domingo, 26 de fevereiro de 2017

ESBARRAR OU TOCAR?

Quem foi que tocou na minha capa?
Marcos 5.30 (leia 5.21-43) – NTLH

Jesus é personagem central dos evangelhos. Se desviarmos a nossa atenção para as pessoas ao seu redor veremos apenas verdades secundárias. É a pessoa de Jesus que dá sentido a tudo que acontece. O episódio de Jesus e a mulher desesperadamente enferma revela facetas importantes do Mestre.

Algo na pessoa de Jesus atraía a multidão, mas ele nunca deixou ser levado por ela. Às vezes suas ações perturbavam a maioria do grande número de pessoas que o cercava. Era popular sem ser populista. Nunca usou demagogia. Seu ponto de referência nunca foi a maioria. Sua sintonia estava com a verdade. Jesus conhecia profundamente a natureza humana e entendia que o fato da multidão estar ao seu redor, apertando-o de todos os lados, não queria dizer que recebia o que Ele queria transmitir. Naquele dia, uma só pessoa daquela aglomeração conseguiu realmente se aproximar dele.

Para Jesus, todas as pessoas são importantes, ninguém é dispensável. Jesus estava a caminho para atender um caso urgente de vida ou morte de Talitá, filha de Jairo, chefe da casa de oração. Apareceu no seu caminho uma mulher, uma “Joana Ninguém”, sem expressão na ordem social. Ela não deveria estar lá. Era considerada uma mulher impura, intocável. Sofria duma hemorragia que a afligia há doze anos! A lei proibia que ela tivesse contato com outras pessoas para não “contaminá-las”.

Na sua pressa, Jesus poderia ter passado direto, sem lhe dar a mínima atenção. Dezenas de pessoas estavam esbarrando nele, mas uma só realmente tocou sua capa! Ao receber o toque escondido, Jesus parou abruptamente. “Quem foi que tocou na minha capa?” perguntou ele. A mulher tremia de medo, esperando uma severa repreensão. Para sua surpresa, sua fé foi elogiada e declarada curada da sua enfermidade!...

Jesus não tinha medo de ser corrompido pelo mundo. Sua meta era contagiar o mundo com fé. A mulher não contaminou Jesus. Ao contrário, a virtude de Jesus passou para a mulher. Ele não lhe disse, “Você sarou porque sou poderoso”, mas, “Você sarou porque teve fé”. A mulher foi fortalecida na fé e na saúde.

Seria cômodo usar esta passagem apenas para tirar conforto espiritual e reforçar o sentimento que, mesmo vulneráveis e fracos, somos alvos do cuidado divino. É fácil esquecer que Jesus é, também, modelo para nossa maneira de ser. Seria fácil receber as manifestações de graça sem passá-las para outras pessoas, carentes e indignas iguais a nós. Na vida urbana, esbarramos em muitas pessoas no trabalho e no lazer, sem tocá-las. Vivemos de tal maneira que outros vêem em nós uma fonte de apoio e esperança? Estamos atentos para as aflições das pessoas que diariamente nos cercam? Estamos tão atarefados e com tanta pressa que ignoramos aqueles em nosso caminho que precisam um reforço de fé?

Há grande diferença entre esbarrar e tocar...

MARCOS 5.21-43 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)

Jesus voltou para o lado oeste do lago, e muitas pessoas foram se encontrar com ele na praia. Um homem chamado Jairo, chefe da sinagoga, foi e se jogou aos pés de Jesus,  pedindo com muita insistência:

— A minha filha está morrendo! Venha comigo e ponha as mãos sobre ela para que sare e viva!

E Jesus foi com ele. Uma grande multidão foi junto e o apertava de todos os lados.

Jesus e a mulher doente
Chegou ali uma mulher que fazia doze anos que estava com uma hemorragia. Havia gastado tudo o que tinha, tratando-se com muitos médicos. Estes a fizeram sofrer muito; mas, em vez de melhorar, ela havia piorado cada vez mais. Ela havia escutado falar de Jesus; então entrou no meio da multidão e, chegando por trás dele, tocou na sua capa, pois pensava assim: “Se eu apenas tocar na capa dele, ficarei curada.” Logo o sangue parou de escorrer, e ela teve certeza de que estava curada. No mesmo instante Jesus sentiu que dele havia saído poder. Então virou-se no meio da multidão e perguntou:

— Quem foi que tocou na minha capa?

Os discípulos responderam:

— O senhor está vendo como esta gente o está apertando de todos os lados e ainda pergunta isso?

Mas Jesus ficou olhando em volta para ver quem tinha feito aquilo. Então a mulher, sabendo o que lhe havia acontecido, atirou-se aos pés dele, tremendo de medo, e contou tudo. E Jesus disse:

— Minha filha, você sarou porque teve fé. Vá em paz; você está livre do seu sofrimento.

Jesus ainda estava falando, quando chegaram alguns empregados da casa de Jairo e disseram:

— Seu Jairo, a menina já morreu. Não aborreça mais o Mestre.

Mas Jesus não se importou com a notícia e disse a Jairo:

— Não tenha medo; tenha fé!

Jesus deixou que fossem com ele Pedro e os irmãos Tiago e João, e ninguém mais. Quando entraram na casa de Jairo, Jesus encontrou ali uma confusão geral, com todos chorando alto e gritando. Então ele disse:

— Por que tanto choro e tanta confusão? A menina não morreu; ela está dormindo.

Então eles começaram a caçoar dele. Mas Jesus mandou que todos saíssem e, junto com os três discípulos e os pais da menina, entrou no quarto onde ela estava. Pegou-a pela mão e disse:

— “Talitá cumi!” (Isto quer dizer: “Menina, eu digo a você: Levante-se!”)

No mesmo instante, a menina, que tinha doze anos, levantou-se e começou a andar. E todos ficaram muito admirados. Então Jesus ordenou que de jeito nenhum espalhassem a notícia dessa cura. E mandou que dessem comida à menina.



sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

BUMP OR TOUCH?

“Who touched my clothes?”
Mark 5:30 (read 5:21-43) - NIV

Jesus is the central character of the Gospels. If we turn away our attention to the people who surrounded him we will see only minor truths. It is the person of Jesus who gives meaning to everything that happens. The episode of Jesus and the desperately sick woman reveals important facets of the Master.

There was something in the person of Jesus that drew crowds, but he never was influenced by them. Sometimes his actions disturbed the majority of the large number of people around him. He was popular without being a populist who played to their likes. He never used demagoguery. His point of reference was never the opinion of the majority. His goal was to be love in action. Jesus profoundly understood human nature and understood that the crowd that was squeezing in from all sides was not receiving the message what he wanted to convey. That day only one person in that agglomeration really managed to approach him and touch him.

For Jesus, all people were important. No one is expendable. Jesus was on his way to meet an urgent matter of the life or death of Talitha, daughter of Jairus, one of the synagogue leaders who appealed to him for help. In the crowd that followed and pressed in upon him was a woman, a "Jane Doe" without expression in the social order. She should not have been there, because she was considered to be unclean. She had suffered from a hemorrhage for twelve years, and the law forbade her to have contact with other people so as not to "contaminate" them.

In his haste, Jesus could have pressed on without giving her the slightest attention. Dozens of people were bumping into him, but only one really touched his cloak! Upon receiving the hidden touch, Jesus stopped abruptly. "Who touched my clothes?" he asked. The woman trembled with fear, expecting a stern rebuke. To her surprise, her faith was praised and she was declared cured of her sickness.

Jesus was not afraid of being corrupted by the world. His goal was to infect the world with faith. The woman did not defile Jesus. It is significant that Jesus did not say "You are healed because I am powerful." but "Daughter, your faith has healed you. Go in peace and be freed from your suffering.” The woman was strengthened in faith and in health.

It would be convenient to use this passage only to take spiritual comfort and strengthen the feeling that, even being weak and vulnerable, we are targets of divine care. It's easy to forget that Jesus is also a model for the way we are to live. It would be easy for us to receive the manifestations of grace without passing them to other people who also need them. In urban life we cross paths with many people at work and at leisure, without touching them. Do we live in such a way that others see in us a source of support and hope? Are we attentive to the sufferings of the people who surround us daily? Are we so busy and in such a hurry that we ignore those in our path who need a strengthening of faith?

There is great difference between only bumping into and really touching.

MARK 5:21-43 – NEW INTERNATIONAL VERSION (NIV)

When Jesus had again crossed over by boat to the other side of the lake, a large crowd gathered around him while he was by the lake. Then one of the synagogue leaders, named Jairus, came, and when he saw Jesus, he fell at his feet. He pleaded earnestly with him, “My little daughter is dying. Please come and put your hands on her so that she will be healed and live.” So Jesus went with him.

A large crowd followed and pressed around him. And a woman was there who had been subject to bleeding for twelve years. She had suffered a great deal under the care of many doctors and had spent all she had, yet instead of getting better she grew worse. When she heard about Jesus, she came up behind him in the crowd and touched his cloak, because she thought, “If I just touch his clothes, I will be healed.” Immediately her bleeding stopped and she felt in her body that she was freed from her suffering.

At once Jesus realized that power had gone out from him. He turned around in the crowd and asked, “Who touched my clothes?”

“You see the people crowding against you,” his disciples answered, “and yet you can ask, ‘Who touched me?’ ”

But Jesus kept looking around to see who had done it. Then the woman, knowing what had happened to her, came and fell at his feet and, trembling with fear, told him the whole truth. He said to her, “Daughter, your faith has healed you. Go in peace and be freed from your suffering.”

While Jesus was still speaking, some people came from the house of Jairus, the synagogue leader. “Your daughter is dead,” they said. “Why bother the teacher anymore?”

Overhearing what they said, Jesus told him, “Don’t be afraid; just believe.”

He did not let anyone follow him except Peter, James and John the brother of James. When they came to the home of the synagogue leader, Jesus saw a commotion, with people crying and wailing loudly. He went in and said to them, “Why all this commotion and wailing? The child is not dead but asleep.” But they laughed at him.

After he put them all out, he took the child’s father and mother and the disciples who were with him, and went in where the child was. He took her by the hand and said to her, “Talitha koum!” (which means “Little girl, I say to you, get up!”). Immediately the girl stood up and began to walk around (she was twelve years old). At this they were completely astonished. He gave strict orders not to let anyone know about this, and told them to give her something to eat.



domingo, 19 de fevereiro de 2017

O NOVO VS O VELHO

Ninguém usa um retalho de pano novo
para remendar uma roupa velha;
pois o remendo novo encolhe e rasga a roupa velha,
aumentando o buraco.
Ninguém põe vinho novo em odres velhos.
Se alguém fizer isso,
os odres rebentam,
o vinho se perde,
e os odres ficam estragados.
Por isso,
o vinho novo é posto em odres novos.
Marcos 2.21-22 (leia 2.13-22) – NTLH

Esta passagem representa conflitos milenares: o velho contra o novo, a tradição contra a inovação. É fácil confundir novo com novidades e inovação com modismos populares. O novo e a inovação não têm valores em si. O velho e a tradição não são necessariamente descartáveis.

Jesus representava o novo e a inovação, mas estava longe de simplesmente introduzir novidades e modismos. O pano novo não deixou de ser pano, nem o vinho novo, vinho. Jesus era judeu, e não deixou de o ser. Não veio para estabelecer uma nova forma de judaísmo ou uma nova religião. Não revogou a lei. O “novo” era a retomada da essência da lei, o amor.

O amor é o juiz final de todas as pessoas e todos os sistemas institucionais, sejam “seculares” ou “sagrados”. Jesus simplesmente vivia criativamente o amor dentro dos sistemas da sua época. A mensagem que as duas figuras, pano velho e odres velhos, transmitem é profética: qualquer sistema institucional incapaz de enquadrar o amor é condenado.

O velho não tem nada a ver com a passagem do tempo. Tem tudo a ver com a perda de flexibilidade. Há pessoas jovens, já na velhice com a cabeça feita e a mente fechada. Há pessoas de muitos anos de vivência com a abertura para o crescimento e a ampliação de horizontes.

Falando de pano novo, roupa velha, vinho novo e velho e de odres velhos e novos, Jesus está falando de nós. São aspectos da nossa espiritualidade. Podemos nos tornar fechados e inflexíveis, defendendo uma ideologia rígida e exclusivista. Ser roupa velha ou pano velho depende da nossa mentalidade, não da nossa idade cronológica. Ter uma fé intolerante, restrita ao templo, com conjunto de normas inflexíveis e exclusivistas é sinal de velhice, independente da faixa etária.

Para desfrutarmos do pano novo e recebermos o vinho novo é preciso, também, nos tornarmos novos! É o caso de “receber o Reino como uma criança”. O espírito jovem nos possibilita nos integrarmos no Reino que Jesus proclamou.

Uma das marcas deste século é a radicalização religiosa. O amor é deixado de lado a favor da defesa dos “ismos”: cristianismo, islamismo, judaísmo, fundamentalismo, sectarismo, etc. Como resultado da rejeição do novo pano e vinho de amor, as roupas e os odres velhos estão rasgando e quebrando. A roupa velha não consegue ser remendada e os odres não conseguem conter o novo vinho.

Jesus é o nosso exemplo de pano, vinho e odres novos. Sua fé era festiva, convite ao casamento. Nada de práticas religiosas rígidas. A sua presença inspirava alegria. Ele proclamava e vivia uma qualidade de vida ao alcance de todos.

Ao vivermos o amor de maneira criativa, somos pano, vinho e odres novos pela graça divina. O “viver o amor” está ao alcance de todos. É o Reino de Deus entre nós.

MARCOS 2.13-22 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)

Jesus saiu outra vez e foi para o lago da Galileia. Muita gente ia procurá-lo, e ele ensinava a todos. Enquanto estava caminhando, Jesus viu Levi, filho de Alfeu, sentado no lugar onde os impostos eram pagos. Então disse a Levi:

— Venha comigo.

Levi se levantou e foi com ele. Mais tarde, Jesus estava jantando na casa de Levi. Junto com Jesus e os seus discípulos estavam muitos cobradores de impostos e outras pessoas de má fama que o seguiam. Alguns mestres da Lei, que eram do partido dos fariseus, vendo Jesus comer com aquela gente e com os cobradores de impostos, perguntaram aos discípulos:

— Por que ele come e bebe com essa gente?

Jesus ouviu a pergunta e disse aos mestres da Lei:

— Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Eu vim para chamar os pecadores e não os bons.

Jesus e o jejum
Os discípulos de João Batista e os fariseus estavam jejuando. Algumas pessoas chegaram perto de Jesus e disseram a ele:

— Os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam. Por que é que os discípulos do senhor não jejuam?

Jesus respondeu:

— Vocês acham que os convidados de um casamento jejuam enquanto o noivo está com eles? Enquanto ele está presente, é claro que não jejuam! Mas chegará o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; então sim eles vão jejuar!

— Ninguém usa um retalho de pano novo para remendar uma roupa velha; pois o remendo novo encolhe e rasga a roupa velha, aumentando o buraco. Ninguém põe vinho novo em odres velhos. Se alguém fizer isso, os odres rebentam, o vinho se perde, e os odres ficam estragados. Por isso, o vinho novo é posto em odres novos.



sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

OLD AND NEW

No one sews a patch of unshrunk cloth
on an old garment.
Otherwise, the new piece
will pull away from the old,
making the tear worse.
And no one pours new wine
into old wineskins.
Otherwise, the wine
will burst the skins,
and both the wine and the wineskins
will be ruined.
No, they pour new wine
into new wineskins.”
Mark 2:21-22 (read 2:13-22) - NIV

This passage is about ancient conflicts – the old versus the new or tradition against innovation. It is easy to confuse innovations with popular fads. Innovation does not have value in itself and old tradition is not necessarily indispensable.

Jesus represented the new and innovative, but he was far from simply introducing novelties and fads. The new cloth has not ceased to be cloth or new wine to be wine. Jesus was a Jew, and did not cease to be one. He did not come to establish a new form of Judaism or a new religion. He did not repeal the law. The "new" was the redemption of the essence of the law, love.

Love is the ultimate judge of all people and all institutional systems, "secular" or "sacred". Jesus simply lived love creatively within the systems of his day. His message was prophetic, if the two figures, old cloth and old wineskins which represent tradition are unable to incorporate love, they are doomed.

Old has nothing to do with the passage of time. It has everything to do with the loss of flexibility. There are people who are young in body but have a closed rigid mindset. And there are aged people with open minds that are growing and expanding their horizons.

Speaking of new cloth on old clothes and new wine in old wineskins Jesus is talking about our spirituality. We can become closed and inflexible and promote a rigid and exclusivist ideology. Being old clothes or old wineskins depends on our mindset, not our chronological age. Being restricted to an inflexible institutional set of norms and ideology is a sign of dementia.

In order to receive the new cloth and enjoy the new wine it is necessary to become youthful in spirit. It is the case of "receiving the kingdom like a child". Being young in spirit enables us to integrate into the Kingdom that Jesus proclaimed.

One of the hallmarks of this century is religious radicalization which is a form of spiritual dementia. Love is sidelined in favor of the defense of "isms" in fundamentalist Judaism, Christianity and Islam. The rejection of the cloth and wine of love is a sign that the old clothes and the old bottles are weak and subject to tearing and breaking. Old clothes cannot be patched and the wineskins cannot contain the new wine.

Jesus is our example of new cloth on new clothes and new wine in new wineskins. His faith was festive like a wedding party, nothing of cold rigidity and inflexible religious practices. The Kingdom is the joy of a child receiving a present. For children, life is joyful play with each day a new adventure. Adults tend to lose that joy and become rigid and set in their ways. By becoming like children we can receive the new wine of the Kingdom and live the joyful life that love brings.

MARK 2:13-22 – NEW INTERNATIONAL VERSION (NIV)

Once again Jesus went out beside the lake. A large crowd came to him, and he began to teach them. As he walked along, he saw Levi son of Alphaeus sitting at the tax collector’s booth. “Follow me,” Jesus told him, and Levi got up and followed him.

While Jesus was having dinner at Levi’s house, many tax collectors and sinners were eating with him and his disciples, for there were many who followed him. When the teachers of the law who were Pharisees saw him eating with the sinners and tax collectors, they asked his disciples: “Why does he eat with tax collectors and sinners?”

On hearing this, Jesus said to them, “It is not the healthy who need a doctor, but the sick. I have not come to call the righteous, but sinners.”

Jesus Questioned About Fasting
Now John’s disciples and the Pharisees were fasting. Some people came and asked Jesus, “How is it that John’s disciples and the disciples of the Pharisees are fasting, but yours are not?”

Jesus answered, “How can the guests of the bridegroom fast while he is with them? They cannot, so long as they have him with them. But the time will come when the bridegroom will be taken from them, and on that day they will fast.

“No one sews a patch of unshrunk cloth on an old garment. Otherwise, the new piece will pull away from the old, making the tear worse. And no one pours new wine into old wineskins. Otherwise, the wine will burst the skins, and both the wine and the wineskins will be ruined. No, they pour new wine into new wineskins.”



domingo, 12 de fevereiro de 2017

RESISTINDO O MAL

Todos ficaram espantados
e diziam uns para os outros:
Que quer dizer isso?
É um novo ensinamento dado com autoridade.
Ele manda até nos espíritos maus,
e eles obedecem.
Marcos 1.27 (leia 1.21-28) – NTLH

Os teólogos, estudiosos e pensadores diferem muito nas suas interpretações quanto a pessoa de Jesus. Uns acham que Jesus era Deus (a segunda pessoa da trindade), outros que ele era um profeta, e outros, um revolucionário que atraiu seguidores que o endeusaram depois da morte e criaram uma mitologia em torno dele. Mas, todos concordam que Jesus era um homem bom e que representava o bem.

Não é nosso intento entrar no mérito dos diversos posicionamentos sobre a pessoa de Jesus. Tal discussão criaria só polêmica e não seria edificante. Queremos fazer uma abordagem atualizada do confronto do bem que Jesus representava e o espírito mau que dominava o homem do texto.

Os relatos bíblicos são retratos simbólicos de realidade humana. Desde o livro de Gênesis, a Bíblia retrata a interação entre duas polaridades: caos e ordem. O início da criação era caos (Gn. 1.1-2). Depois, do caos, foi estabelecida a ordem (Gn. 1.3-31). Depois da ordem do Jardim do Éden veio o caos do fruto proibido. O dilúvio foi uma tentativa de restaurar a ordem. Esta interação continua durante toda a história bíblica.

O espírito mau desestruturou a vida do homem do texto. Sua vida era caos, tão caótica que achou que Jesus queria lhe fazer mal: “Você veio para nos destruir?”. Diante da incapacidade do homem dominado a reconhecer a sua necessidade de libertação, Jesus precisou de se impor, ordenando ao espírito mau “Cale a boca e saia desse homem!”.

Neste encontro de Jesus com o homem dominado, temos o retrato do nosso mundo atual. Grandes males estão instalados na vida humana. No vazio da alma do “homem civilizado” se estabeleceram o consumismo, ganância, violência, dependências químicas e a alienação. Estes males estão colocando todos os povos em caos, um caos que ameaça a própria vida.

Jesus nos deu um grande exemplo. Ele não se isolava das pessoas dominadas, simplesmente orando. Depois de falar com o “Papai” em particular, ele enfrentava os “espíritos maus” com firmeza em todos os lugares onde eles se encontravam. Jesus nunca marcava reuniões de libertação, mas enfrentava os “espíritos maus” no seu próprio ambiente.

Os “espíritos maus” da nossa época não sairão voluntariamente ou por “controle remoto” com simples reuniões de oração. A militância e confronto serão necessários. Por isso, a nossa fé precisa ter as dimensões sociais, econômicas e políticas. Os “espíritos maus” gostam de um fervor espiritual que não seja “deste mundo”. Adoram a espiritualidade do templo porque deixa o mundo livre para eles agirem.

É perturbante a atuação da igreja não causar espanto com a sua atuação na sociedade. Ela constrói templos cada vez maiores, mas os males estão cada vez mais enraizados. Onde está o fruto da nossa fé?

MARCOS 1.21-28 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)

Jesus e os discípulos chegaram à cidade de Cafarnaum, e, no sábado, ele foi ensinar na sinagoga. As pessoas que o escutavam ficaram muito admiradas com a sua maneira de ensinar. É que Jesus ensinava com a autoridade dele mesmo e não como os mestres da Lei. Então chegou ali um homem que estava dominado por um espírito mau. O homem gritou:

— O que quer de nós, Jesus de Nazaré? Você veio para nos destruir? Sei muito bem quem é você: é o Santo que Deus enviou!

Então Jesus ordenou ao espírito mau:

— Cale a boca e saia desse homem!

Aí o espírito sacudiu o homem com violência e, dando um grito, saiu dele. Todos ficaram espantados e diziam uns para os outros:

— Que quer dizer isso? É um novo ensinamento dado com autoridade. Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem.

28 E a fama de Jesus se espalhou depressa por toda a região da Galileia.



sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

RESISTING EVIL

The people were all so amazed
that they asked each other,
“What is this? A new teaching
and with authority!
He even gives orders to impure spirits
and they obey him.”
Mark 1:27 (read 1.21-28) – NIV

Theologians, scholars and thinkers differ greatly in their interpretations of the person of Jesus. Some think that Jesus was God (the second person of the trinity), others that he was a prophet, and others, a revolutionary who attracted followers who deified him after death and created a mythology around him. But all agree that Jesus was a good man and was seen as a threat by those who held power.

It is not our intent to go into the merits of the different positions on the person of Jesus. Such a discussion would only generate controversy and would not be edifying. We want to do an updated approach to the clash between good and evil in the light of Jesus as represented in this text.

The biblical accounts are symbolic portraits of human reality. From the book of Genesis on, the Bible portrays the interaction between two poles – chaos and order. The beginning of creation was chaos (Gen. 1:1-2). Then order was established. (Gen. 1.3-31). After the order of the Garden of Eden came the chaos of the forbidden fruit. The flood was an attempt to restore order. This interaction continues throughout biblical history.

The evil spirit disrupted the life of the man in the text. His life became so chaotic that he thought Jesus wanted to harm him. "Have you come to destroy us?" Given the inability of the man to recognize that he was possessed and needed liberation, Jesus restored order by commanding the evil spirit: "Be quiet! Come out of him!"

In Jesus' encounter with the possessed man, we have the picture of our world today. Great evils have installed themselves in human life. Materialism, consumerism, greed, violence, chemical dependency and alienation have taken root in the emptiness of the soul of civilized humanity. These evils are making the whole earth chaotic and threatening to life as we know it. Worse yet, in order to protect their privileges those in power see this as normal and promote it.

Jesus gave us the great example. He did not seclude himself from possessed humanity by using alienating religious practices. But after talking alone with "Daddy" he went out and faced the evil spirits firmly everywhere they were encountered. Jesus never scheduled meetings for the casting out of evil spirits, but faced them in their own environment.

The evil spirits of our time will not leave voluntarily or by remote control simply through prayer meetings. Firmness and confrontation are necessary. Therefore, our faith needs to have social, economic and political dimensions. The "evil spirits" of our times love a spiritual fervor that is "not of this world”. They love spirituality that is limited to the temple, because it leaves the world free for them to act.

It is disturbing that the church peacefully coexists with the demons of our day, and reflects patriotic values more than heavenly values, or confuses the two. It concerns itself more with individual moralism than the global demonic forces that threaten the very existence of humanity. Our challenge is to be able to participate in public life in a way to promote a just society and avoid seeking privileges. That can begin by first freeing ourselves from the demons of materialism. Then we will have the moral authority to confront the demons in our social structures.

MARK 1:21-28 – NEW INTERNATIONAL VERSION (NIV)

They went to Capernaum, and when the Sabbath came, Jesus went into the synagogue and began to teach. The people were amazed at his teaching, because he taught them as one who had authority, not as the teachers of the law. Just then a man in their synagogue who was possessed by an impure spirit cried out, “What do you want with us, Jesus of Nazareth? Have you come to destroy us? I know who you are—the Holy One of God!”

“Be quiet!” said Jesus sternly. “Come out of him!” The impure spirit shook the man violently and came out of him with a shriek.

The people were all so amazed that they asked each other, “What is this? A new teaching—and with authority! He even gives orders to impure spirits and they obey him.” News about him spread quickly over the whole region of Galilee.



domingo, 5 de fevereiro de 2017

REPENSANDO A TRINDADE

Jesus chegou perto deles e disse:
Deus me deu todo o poder no céu e na terra.
Portanto, vão a todos os povos do mundo
e façam com que sejam meus seguidores,
batizando esses seguidores
em nome do Pai,
do Filho
e do Espírito Santo.
Mateus 28.18-19 (leia 28.16-20) – NTLH

Para Lucas, o Jesus ressurreto ficou nas redondezas de Jerusalém para se manifestar aos seus seguidores. Usou Jerusalém como base de lançamento do Evangelho para todo o mundo. Jesus subiu ao céu do povoado de Betânia, perto da cidade, e mandou os discípulos esperar a descida do poder do Espírito Santo em Jerusalém.

Para Mateus, o Jesus ressurreto foi para um monte em Galiléia, 100 quilômetros ao norte de Jerusalém, onde ele havia combinado encontrar com seus discípulos. De lá, Jesus os enviou para “todos os povos do mundo” para fazer seguidores. A Galiléia foi o ponto de partida.

As duas narrativas, bem diferente uma da outra, têm um ponto fundamental em comum: a inclusão do mundo no plano salvífico de Deus: Lucas por meio do derramamento do Espírito sobre todos (Atos 2.17) e Mateus por meio do formulário “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” no batismo. A ideia da Trindade está embutida nesta frase.

Erramos no uso do conceito “Trindade” ao tentar descrever Deus como “ser de três pessoas em um”. Deus é insondável. Não pode ser descrito ou analisado! Não podemos dizer nada a respeito de Deus a não ser que Ele é o mistério absoluto. A Trindade é válida somente como uma descrição da nossa percepção do Grande Mistério, chamando atenção às múltiplas facetas de Deus. A ideia de muitas facetas não era nova. Encontra-se no primeiro capítulo de Gênesis. O primeiro nome dado a Deus foi “Eloim”, uma palavra plural. Quando chegou a hora de criar o ser humano, Eloim disse “Agora vamos fazer os seres humanos, que serão como nós, que parecerão conosco” (1.26). O contexto desta passagem visa Deus como “homem” e como “mulher”, um Deus casal --“os criou parecidos com Deus (plural)…os criou homem e mulher”(27). Não podemos descrever Deus como casal, mas podemos dizer que podemos sentir Deus como masculino e feminino e chamá-lo de Pai ou de Mãe. Os cristãos romperam barreiras ao chamar Deus de Pai (papai), de Filho (Jesus) ou de Espírito Santo (Consolador). Os teólogos da Igreja tentam colocar Deus em uma gaiola e usar a Trindade para descrever a pessoa de Deus. Mas é possível descrever apenas a experiência humana numa maneira muito limitada.

A Trindade é apenas uma porta que se abre para podermos experimentar a grandeza de Deus. Não podemos dizer que Deus é só “três em um”. Ele (ou Ela) pode ser um milhão, um bilhão ou uma infinidade em um. De Deus mesmo, nada podemos afirmar a não ser a nossa ignorância diante do Mistério.

É impossível ver Deus. Vemos as máscaras que nós mesmos colocamos nele (nela). Os cristãos colocam as máscaras do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Confundimos as máscaras com o próprio Deus. Idolatramos as máscaras. Ao idolatrarmos as máscaras que nós colocamos, condenamos as máscaras dos outros, achando que Deus pertence a nós e que somos os únicos que lho entendemos.

MATEUS 28.16-20 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)

Os onze discípulos foram para a Galileia e chegaram ao monte que Jesus tinha indicado. E, quando viram Jesus, o adoraram; mas alguns tiveram suas dúvidas. Então Jesus chegou perto deles e disse:

— Deus me deu todo o poder no céu e na terra. Portanto, vão a todos os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores, batizando esses seguidores em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a obedecer a tudo o que tenho ordenado a vocês. E lembrem disto: eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos.



sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

RETHINKING THE TRINITY

Then Jesus came to them and said,
“All authority in heaven and on earth
has been given to me.
Therefore go and make disciples of all nations,
baptizing them in the name of the Father
and of the Son
and of the Holy Spirit,
Matthew 28:18-19 (read 28.16-20) - NIV

The Gospel according to Luke relates that the resurrected Jesus appeared on the outskirts of Jerusalem to manifest himself to his followers. Jerusalem was used as the launching place for the Gospel throughout the world. Jesus ascended to heaven from the nearby village of Bethany and told his disciples to wait for the descent of the Holy Spirit in Jerusalem.

The Gospel according to Matthew tells it differently. For Matthew the resurrected Jesus went to a hill in Galilee some 100 kilometers north of Jerusalem where he had arranged to meet with his disciples. It was from Galilee that Jesus sent his followers to all nations to make disciples.

The two narratives, which are quite different from one another, have a fundamental point in common – the inclusion of the world in God's salvific plan. For Lucas it was through the outpouring of the Spirit upon all flesh as related in Acts 2:17 and for Matthew it was through baptism “in the name of the Father and of the Son and of the Holy Spirit”. The idea of the Trinity became embedded in this sentence.

We err in using the concept "Trinity" when trying to describe God as being “three persons in one." God is unfathomable and cannot be described or analyzed in any way! We cannot say anything about God unless that He/She/It is absolute mystery. The Trinity is valid only as a description of our perception of the Great Mystery which calls attention to the many facets of God.

The idea of God having many facets was not new. It is in the first chapter of Genesis. The first name was given to God was "Elohim”, a plural word. When the time came to create human beings, Elohim said "Let us make mankind in our image, in our likeness”. (1:26) and Elohim created them male and female. The context of this passage shows God to be male and female, a God Couple or maybe a God Family or even a God Tribe.

We cannot describe God as a couple, but we can say that we can feel God as male and female and call divinity Father or Mother. Jesus broke barriers by calling God “Daddy”. Many theologians of the Church try to put God in a cage and use the concept of Trinity to define God. But we can only describe our human experience of the Divine in a very limited way.

Trinity is a doorway that we can use to be able to experience the grandeur of the Divine. God may not be only "three-in-one". He/She/It may be a “million-in-one”, a “billion-in-one” or an infinite multitude. We can affirm nothing except our ignorance before the Divine Mystery.

It is impossible to see God. We can see only the masks that we ourselves put on Divinity. Christians put the masks of the Father, the Son and the Holy Spirit. We must not confuse the masks with God him/her/itself. We must not idolize the masks that we put on the Divine and condemn the masks that others put, thinking that God belongs to us and that we are the only ones who correctly understand.

The realization that these are only masks that represent our understanding of Divinity should free us from the illusion that we are the unique possessors of truth and that we have it all. This opens the door for us to examine other understandings and enrich our own. We need not forget that the Gospel according to John depicts Jesus as the Light of the World and that he is “the light of all mankind” (John 1:4). Others may place different masks, but the One who is behind the mask is the same.

MATTHEW 28:16-20 – NEW INTERNATIONAL VERSION (NIV)

Then the eleven disciples went to Galilee, to the mountain where Jesus had told them to go. When they saw him, they worshiped him; but some doubted. Then Jesus came to them and said, “All authority in heaven and on earth has been given to me. Therefore go and make disciples of all nations, baptizing them in the name of the Father and of the Son and of the Holy Spirit, and teaching them to obey everything I have commanded you. And surely I am with you always, to the very end of the age.”