ

Parece que a lei que diz que opostos atraem opostos, não se aplica à amizades, pelo menos na parte de caráter! O temor do Senhor implica ter padrões altos de respeito humano e da ética. Funciona como vacina contra amizades prejudiciais. Acho que não quer dizer que os tementes a Deus não são amigos das pessoas que têm outros valores, mas que os que têm outros valores não têm interesse em fazer amizades com pessoas cuja espiritualidade está voltada para o respeito ao próximo e a ética.

Quando estamos ligados à fonte da existência estamos bem ligados à melhor parte dos melhores elementos da criação e isto inclui "amigos". Ao sermos solidários ao próximo, de modo geral, o caminho se abre para amizades valiosas. Ao sermos amigos, teremos amigos. Se reclamarmos do fato de não termos amigos, seria bom perguntar a nós mesmos se estamos sendo amigos...

Temos a tendência de ajuntar ao nosso redor pessoas semelhantes a nós. Boas qualidades geram boas qualidades. Bons amigos fazem bons amigos.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

HOJE – DIA DA SALVAÇÃO

Não demores para voltar para o Senhor,
e não adies de um dia para o outro,
porque, de repente,
a cólera do Senhor virá
e no dia do castigo perecerás.

Eclesiástico 5.7 (leia 5.1-8) – BJ

Não se pode confiar no tempo. O próximo momento não é nosso. Por isso, o dia da oportunidade é sempre o dia de hoje! Nunca é cedo demais para fazermos as pazes conosco e com toda a existência: o meio ambiente (do qual o nosso próximo faz parte) e o Criador (a fonte de toda a existência).

Se estamos vivendo a nossa vida na contramão da existência, aliados com as forças contrárias a vida, o fim do nosso tempo e a morte do nosso corpo seriam os nossos maior inimigos e representariam a cólera de Deus. A nossa harmonia com a “Fonte da Vida” faz o fim do nosso tempo aqui na terra e a morte do nosso corpo representam bênção!

A salvação é um processo e não um fato consumado. A salvação é estar no caminho, em direção à vida; enquanto a perdição seria estar no caminho em direção à morte...

terça-feira, 19 de maio de 2009

JESUS: SABEDORIA ENCARNADA

Aqueles que a [sabedoria] servem prestam um culto ao Santo,
e o Senhor ama os que a amam.

Eclesiástico 4.14 (leia 4.11-19) – BJ


Quem serve à sabedoria presta culto a Deus. Deus ama quem ama a sabedoria! Parece heresia à primeira vista, mas será heresia mesmo?

Algumas escrituras tratam da sabedoria como se fosse um ser vivo, quase como se fosse "uma deusa" que participava na criação do universo (Provérbios 8-9).

Embora ficando fora do cânone hebraico do antigo testamento, Tiago busca nele muitas expressões e Mateus se refere a ele diversas vezes. É interessante que o manuscrito do Eclesiástico é assinado por "Sabedoria de Jesus". "Jesus" quer dizer "Salvador" ou "salvação". A salvação é também uma expressão da sabedoria de Deus. Amar a sabedoria é também amar a Deus. A sabedoria vem de Deus e nos leva a Deus.

Jesus é a encarnação da sabedoria de Deus e do amor de Deus. Jesus agia com muita sabedoria e confundia os mais sábios da sua época, mesmo quando ainda era criança.

Deus não nos criou para sermos burros e egoístas. Fomos criados para sermos sábios e amorosos. Em Jesus encontramos o modelo perfeito de sabedoria e amor, o ser humano ideal!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

CAMINHO DO ETERNO

Confia no Senhor, ele te ajudará,
endireita teus caminhos e espera nele.

Eclesiástico 2.6 (leia 2.1-11) – BJ


O universo é favorável a nós. Em primeiro lugar, este universo é uma expressão da força criadora que chamamos Deus e é o meio que nos trouxe a existir. Em segundo lugar, ao descobrirmos os seus segredos, o universo nos ajuda a vivermos melhor. A sabedoria não é nada mais do que o conhecimento dos segredos do universo que contribuem para o nosso bem estar.

A sabedoria nos faz confiar em Deus como nosso amigo e nos ajuda a aproveitarmos as correntes que fluem no universo para o nosso bem. Usando outra figura, a do texto acima, o universo tem muitos caminhos que nos levam à felicidade. A sabedoria nos ajuda a descobrirmos e a seguirmos estes caminhos. Ao sairmos destes caminhos nós podemos chegar a lugares sem saída, nos enroscar em espinheiros ou cairmos num abismo...

A proposta de Deus para nós é andarmos nos caminhos indicados pela sabedoria, com a finalidade de nos levar ao Reino que Jesus descreveu.

domingo, 17 de maio de 2009

SABEDORIA DE DEUS

Toda sabedoria vem do Senhor,
ela está junto dele desde sempre.

Eclesiástico 1.1 (leia 1.1-10) – BJ

A sabedoria vem do conhecimento da verdade e toda verdade vem da revelação de Deus. Se não fosse a revelação de Deus não teríamos conhecimento nenhum. Esta dicotomia entre verdades reveladas e verdades que não são da revelação, é falsa. Todas as verdades, sejam verdades religiosas, verdades científicas, verdades sociais, verdades econômicas ou qualquer tipo de verdade, vêm de Deus. A sabedoria consiste em sermos abertos à verdade e incorporá-la no nosso viver.

Toda a verdade, independentemente do instrumento usado para revelá-la, vem de Deus. É divina e digna de ser respeitada e colocada em prática. Sabedoria é a habilidade de viver a verdade. Deus é sabedoria e, por isso, a sabedoria é destacada nas escrituras sagradas: sejam as escrituras judaicas, católicas ou protestantes.

Tudo foi feito com sabedoria, embora tenhamos dificuldade em entendê-la. A falta de percepção da verdade é preconceito, o grande inimigo da sabedoria. Quando fechamos a mente e o coração para a grande verdade do amor como foi revelado por Jesus, rejeitamos a sabedoria. A sabedoria divina é viver o amor como Jesus o viveu. O sábio confia na ação de Deus e deixa Deus ser o juiz. Erramos quando achamos que devemos corrigir os erros da criação, mexemos com a natureza e com a vida das pessoas, achando que estamos fazendo grandes coisas, quando na realidade, estamos colocando tudo em desequilíbrio. Precisamos de sabedoria para não danificar o que Deus criou.

sábado, 16 de maio de 2009

JUSTIÇA LANÇADA

Quando um silêncio profundo envolvia todas as coisas
e a noite mediava o seu rápido percurso,
tua Palavra onipotente lançou-se,
guerreiro inexorável,
do trono real dos céus para o meio de uma terra de extermínio.

Sabedoria 18.14-15 (leia 18.14-15, 19.6-9) – BJ

Esta passagem se refere à noite de morte no Egito, antes da saída do povo de Israel para o deserto. O faraó quis segurar o povo como escravo por motivos econômicos, para poder continuar a explorar a mão de obra barata. Quanto mais os segurava, maiores eram as pragas que atingiam o povo, até chegar, finalmente, à praga da morte do primogênito de cada família, sendo gente ou animal.

O resultado de uma sociedade escravista é a auto destruição. Uma cultura que se fundamenta na exploração opressora do próximo e da natureza é condenada à extinção. Um sistema social que promove desigualdades sociais e econômicas está caminhando para o caos. Um povo onde a diferença entre pobre e rico é muito grande não pode durar muito tempo.

O papel do seguidor de Jesus é praticar a justiça, ser um contrapeso. Assim sendo, o seguidor de Jesus será o sal da terra, um raio de luz na noite de destruição e morte...

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O GRANDE ARTISTA

Naturalmente vãos foram todos os homens que ignoraram a Deus
e que, partindo dos bens visíveis,
não foram capazes de conhecer Aquele que é,
nem, considerando as obras,
de reconhecer o Artífice.

Sabedoria 13.1 (leia 13.1-9) – BJ

Deus é o Grande Artista, o pai de todos os artistas e de toda a arte. Como na maioria dos artistas, as suas obras não são reconhecidas. O mal humano é a cegueira. As pessoas são capazes de enxergar a obra, mas não o Artista.

Por não reconhecer o Artista, as pessoas não terão capacidade de reconhecer o valor da obra, nem ver na obra, a imagem do Criador! A tendência humana é idolatrar as coisas e, ao mesmo tempo, destruir aquilo que está sendo idolatrado... Por falta de reconhecer o Artista, o ser humano cria deuses menores que não têm o poder criativo do Criador. Estes deuses, em vez de levar o seus adeptos à criatividade e vida, conduzem-nos à destruição e morte!

Ao vermos o universo como a obra de arte de Deus teremos uma atitude de reverência diante dele, respeitando todas as suas facetas: terra, água, ar, plantas, animais e pessoas.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

TAMANHO NÃO É DOCUMENTO

Pois o Senhor do universo a ninguém teme,
não se deixa impressionar pela grandeza;
pequenos e grandes,
foi ele quem os fez:
com todos se preocupa por igual.

Sabedoria 6.7 (leia 6.1-11) – BJ

A idéia de "quanto mais, tanto melhor" nem sempre é a verdade. Nossa tendência é sermos impressionados com a grandeza. Os gigantes nos impressionam e muitas pessoas lutam para se tornarem gigantes em alguma coisa: riqueza, poder, fama, porque acham que isto é o máximo!

Somos muito semelhantes aos números. Nem todos os números podem ser o nº "9". O nº "0" é o menor de todos os números e talvez seja um dos mais importantes! Quando ele é colocado depois de qualquer outro número ele aumenta o valor, dez vezes mais!... Ao contrário, quando o zero fica no início de qualquer número, o valor daquele número passa a ser decimal! O zero sozinho não é nada, somente quando ele se coloca atrás de outro número, ele cresce em valor; o seu valor é maior se ele se coloca depois do outro número e não antes.

Como todos os números são importantes, todos nós também somos importantes aos olhos de Deus. O Criador se preocupa com todos de forma igual; ninguém vale mais do que o outro.

terça-feira, 12 de maio de 2009

TEORIA E PRÁTICA

A Sabedoria é um reflexo da luz eterna,
um espelho nítido da atividade de Deus
e uma imagem de sua bondade.

Sabedoria 7.26 (leia 7.22-8.1) – BJ


A sabedoria tem sido colocada em plano secundário quanto aos valores teológicos nos últimos milênios. As teorias de salvação têm chamado mais atenção do que a parte prática ou funcional. É muito mais fácil "falar em teorias" do que praticar o amor.

O antigo testamento em hebraico tem poucos (2) livros de sabedoria, o grego um pouco mais e o novo testamento, nenhum, a não ser a carta de Tiago, escrita tão forte que Lutero a rejeitou dizendo que era o "Evangelho de Palha", e que não deveria ser incluída na Bíblia.

Por falta de sabedoria o cristianismo tem sido "tolo" em muitos dos seus aspectos. As maiores guerras tem sido entre nações "cristãs". Foi um cristão (batista) que jogou a primeira bomba atômica matando centenas de milhares de civis num segundo e outro cristão (metodista) que, lançando mão de mentiras, deflagrou guerra contra o Iraque! A igreja ainda reprime a mulher em nome do apóstolo Paulo e vive pacificamente com todas as espécies de repressão. O Brasil está passando seus piores momentos de desagregação social com o caos da corrupção e violência justamente quando dentre seus habitantes, há o maior número de "crentes".

segunda-feira, 11 de maio de 2009

VERDADE TRANSFORMADORA

Os que confiam no Senhor compreenderão a verdade
e os que são fiéis permanecerão junto a ele no amor,
pois graça e misericórdia são para os santos.

Sabedoria 3.9 (leia 2.23-3.9) – BJ

Ficar perto de Deus no amor leva à compreensão da verdade. A verdade é muito mais do que um pequeno conjunto de dogmas a respeito da "salvação da alma". A verdade abrange tudo quanto é realidade. A razão disto é que Deus é a fonte da realidade e da verdade. Quem fecha os olhos para a verdade está fechando os olhos para Deus.

A falta de estar junto de Deus em amor produz um cristianismo de negativismo. O "crente" negativo está sempre combatendo alguma coisa e está sempre achando defeitos para criticar. O "crente" negativo acha que a destruição das coisas erradas (queimar livros e discos, quebrar objetos, etc.) vai trazer o Reino de Deus. Gasta as suas energias em coisas negativas porque não vê que o evangelho de Cristo não é a destruição, mas a transformação.

A verdade leva à mudança e à transformação. A verdade abre os olhos e dá uma visão e nos ajuda a ver cada vez mais como Deus está agindo no mundo. Ajuda a ver como este mundo é realmente do Senhor.

domingo, 10 de maio de 2009

A RECOMPENSA DO BEM

Eles ignoram os segredos de Deus,
não esperam o prêmio pela santidade,
não crêem na recompensa das vidas puras.

Sabedoria 2.22 (leia 2.1,12-22) – BJ

Ao apoiar o mal, os ímpios apostam num mundo virado, avesso da realidade. Ignoram que o bem tem a sua própria recompensa. Acham que o caminho do mal dá mais lucro e que levam vantagem sobre os que praticam o bem. Além de ignorar que, a longo prazo o bem traz uma recompensa muito maior, desconhecem também, mesmo a curto prazo, que o mal é o caminho pior.

A recompensa do bem não é apenas o objetivo que se quer alcançar. O fato de seguir o caminho em si é a maior recompensa! O objetivo é secundário. O próprio caminho é o valor supremo da vida! Por exemplo: é melhor amar e perder, do que passar a vida sem nunca ter amado. Uma vida de amor frustrado é melhor que uma vida de ódio bem sucedido! Morrer cedo não seria tragédia se a vida foi dedicada ao bem estar dos outros. A maior tragédia seria viver uma vida longa, em torno de si mesmo, ignorando aqueles ao seu redor. A recompensa do bem é o próprio bem e não o que o bem pretende realizar...

sábado, 9 de maio de 2009

SOM GRAVADO

O Espírito do Senhor enche o universo,
dá consistência a todas as coisas,
não ignora nenhum som.

Sabedoria 1,7 (leia 1.1-7) – BJ

Deus está em tudo e faz parte de tudo. Esta afirmação não chega ao panteísmo que diz que tudo é Deus! A idéia desta passagem é chamada por um nome semelhante: "panenteísmo", Deus está em tudo e tudo está em Deus. O Espírito do Senhor está em todas as formas de existência, aquilo que chamamos de "material", "ondas", e até “som”. O Espírito “não ignora nenhum som" quer dizer que há consciência de tudo que se passa.

Mensagem do texto citado: não podemos fugir da presença de Deus, somos importantes, sendo conhecidos por ele. Não estamos longe de Deus, nem ignorados ou desvalorizados. Somos importantes no conjunto das coisas e não podemos fugir da nossa responsabilidade.

Fazemos parte de um universo vivo com a presença do Espírito de Deus. Não somos meras peças duma máquina cósmica. A diferença entre “fazer parte de” e “ser uma peça de” é muito grande. Ao fazer parte compartilhamos a vida (Espírito) com toda a criação. Em contraste, uma peça é um componente duma máquina sem vida. O universo é um organismo saturado com a vida do Espírito e fazemos parte dele.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

FLORES E ROLINHAS

..e as flores aparecem nos campos. É tempo de cantar: ouve-se nos campos o canto das rolinhas.

Cântico 2.12 (leia 2.8-14) – BLH

As flores e o canto das rolinhas fazem parte do processo da fecundação. As flores são os órgãos sexuais das plantas, o canto das rolinhas evidenciam as "cantadas" entre machos e fêmeas. A época de fecundação é a mais bela da existência, época de otimismo e alegria! É tempo de cantar!...

Jesus representa a fecundação. Ele veio para semear o Reino de Deus. A maioria das pessoas na época de Jesus não entendia a missão nem a alegria dele. O Reino de Deus retrata a primavera da história! O mundo vive o inverno e as brisas mornas da primavera custam a derreter o gelo das forças da morte... Jesus reflete a primavera em plena época de inverno. O inverno o crucificou, mas a primavera o ressuscitou!

O evangelho deve nos libertar das limitações do inverno, liberando a nossa fecundidade, abrindo as portas para a nova criatividade! A maioria das igrejas tem medo da fecundidade da primavera, tentando bitolar seus membros dentro de um sistema de doutrinas para evitar que eles criem novidades não ortodoxas. Jesus não era ortodoxo.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

SACRIFÍCIO PELA COLETIVIDADE

Sobremaneira admirável e digna de abençoada memória foi a mãe, a qual, vendo morrer seus sete filhos no espaço de um só dia, soube portar-se animosamente por causa das esperanças que o Senhor depositava.

2 Macabeus 7.20 (leia 7.1-20) – BJ

Este espírito é estranho à nossa sociedade onde reina egoísmo e corrupção. A tendência, hoje em dia, é da mãe sacrificar a sociedade em favor dos seus filhos e de si mesma. Em vez de se identificar com a sociedade, o nosso individualismo, levado ao extremo egoísmo leva cada um contra todos a favor de si mesmo. O resultado é a corrupção na vida pública, desde pequenos furtos a rombos multimilionários, a colocação de lucro como o valor supremo da indústria e do comércio, a marginalização das massas mais fracas com o resultado de violência generalizada contra todos os cidadãos e bens coletivos, criando um clima de insegurança para todos, inclusive para os próprios exploradores!

Aquela mãe, embora sentindo a dor e a angústia da perda dos filhos martirizados, sentia-se confortada pelo motivo do sacrifício. Deveria ter sido o mesmo sentimento de Maria diante da morte de Jesus, mas este sentimento falta hoje...

terça-feira, 5 de maio de 2009

MAIS DO QUE UM PEDAÇO DE CARNE DE PORCO

Na verdade não é condizente com a nossa idade o fingimento. Isto levaria muitos jovens a se desviarem, persuadidos de que Eleazar aos noventa anos teria passado para os costumes estrangeiros. Seria uma nódoa infamante para a minha velhice.

2 Macabeus 6.24-25 (leia 6.18-31) – BJ

Eleazar morreu como mártir porque recusou comer carne de porco. Ele poderia ter comido a carne para satisfazer seus atormentadores, sem mudar as suas convicções e preservado a sua vida. Mas o que estava em jogo não era apenas um pedaço de carne... O que estava em jogo era toda a estrutura de um povo e um estilo de vida coletiva.

Sem entrar na questão da validade daquela cultura, segundo meu ponto de vista, reconheço o princípio de que viver não é só existir! Aquele pedaço de carne representava uma ameaça para uma coletividade. Eleazar resistiu à violação contra sua coletividade. Certo ou errado, ele não pensava em si. Entregou a sua vida em defesa do seu povo, da melhor maneira que entendia. A sobrevivência e o bem estar do seu povo valia mais do que a sua própria vida! É este espírito está faltando em nossa sociedade hoje.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

O FIM TRISTE DE UM OPRESSOR

Eu, que era tão bondoso e amado nos tempos do meu poder! Agora, porém, assalta-me a lembrança dos males que cometi em Jerusalém, quando me apoderei de todos os objetos de prata e de ouro e mandei exterminar os habitantes de Judá sem motivo. É por isso que esses males se abateram sobre mim.

1 Macabeus 6.11b,12,13ª (leia 6.1-13) – BJ

Aqui temos o depoimento de um agressor no fim da sua vida, que, ao cair em desgraça, analisou o seu passado com honestidade. Ele reconheceu que, muito daquilo que fazia contra os outros, era também contra si mesmo! Esta é uma lição difícil de aprender! É impossível conseguir qualquer coisa, às custas dos outros, sem nos prejudicar também... O ladrão, por mais rico que seja, é uma figura trágica, uma pessoa infeliz e vazia.

O rei do nosso texto morreu triste e sozinho porque a sua vida se concentrava em adquirir poder e coisas. Para fazer isto ele tinha que se colocar contra os demais. Ao se colocar contra os demais, o rei se alienou da vida e morreu por dentro... Esta morte por dentro levou-o à enfermidade física. Em contraste, Jesus veio como pobre, em forma de servo e, pelo amor ao próximo se realizou! A sua morte se transformou em vida...

domingo, 3 de maio de 2009

CARÁTER E IDENTIDADE

No mês em que os gentios o tinham profanado, foi o altar novamente consagrado com cânticos e ao som de citaras, harpas e címbalos. O povo inteiro se prostrou, elevando louvores ao Céu que os tinha conduzido até ali.

1 Macabeus 4.54-55 (leia 4.36-37,52-59) – BJ

O tema principal de Macabeus é a preservação da identidade e o meio de vida diante de fortes pressões externas. Houve uma minoria que conseguia, apesar de tudo, manter a sua identidade por achar que era preferível morrer do que perder a identidade e os costumes que apoiavam.

Isto tem o seu lado positivo em termos de formação de caráter e de integridade. Indica uma "encarnação" de um conjunto de valores que vai além da mera sobrevivência individual e uma integração da vida a um cosmos maior do que o indivíduo. O valor supremo da pessoa não é ela mesma, pois o centro de sua vida está fora de si mesma.

O extremo individualismo de hoje perdeu esta dimensão da vida e cria uma geração de "Maria-vai-com-as-outras", em que a sobrevivência individual é o valor supremo: - cada um por si e os outros se danem... Daí, o desmoronamento da nossa sociedade...

sábado, 2 de maio de 2009

RESISTINDO AS PRESSÕES

Eu, meus filhos e meus irmãos continuaremos a seguir a Aliança dos nosso pais. Deus nos livre de abandonar a lei as tradições.

1 Macabeus 2.20-21 (leia 2.15-29) – BJ

O admirável deste texto é a resistência de uma minoria para poder manter a sua identidade diante de grandes pressões externas. Sem entrar no mérito das convicções das pessoas envolvidas, há uma grande lição a ser aprendida nesta parte. Aqui temos um caso de grande solidariedade familiar contra agressões de fora. Com esta solidariedade, o grupo conseguiu manter a sua identidade e sobreviver! Eles eram vítimas de uma evangelização pelo povo dominante que vinha de fora para impor a sua filosofia de vida e destruir a dos outros. Sem este forte senso de identidade, o grupo teria se perdido nas correntezas da história.

O caos da nossa realidade social não fornece à maioria das pessoas da nossa sociedade esta base de solidariedade grupal para poder resistir às pressões que vêm de fora. A maioria cai vítima das pressões do consumismo, drogas, corrupção e perde a sua verdadeira identidade! As pessoas soltas no mundo não têm onde se agarrar para se segurar diante das pressões do poder da morte.