domingo, 29 de maio de 2016

TORRES E GUERRAS

No futuro,
o monte do Templo do Deus Eterno
será o mais alto de todos
e ficará acima de todos os montes.
Os povos de todas as nações
irão correndo para lá...
Eles transformarão as suas espadas em arados
e as suas lanças, em foices.
Nunca mais as nações farão guerra,
nem se prepararão para batalhas...
Venham, vamos caminhar
na luz que o Deus Eterno nos dá.
Isaías 2.2,4b5b – NTLH

Esta passagem representa o oposto da nossa realidade. Os templos não são mais os prédios mais altos das nossas paisagens urbanas. Com a carência de princípios éticos, morais e religiosos as nossas cidades se tornaram praças de medo e conflito. Os desentendimentos entre os povos e as nações aumentam e as possibilidades de paz se afastam cada vez mais. Hoje Jerusalém, cujo nome significa “Cidade de Paz” é o “anti-modelo” de como o mundo deveria ser. É uma cidade de ódio, violência e injustiça. Promove terrorismo nos países vizinhos. Os instrumentos de guerra têm prioridade na escala de valores e a nossa marcha está em direção a um grande “apagão” social e moral.

Construções altas e imponentes são meios do ser humano mostrar a sua grandeza e escala de valores. Antigamente as torres das catedrais dominavam as cidades. O clero mandava. Agora, é o comércio. As Torres Gêmeas de Nova Iorque simbolizavam o que está acontecendo na escala global hoje. Eram o orgulho do poder crescente, da economia e tecnologia da globalização promovida pelo mundo ocidental. Mas a sua destruição demonstrou a sua fragilidade diante do outro lado da realidade: a pobreza e a desigualdade.

A pobreza produziu uma religiosidade igualmente destrutiva – um fundamentalismo, também anti-vida e opressor. Todas as grandes religiões estão caminhando em direção ao radicalismo que joga uma religião contra a outra e promove “guerras santas”. Nações “cristãs” fazem guerra para proteger seus interesses. Judeus usam a promessa feita a Abraão como justificativa para dominar a Terra Santa. Muçulmanos, por motivos religiosos, querem dominar a mesma área. Fundamentalistas Islâmicos querem convocar Jihad (guerra santa) contra o mundo ocidental. No mesmo espírito, muitos cristãos são contra outras igrejas cristãs e gostam de cânticos com letras de guerra como “O Nosso General é Cristo”.

A profecia de Isaías afirma que a “luz que o Deus Eterno nos dá” nos leva a outros caminhos – os de paz e justiça. Nosso desafio é para andarmos na contramão da história – viver a paz e a justiça. Jesus nasceu no meio de conflitos, mas seu caminho era o de paz. Foi cercado pelo sofrimento, mas foi agente de cura. Encontrou a rejeição, mas aceitou até os mais inaceitáveis. Foi odiado, mas amou até o ponto de morrer pelos inimigos.

Jesus, a encarnação do amor divino, morreu, mas pode voltar através de nós. Não podemos ter o luxo de rejeitar este mundo que Deus ama. A luz é dada para vencer trevas e iluminar caminhos. A encarnação do amor pode se repetir cada vez que nós andamos na luz como Jesus andou na luz. Somente a luz do amor vivida por nós pode mostrar ao mundo o caminho da paz.

ISAÍAS 2.1-5 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)

Esta é a mensagem a respeito de Judá e de Jerusalém que o Senhor Deus deu a Isaías, filho de Amoz:
No futuro,
o monte do Templo do Senhor
será o mais alto de todos
e ficará acima de todos os montes.
Os povos de todas as nações irão correndo para lá
e dirão assim:
“Vamos subir o monte do Senhor,
vamos ao Templo do Deus de Israel.
Ele nos ensinará o que devemos fazer,
e nós andaremos nos seus caminhos.
Pois os ensinamentos do Senhor vêm de Jerusalém;
do monte Sião ele fala com o seu povo.”
Deus será o juiz das nações,
decidirá questões entre muitos povos.
Eles transformarão as suas espadas em arados
e as suas lanças, em foices.
Nunca mais as nações farão guerra,
nem se prepararão para batalhas.
Venham, descendentes de Jacó,
vamos caminhar na luz que o Senhor nos dá.



sexta-feira, 27 de maio de 2016

TOWERS AND WARS

In the last days
the mountain of the Lord’s temple
will be established
as the highest of the mountains;
it will be exalted above the hills,
and all nations will stream to it.
They will beat their swords into plowshares
and their spears into pruning hooks.
Nation will not take up sword against nation,
nor will they train for war anymore.
Come, descendants of Jacob,
let us walk in the light of the Lord.
Isaiah 2:2, 4, 5 – NIV

This passage represents the opposite of the reality that we are living today. Temples are no longer the tallest buildings in the urban landscape. With the lack of ethical, moral and religious principles Jerusalem is not the “City of Peace” that its name signifies, but has become a center of hate and conflict. The lack of understanding between the segments of its population produces increasingly violent conflicts with the daily loss of innocent lives. Today Jerusalem and all the “Holy Land” are the opposite of how the world should be. The world does not look to Israel as a source of inspiration and hope. It is feared as an oppressor and a threat to world peace. Instruments of war have priority in the scale of values in its march toward social and moral blackout. Incredibly Zionists do not see this truth. Their simplistic, proof text and erroneous use of the Old Testament make them blind to what really transpires there. In no way is it the fulfillment of prophecy and worthy of respect.

In world history tall and stately buildings have been a means of demonstrating human grandeur and way of showing their scale of values. Formerly the towers of cathedrals dominated cities, because the clergy were in control. Now it is finances. Dubai has the tallest building in the world and China the largest, all dedicated to economic gain (see end link). The Twin Towers in New York symbolized what is happening on the global scale. They were the pride of the growing economic power of globalization. But their destruction (whether an inside job or not) demonstrated the fragility of the system. The poverty and inequality which the system creates is counterproductive, and it is urgent for the survival of the human race that it be faced up to.

Poverty has produced an equally destructive religiosity, Fundamentalism. It is also anti-life and oppressive. Most major religions have movements toward radicalism playing one religion against another and promoting "holy wars”. "Christian" nations make war against “Islamic” nations to protect their interests. Jews use the promise made to Abraham as a justification to master the Holy Land. Muslims, for the same reasons, want to master the same area. Islamic fundamentalists want to call a Jihad (holy war) against the Christian world. In the same spirit, many Christians are against those who do not bow down to them. Militarism is glorified even to the point of having songs with war lyrics such as "Christ is our General".

But if we take seriously the prophecy of Isaiah where it says, "walk in the light of the LORD" it will lead us to other paths: peace and justice. Our challenge is to swim against the flow of history by living peace and justice. Jesus was born in the midst of conflict, but his path was peace. He was surrounded by suffering but was a healing agent. He encountered rejection but accepted the most unacceptable. He was hated but loved to the point of being put to death by his enemies.

Jesus was the incarnation of divine love, but can return to the world only through us. We cannot have the luxury of rejecting this world that we claim God loves. For us the purpose of light is to overcome darkness and illuminate paths. The incarnation of love can be repeated every time we walk in the light as Jesus walked in the light. Only the light of love when incarnated by us can show the world the path to peace.

ISAIAH 2:1-5 – NEW INTERNATIONAL VERSION (NIV)

This is what Isaiah son of Amoz saw concerning Judah and Jerusalem:
In the last days the mountain of the Lord’s temple will be established
    as the highest of the mountains;
it will be exalted above the hills,
    and all nations will stream to it.

Many peoples will come and say,

“Come, let us go up to the mountain of the Lord,
    to the temple of the God of Jacob.
He will teach us his ways,
    so that we may walk in his paths.”
The law will go out from Zion,
    the word of the Lord from Jerusalem.
He will judge between the nations
    and will settle disputes for many peoples.
They will beat their swords into plowshares
    and their spears into pruning hooks.
Nation will not take up sword against nation,
    nor will they train for war anymore.
Come, descendants of Jacob,
    let us walk in the light of the Lord.




domingo, 22 de maio de 2016

OTIMISMO PROFÉTICO

Os cegos verão,
e os surdos ouvirão;
os aleijados pularão e dançarão,
e os mudos cantarão de alegria.
Pois fontes brotarão no deserto,
e rios correrão pelas terras secas.
Isaías 35.5-6 – NTLH

Longe de ser pessimista, as escrituras são até otimistas demais! Conseguem apontar algo de bom, além de tantas coisas ruins que enchem a terra... Descrevem aleijados, não apenas ficando em pé sem muletas, mas aleijados pulando e dançando; mudos não apenas conseguindo falar algumas palavras, mas mudos cantando de alegria! Contam-nos de desertos transformados em jardins, jorrando água! As escrituras são otimistas ao extremo, porque o seu Deus é grande.

Há uma lei da natureza que temos muita dificuldade em aceitar: a vida e a morte são interdependentes. Uma não pode existir sem a outra. Cada dia a vida do nosso corpo é sustentada pela morte de milhões de outros organismos biológicos. Cada bocado que comemos para sustentar o nosso corpo representa a morte de outras formas de vida: vegetal, animal ou bacteriana. A morte sustenta a nossa vida. Sem a morte de outros, não teremos vida.

Enxergar somente a morte traz tristeza e desespero. O profeta Isaías conseguiu ver que a sequidão da terra e as aflições do povo estavam abrindo caminho para novas possibilidades ainda não sonhadas. Foi otimista porque viu que a desolação física ao seu redor estava anunciando uma nova plenitude de vida. A feiura estava abrindo caminho para a beleza: a tristeza para a alegria.

O que parece ser mal pode ser a mão de Deus levando as pessoas e o mundo a uma vida contrária a que está vivendo agora. A “ira de Deus” se volta para a cura e a recuperação e não para a vingança e destruição. O homem que nasceu aleijado: relata num dos Evangelhos não nasceu assim por causa do pecado dele ou dos pais, nem por causa do castigo de Deus, mas para que o poder de Deus pudesse ser revelado. Pelas aparências, o mundo e a humanidade estão perdidos e poucos se salvarão. A glória do Evangelho é patente: o que parece perdição é realmente salvação e bênção.

Ficamos assustados em ver os muçulmanos fanáticos, voluntariamente e alegremente, sacrificar a sua vida em defesa da sua causa. Eles crêem que a sua morte resultará em vida maior. Para eles a morte é uma amiga. Condenamos aqueles que matam em nome de Deus, mas, ao mesmo tempo, seriamos capazes de morrer pelo amor ao próximo? Amamos tanto a vida abundante que dificilmente sacrificamos os nossos privilégios, muito menos a nossa vida.

Jesus nasceu para morrer. Este Jesus precisa nascer dentro de nós e nos contagiar com o otimismo profético que nos leva a abrir mão dos privilégios na certeza que o sacrifício pode ser o caminho para vida abundante.

ISAÍAS 35 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)

O deserto se alegrará,
e crescerão flores nas terras secas;
cheio de flores, o deserto cantará de alegria.
Deus o tornará tão belo como os montes Líbanos,
tão fértil como o monte Carmelo e o vale de Sarom.
Todos verão a glória do Senhor,
verão a grandeza do nosso Deus.
Fortaleçam as mãos cansadas,
deem firmeza aos joelhos fracos.
Digam aos desanimados:
“Não tenham medo; animem-se,
pois o nosso Deus está aqui.
Ele vem para nos salvar,
ele vem para castigar os nossos inimigos.”
Então os cegos verão,
e os surdos ouvirão;
os aleijados pularão e dançarão,
e os mudos cantarão de alegria.
Pois fontes brotarão no deserto,
e rios correrão pelas terras secas.
A areia quente do deserto virará um lago,
e haverá muitas fontes nas terras secas.
Os lugares onde agora vivem os animais do deserto
virarão brejos onde crescerão taboas e juncos.
Haverá ali uma estrada
que será chamada de “Caminho da Santidade”.
Nela, não caminharão os impuros,
pois ela pertence somente ao povo de Deus.
Até os tolos andarão nela
e não se perderão.
Nesse caminho, não haverá leões,
animais selvagens não passarão por ele;
ali andarão somente os salvos.
Aqueles a quem o Senhor salvar voltarão para casa,
voltarão cantando para Jerusalém
e ali viverão felizes para sempre.
A alegria e a felicidade os acompanharão,
e não haverá mais tristeza nem choro.



sexta-feira, 20 de maio de 2016

OPTIMISTIC PROPHECY

Then will the eyes of the blind be opened
and the ears of the deaf unstopped.
Then will the lame leap like a deer,
and the mute tongue shout for joy.
Water will gush forth in the wilderness
and streams in the desert.
Isaiah 35:5-6 – NIV

Far from being pessimistic, the scriptures are often too optimistic! They can point to something good when so many bad things fill the world. They describe the crippled not only as standing without crutches, but jumping and dancing; the dumb not only as speaking a few words, but singing for joy! They tell us of deserts being transformed into gardens with gushing water fountains! The scriptures are optimistic to the extreme, because their God is great.

There is a law of nature that we have great difficulty in accepting: life and death are interdependent. One cannot exist without the other. Daily our body is sustained by the death of millions of other biological organisms. Every bite we eat to sustain our body comes from the death of other life forms: plant, animal or bacterial. Death sustains our life. We cannot live without causing the death of other organisms. Also, the death of our body will release elements that will go to support other living organisms.

To see death and tragedy as being final brings sadness and despair. The prophet Isaiah could see that the dryness of the earth and the sufferings of the people could give way to new possibilities yet undreamed of. He was optimistic because he saw that the physical desolation around him could be transformed into a new fullness of life. The ugliness could pave the way to beauty and sorrow to joy.

There is another law that we have much difficulty in recognizing: evil is self-destructive. The logic of dealing with evil by trying to destroy evil is like the logic of killing people who kill people because killing people is wrong. Attempts to destroy evil only multiply evil. An eye for eye causes blindness, not sight. Historically, all great imperials have collapsed from inner rottenness rather than from superior external forces. Evil gives the appearance of being all powerful, but it will ultimately destroy itself. Our great danger is that by our participation in evil, even by trying to destroy it, we will destroy ourselves.

The contribution of the Gospel message is the creation of good, not the destruction of evil. Many people in the time of Jesus expected him to be a powerful figure and destroy the Roman oppressors. When that didn’t happen he was questioned about his “savior hood”. He replied: “The blind receive sight, the lame walk, those who have leprosy are cleansed, the deaf hear, the dead are raised, and the good news is proclaimed to the poor” (Mt. 11:5). We cannot destroy evil in the world, but we can promote goodness. Our prophetic hope is that evil will eventually destroy itself and that our goodness will be self-perpetuating.

We were startled to see the Muslim fanatics, willingly and joyfully sacrifice their lives in defense of their cause. They believe that their death will contribute to their enemy’s defeat. For them death is a friend. We condemn those who kill in the name of God, but at the same time, would be able to die for love of even a neighbor, much less for someone who does not like us? We so love our comfort and security that we are reluctant to sacrifice our privileges, much less our lives.

We play up the death of Jesus but have difficulty in following the example of his life. Yet, it was his teachings and ministry that made his death significant. Jesus needs to be born within us in such a way as to infect us with the prophetic optimism that leads us to give up our privileges with the certainty that self-giving is the way to abundant life.

ISAIAH 35 – NEW INTERNATIONAL VERSION (NIV)

The desert and the parched land will be glad;
    the wilderness will rejoice and blossom.
Like the crocus, it will burst into bloom;
    it will rejoice greatly and shout for joy.
The glory of Lebanon will be given to it,
    the splendor of Carmel and Sharon;
they will see the glory of the Lord,
    the splendor of our God.
Strengthen the feeble hands,
    steady the knees that give way;
say to those with fearful hearts,
    “Be strong, do not fear;
your God will come,
    he will come with vengeance;
with divine retribution
    he will come to save you.”
Then will the eyes of the blind be opened
    and the ears of the deaf unstopped.
Then will the lame leap like a deer,
    and the mute tongue shout for joy.
Water will gush forth in the wilderness
    and streams in the desert.
The burning sand will become a pool,
    the thirsty ground bubbling springs.
In the haunts where jackals once lay,
    grass and reeds and papyrus will grow.
And a highway will be there;
    it will be called the Way of Holiness;
    it will be for those who walk on that Way.
The unclean will not journey on it;
    wicked fools will not go about on it.
No lion will be there,
    nor any ravenous beast;
    they will not be found there.
But only the redeemed will walk there,
     and those the Lord has rescued will return.
They will enter Zion with singing;
    everlasting joy will crown their heads.
Gladness and joy will overtake them,
    and sorrow and sighing will flee away.



domingo, 15 de maio de 2016

A GRANDE PRESENÇA

...o Senhor mesmo lhes dará um sinal:
a jovem que está grávida dará à luz um filho
e porá nele o nome de Emanuel.
Isaías 7.14 – NTLH

O Rei Acaz não acreditava na promessa do Deus Eterno de proteger Jerusalém dos ataques da Síria e Efraim. O medo era tanto que não conseguiu acreditar nas palavras do profeta Isaías. Acaz foi, então, desafiado a pedir qualquer sinal ao Eterno como prova da validade da promessa. O Rei recusou pedir sinal. Mesmo assim, Deus lhe deu uma prova: a jovem mãe dá o nome “Emanuel” (Deus conosco) ao filho recém-nascido. Esta mãe tinha mais fé a respeito da presença do Eterno do que o rei que havia recebido a palavra do profeta.

O sinal foi dado ao Rei Acaz pouco depois do pronunciamento de Isaías. Séculos depois, Mateus, querendo “provar” a divindade de Jesus, arrancou esta passagem das escrituras do seu contexto e modificou seu sentido.

Não há nada significante a respeito da jovem mãe a não ser a sua fé. Mateus, ao usar a versão grega do antigo testamento, erradamente traduzia "jovem" por "virgem". Assim sendo, adotou a posição que esta passagem se referia a Maria, que ela era virgem e que a criança nascida era Jesus! Ignoravam o fato de que a criança da profecia se chamava Emanuel e não Jesus.

Para "provar" que Jesus era aquele ungido por Deus, prometido pelas profecias, a igreja primitiva lançava mão de diversos textos duvidosos. Para Jesus ser o prometido não havia nenhuma necessidade dele ter nascido de uma virgem, nem de uma mulher "direitinha". Ao insistir em detalhes como este, perdemos de vista o essencial – o nascido do Espírito é aquele que tem o Espírito e o deixa agir na sua vida, independentemente das suas origens humanas. Esta abordagem de Jesus é secundária. O essencial era Seu relacionamento com o Papai!

Vivemos num mundo de ameaças e perigos. O medo sentido pelo Rei Acaz faz parte da experiência de bilhões de pessoas hoje. Muitas sentem medo até de sair à noite na rua das cidades grandes. A grande maioria das pessoas tem a sua confiança na ordem social abalada. O futuro parece mais duvidoso do que nunca. Precisamos uma mensagem de esperança e força para crer. Apesar das aparências do abandono no meio do caos ético, moral e social que vivemos hoje, Emanuel continua ser uma realidade.

Independente do uso equivocado do texto em relação à pessoa de Jesus, ele tem muito a ver conosco hoje. Estando sensíveis a presença divina cada um pode ser um “Emanuel” e exercer influência para o bem e contribuir para a paz e a justiça. “Emanuel” está presente até nas pequenas coisas que fazemos - pode chegar no murmuro de uma brisa suave como também no trovão de uma tempestade. Jesus foi Emanuel na medida em que encarnou a presença do Papai, e o nosso desafio é ser imitadores dele, também encarnando a Grande Presença.

ISAÍAS 7:10-16 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)

O Senhor Deus enviou ao rei Acaz esta outra mensagem:

— Peça ao Senhor, seu Deus, que lhe dê um sinal. Esse sinal poderá vir das profundezas do mundo dos mortos ou das alturas do céu.

Mas Acaz respondeu:

— Não vou pedir sinal nenhum. Não vou pôr o Senhor à prova.

Então Isaías disse:

— Escutem, descendentes do rei Davi! Será que não basta vocês abusarem da paciência das pessoas? Precisam abusar também da paciência do meu Deus? Pois o Senhor mesmo lhes dará um sinal: a jovem que está grávida dará à luz um filho e porá nele o nome de Emanuel. Quando ele chegar à idade de saber escolher o bem e rejeitar o mal, o povo estará comendo coalhada e mel. Mas, mesmo antes desse tempo, ó rei Acaz, as terras daqueles dois reis que lhe causaram tanto medo ficarão completamente abandonadas.



sexta-feira, 13 de maio de 2016

IMMANUEL: GOD WITH US

…the Lord himself will give you a sign:
A young woman will conceive
and give birth to a son,
and will call him Immanuel.
Isaiah 7:14 - NIV

King Ahaz was so fearful of the military might of Syria and Ephraim that he was unable to believe the promise of the eternal God to protect Jerusalem from their attacks as it was conveyed to him by the prophet Isaiah. Isaiah then challenged Ahaz to ask for a sign, any sign, as proof of validity that the promise was really from God. The King even refused to request a sign as proof. In spite of the refusal Isaiah told Ahaz that the Lord Himself would give a sign which would be that a young woman would conceive, give birth to a son and give to the newborn son the name, "Immanuel". In the Hebrew language Immanuel means “God with us”. This sign was given to King Ahaz to show that a humble peasant woman had more faith in the protection of God than he had.

Centuries later Matthew plucked this passage of scripture out of its context and changed its meaning in order to "prove" that Jesus was divine by being born of the Virgin Mary. There is nothing significant about the young mother in this passage unless it was her faith. Matthew used the Greek version of the Old Testament and mistakenly translated "young" for "virgin". He erroneously took the position that this passage was referring to Mary and that she was a virgin. He also ignored the fact that the child of prophecy was named Immanuel, not Jesus.

To "prove" that Jesus was the one anointed by God, promised by the prophecies, the early church made use of several dubious texts. For Jesus to be the Promised One there was no need for him to be born of a virgin or of a socially correct woman. By insisting on details like this, we lose sight of the essentials – to be born of the Spirit is for one to let the Spirit direct our lives regardless of our origins. This “proof text” approach to Jesus is superficial and misleading. The key to understanding Jesus was his relationship with the Sacred, not dubious details about his physical birth.

We live in a world of threats and dangers. The fear felt by King Ahaz is part of the experience of billions of people today. Many are afraid to go outside at night in many of the big cities. The majority of people have their confidence shaken in the social order. Governments have become sociopathic, cultivating an atmosphere of terrorist threats in order to keep the people submissive. With growing economic inequality and perverted justice the future looks more uncertain than ever. We need a message of hope and something in which to believe despite the appearances of abandonment in the midst of ethical, moral and social chaos in which we live today.

Regardless of the misuse of the text in relation to the person of Jesus, it can have a lot to do with us today. Each one can be an "Immanuel” by living what Jesus did and taught. The GOOD can be present in us as we strive to incarnate the Gospel principles in our life, independent of our creeds. We can be Immanuel as we strive to be rather than to have, to put solidarity above selfish individualism, to forgive rather than to avenge and cultivate compassion to replace judgment. Jesus was Immanuel in the sense that he incarnated the loving qualities of the one that he identified as his Daddy. Our challenge is to be imitators of him, also embodying the Great Good as we identify ourselves with those whom our system has transformed into outcasts. Only as we take up this cross can we become an “Immanuel”, God’s presence in society.

ISAIAH 7:10-16 – NEW INTERNATIONAL VERSION (NIV)

Again the Lord spoke to Ahaz, “Ask the Lord your God for a sign, whether in the deepest depths or in the highest heights.”

But Ahaz said, “I will not ask; I will not put the Lord to the test.”

Then Isaiah said, “Hear now, you house of David! Is it not enough to try the patience of humans? Will you try the patience of my God also? Therefore the Lord himself will give you a sign: A young woman will conceive and give birth to a son, and will call him Immanuel. He will be eating curds and honey when he knows enough to reject the wrong and choose the right, for before the boy knows enough to reject the wrong and choose the right, the land of the two kings you dread will be laid waste.



domingo, 8 de maio de 2016

MORTE E ESPERANÇA

No ano em que o rei Uzias morreu,
eu vi o Senhor sentado
num trono alto e elevado.
O seu manto se estendia
pelo Templo inteiro.
Isaías 6.1– NTLH

Muitas vezes é necessário morrer o bom para deixar nascer o melhor. O rei Uzias era bom, mas morreu. Com a sua morte, muitos ficaram apavorados porque Uzias representava esperança diante da ameaça da sua terra ser invadida e conquistada pelo inimigo.

O pavor levou Isaías ao templo, certamente em busca de consolo. Na sua contemplação o medo foi transformado em espanto, espanto de uma visão de uma realidade que transcendia o cenário político. Acima de Uzias existe uma realidade maior. O templo representava o mundo e a presença do Eterno o enchia. Aquele instante marcou a vida de Isaías para sempre. Veio a pergunta: “Quem falaria desta realidade?” Seria quem teve a visão!...

A história não só se repete, mas aumenta a intensidade das ameaças e os “artistas” são mais numerosos. Muitos se apresentam como a única esperança, fazendo promessas e pedindo votos. Movimentos reformistas aparecem, mas, ao ganhar força, ingressam no mundo dos corrompidos pelo poder. Diante deste cenário, alguns perguntam: “Será que existe salvação?”...

Estamos assistindo a morte, muitas mortes, mortes de esperança: esperança de dias melhores, da diminuição da violência, de mais segurança, de saúde melhor, ordenado mais adequado, pensão mais justa, um mundo mais tolerante, religião mais compassiva, mais justiça social. Estamos vendo a morte da humanidade, da natureza, do Planeta Terra, e, aparentemente do Deus de amor e misericórdia. Será que a morte da humanidade é necessária para a salvação da vida?...

Foi somente depois de visão da Morte e da Glória que Isaías passou por uma purificação e se tornou candidato de ser portador de uma nova mensagem: Há um poder que transcende tudo que julgamos importante. Nossos valores são transitórios, nossas respostas inadequadas, nossos ideais limitados. Estando em comunhão e em harmonia com o Eterno, “sucesso” e “fracasso” são secundários. O importante é estar ao lado do bem, da verdade e do amor, sem medir as consequências em relação aos “prejuízos” e “benefícios” pessoais. O importante é confiar o nosso destino nas “mãos” do Eterno e viver pela fé. Além das aparências, o Eterno está alcançando seus desígnios e nós fazemos parte deles.

A coragem do profeta está na certeza da providência divina. Foi a mesma visão de Jesus que vivia como os “lírios do campo” os “pássaros do ar”. Confiava nas providências do Papai. Vivia o amor no mundo de desamor. Morreu amando, mesmo sendo odiado. Esta visão pode ser a nossa também se podemos dizer junto com Isaías: “Aqui estou eu. Envia-me a mim!...”

ISAÍAS 6:1-8 – NOVA TRADUÇÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)

No ano em que o rei Uzias morreu, eu vi o Senhor sentado num trono alto e elevado. O seu manto se estendia pelo Templo inteiro, e em volta dele estavam serafins. Cada um deles tinha seis asas: com duas eles cobriam o rosto, com duas cobriam o corpo e com as outras duas voavam. Eles diziam em voz alta uns para os outros:

“Santo, santo, santo é o Senhor Todo-Poderoso;
a sua presença gloriosa enche o mundo inteiro!”

O barulho das vozes dos serafins fez tremer os alicerces do Templo, que foi ficando cheio de fumaça. Então eu disse:

— Ai de mim! Estou perdido! Pois os meus lábios são impuros, e moro no meio de um povo que também tem lábios impuros. E com os meus próprios olhos vi o Rei, o Senhor Todo-Poderoso!

Aí um dos serafins voou para mim, segurando com uma tenaz uma brasa que havia tirado do altar. Ele tocou a minha boca com a brasa e disse:

— Agora que esta brasa tocou os seus lábios, as suas culpas estão tiradas, e os seus pecados estão perdoados.

Em seguida, ouvi o Senhor dizer:

— Quem é que eu vou enviar? Quem será o nosso mensageiro?

Então respondi:

— Aqui estou eu. Envia-me a mim!



sexta-feira, 6 de maio de 2016

DEATH AND HOPE

In the year that King Uzziah died,
I saw the Lord,
high and exalted,
seated on a throne;
and the train of his robe filled the temple.
Isaiah 6:1 - NIV

Often it is necessary for the good to die so that something better can replace it. King Uzziah was good, but he died unexpectedly. With his death, many were terrified because Uzziah represented hope in the face of the threat of their land being invaded and conquered by enemy powers.

Certainly it was fear that took Isaiah to the temple for solace. In his contemplation fear was transformed into amazement and astonishment by way of a new vision of a reality that transcended the political landscape. Beyond Uzziah there was a greater truth. The temple represented the world filled by presence of the Eternal One. That moment marked the life of Isaiah forever. There came the question: "Who would speak this Truth?" It would be those who could see it!

History not only repeats itself, but the dangers increase in intensity, and the "actors" become more numerous. Many present themselves as a great hope, making promises in order to get votes and gain power. Reformists appear, but when they do gain authority they become more corrupt than that which they promise to eliminate. In this scenario we ask: "Is there salvation?"

We are witnessing death, many deaths, the death of hope for better days, hope for peace, hope for social wellbeing, hope for tolerance and compassion in religion and hope for social justice. We are seeing the death of humanity, the death of nature, the death of Earth, and apparently the death of a God of love and mercy. Will the death of humanity be necessary for the salvation of life on Earth?

It was only after feeling the reality of death and having the vision of the higher power of the Good (God) that Isaiah underwent a cleansing of spirit and became a candidate to be the bearer of a new message of hope. The power of the Good surpasses everything we deem important. Our values are transient, our responses inadequate and our ideals limited. When we are in communion and harmony with the basic Goodness of the universe "success" and "failure" are secondary. The important thing is to be on the side of Goodness, Truth and Love, without measuring the consequences in relation to personal "costs" or "benefits". The important thing is to trust that Good is better than evil, that Love is better than hate, that Forgiveness is better than vengeance, that Self-giving is our best security, and that death is a part of life. The destruction of old hopes may be the way that the Good brings new hope and new possibilities. Our partnership with the Good can free us from despair as we face the bleakness of what is immediately before us.

The courage of the prophet was from his seeing that Good overshadowed the immediate tragedy of the death of King Uzziah. It was the same vision of Jesus who lived like the "lilies of the field" and the "birds of the air." as the result of his trust in the providence of the Father whom he addressed as “Daddy”. He lived Love in a world of hatred. Died loving even while being reviled. This view can also be ours if we can say with Isaiah: "Here I am. Send me!"

ISAIAH 6:1-8 – NEW INTERNATIONAL VERSION (NIV)

In the year that King Uzziah died, I saw the Lord, high and exalted, seated on a throne; and the train of his robe filled the temple. Above him were seraphim, each with six wings: With two wings they covered their faces, with two they covered their feet, and with two they were flying. And they were calling to one another:

“Holy, holy, holy is the Lord Almighty;
    the whole earth is full of his glory.”

At the sound of their voices the doorposts and thresholds shook and the temple was filled with smoke.
“Woe to me!” I cried. “I am ruined! For I am a man of unclean lips, and I live among a people of unclean lips, and my eyes have seen the King, the Lord Almighty.”
Then one of the seraphim flew to me with a live coal in his hand, which he had taken with tongs from the altar. 7 With it he touched my mouth and said, “See, this has touched your lips; your guilt is taken away and your sin atoned for.”
Then I heard the voice of the Lord saying, “Whom shall I send? And who will go for us?”
And I said, “Here am I. Send me!”



domingo, 1 de maio de 2016

PLANTANDO O BEM

Vou cantar agora para o meu amigo
uma canção a respeito da sua plantação de uvas.
O meu amigo fez essa plantação
num lugar onde a terra era boa.
Ele cavou o chão, tirou as pedras
e plantou as melhores mudas de uva.
No centro do terreno,
ele construiu uma torre para o vigia
e fez também um tanque para esmagar as uvas.
Esperava que as parreiras dessem uvas boas,
mas deram somente uvas azedas.
Isaías 5.1,2 – NTLH

À luz das ciências biológicas esta canção é problemática. Uma variedade de uva doce, com condições e tratos adequados, produziria somente uvas doces. Uma variedade de uva azeda, mesmo com todo o cuidado e capricho, produziria forçosamente frutas azedas. Cientificamente, o problema não estava nas mudas em si, mas na seleção da variedade de mudas. O dono errou na escolha e não haveria meios de corrigir o erro, simplesmente pela maneira de cuidar da plantação! O dono não admitiu a escolha errada, e jogou a culpa nas mudas. A solução certa seria substituir as mudas pela variedade desejada, não exercer vingança, destruindo o campo. A culpa era do dono por não ter escolhido a variedade certa da planta. Por engano, escolheu a variedade cuja natureza era produzir uvas azedas.

Mesmo com esta problemática para nossos conhecimentos de biologia, esta canção traz grandes lições para a vida. 1) Somos plantados e somos plantadores. 2) É importante o que plantamos.

Ninguém é uma ilha isolada de tudo e de todos. Sem o nosso consentimento, fomos inseridos dentro de um contexto. Não escolhemos o nosso sexo ou orientação sexual, nem a nossa nacionalidade ou classe social, nem pais, irmãos e parentes. Nascemos com uma carga genética de traços físicos e psicológicos predeterminantes com limites fisiológicos e emocionais.

Somos fruto do passado! Mesmo com a nossa carga genética e a nossa herança social, não somos objetos inertes e passivos. Somos interativos. Podemos determinar a nossa direção e destino. Querendo ou não, temos influência e a nossa presença faz diferença. Temos o poder de reforçar as tendências positivas e negativas ou resisti-las e mudá-las. Somos plantados, mas também somos plantadores. Podemos escolher as mudas que plantamos.

Somos responsáveis pela maneira que administramos a nossa herança. Determinamos se a herança será desculpa para fazermos o mal ou desafio para fazermos o bem. Podemos nos fazer de vítimas ou administradores positivos. As uvas não têm opções, nós as temos. Podemos escolher os nossos caminhos e o que plantamos. Mas uma vez escolhido o caminho, não podemos mudar o destino, e plantada a variedade da muda mudar seu fruto. Ódio, ganância e preconceito produzem “uvas” azedas de violência e injustiça. Amor, compaixão e capricho produzem “uvas” doces de justiça e paz. Somos semeadores saindo para semear.............

ISAÍAS 5:1-7 – NOVA TRADUÇÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)

Vou cantar agora para o meu amigo
uma canção a respeito da sua plantação de uvas.
O meu amigo fez essa plantação
num lugar onde a terra era boa.
Ele cavou o chão, tirou as pedras
e plantou as melhores mudas de uva.
No centro do terreno, ele construiu uma torre para o vigia
e fez também um tanque para esmagar as uvas.
Esperava que as parreiras dessem uvas boas,
mas deram somente uvas azedas.
Agora o meu amigo diz:
“Moradores de Jerusalém e povo de Judá,
digam se a culpa é minha ou da minha plantação de uvas.
Fiz por ela tudo o que podia;
então, por que produziu uvas azedas
em vez das uvas doces que eu esperava?
“Agora eu lhes digo o que vou fazer
com a minha plantação de uvas:
vou tirar a cerca e derrubar os muros que a protegem
e vou deixar que os animais invadam a plantação
e acabem com as parreiras.
A plantação ficará abandonada;
as parreiras não serão podadas, e a terra não será cultivada;
o mato e os espinheiros tomarão conta dela.
Também darei ordem às nuvens
para que não deixem cair chuva na minha plantação.”
A plantação de uvas do Senhor Todo-Poderoso,
as parreiras de que ele tanto gosta
são o povo de Israel e o povo de Judá.
Deus esperava que eles obedecessem à sua lei,
mas ele os viu cometendo crimes de morte;
esperava que fizessem o que é direito,
mas só ouviu as suas vítimas gritando por socorro.”