domingo, 28 de agosto de 2016

MONSTROS E ESPERANÇA

No sonho que tive naquela noite,
eu vi os ventos soprando de todas as direções e
agitando as águas do mar imenso.
De repente,
saíram do mar quatro monstros enormes,
diferentes uns dos outros.
Daniel 7.2b-3 (leia 7.1-3,15-18) – NTLH

Israel nunca foi uma potência mundial. Mesmo no auge do seu desenvolvimento político econômico, ela era apenas um “peixinho” no mar de “tubarões”. A arqueologia moderna está descobrindo que a glória e o poder dos reis Davi e Salomão eram mitos criados para fundamentar uma identidade nacional depois dos exílios nos séculos VI e V a.C.* Daniel teve seu sonho quando Judá estava aparentemente aniquilada, engolida pelos monstros da época. Tentar interpretar o Livro de Daniel como “adivinhação” dos eventos históricos é exercício de futilidade. Cada geração de interpretes durante mais de dois milênios chega a conclusões diferentes. Os “quatro monstros” enormes estão presentes em todas as épocas. Representam as espiritualidades de domínio na religião, economia, política e ciência. Cada área tem seus “reis” que procuram dominar os demais.

Esta visão é mais atual do que nunca. Nunca na história da humanidade houve tanto “sopro de ventos”, “agitação das águas do mar” e “monstros” emergentes. Eles representam forças fora do nosso controle e provocam terror e desespero. Ventos e ondas são forças cegas e monstros conscientes com as estratégias de destruição! Todos são temidos.

Mas, também, na história da humanidade sempre havia pessoas que não foram levadas pelos ventos e ondas ou se submeteram ao domínio dos monstros. Enxergavam “outro Reino”. Ventos se esgotam, ondas se acalmam, monstros morrem, mas a ordem da criação é constante.

Está sempre diante de nós a opção entre sermos coniventes com as forças de domínio e destruição ou integrarmos na ordem da criação. O Reino de Deus é a ordem cósmica. O grande problema é que é fácil confundir uma com a outra. Os “monstros” se disfarçam como benignos, colocando-se como salvadores e oferecendo soluções para os males existentes. Atraem multidões. Mas o método é o uso de poder para manipular, dominar, massificar e violentar. No seu esquema poucos são favorecidos e a grande maioria sacrificada. Criam hierarquias sociais, políticas, econômicas e religiosas.

Na política, os “monstros” poderosos existem em todos os escalões dos governos, empregando violência, coesão e corrupção para alcançarem seus fins. Na economia a globalização é dominada por um número relativamente pequeno, deixando bilhões de pessoas empobrecidas, vivendo em condições subumanas. O abismo que separa os ricos dos pobres fica cada vez maior. As religiões criam o elitismo espiritual e preconceito. São arenas de lutas internas pelo poder. Muitas encaram os de fora como convertidos em potencial ou como maus. Lutam para destruir o “mal” chegando lançar mão a “guerras santas” e terrorismo. Os “monstros” são onipresentes no cenário humano.

O “povo do altíssimo” são aqueles que não entram no jogo, mas seguem o caminho que Jesus apontou, encarnando o amor! Não fazem vítimas, deixam esperança e um exemplo a ser seguido.

*A BÍBLIA NÃO TINHA RAZÃO, Israel Finkelstein e Neil Ascher Silberman, A Girafa Editora Ltda., 2003, 515 páginas. Tem base nas mais recentes descobertas arqueológicas.

DANIEL 7:1-3, 15-18 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)

Certa noite, durante o primeiro ano de Belsazar como rei da Babilônia, Daniel se deitou na sua cama e sonhou e no sonho teve visões. Quando acordou, ele escreveu aquilo que tinha sonhado. Aqui está o que ele escreveu:

No sonho que tive naquela noite, eu vi os ventos soprando de todas as direções e agitando as águas do mar imenso. De repente, saíram do mar quatro monstros enormes, diferentes uns dos outros.

As visões me espantaram, e eu fiquei preocupado com o que tinha visto. Cheguei perto de um dos que estavam ali e pedi que me explicasse o que eu tinha visto. Então ele explicou assim:

— Os quatro monstros enormes são quatro reis que vão dominar o mundo. Mas o reino será dado ao povo do Deus Altíssimo, e esse povo reinará para sempre.



sexta-feira, 26 de agosto de 2016

MONSTERS AND HOPE

In my vision at night I looked,
and there before me
were the four winds of heaven
churning up the great sea.
Four great beasts,
each different from the others,
came up out of the sea.
Daniel 7:2b-3 (read 7:1-3, 15-18 ) - NIV

Israel has never been a world power. Even at the height of the reigns of King David and King Solomon it was never more than "minnow" in the sea of "sharks". Modern archeology reveals that the glory and power of kings David and Solomon as related in the Old Testament were myths created to support a national identity after the exile in the sixth and fifth centuries bC.*

Daniel had his dream when Judah was apparently destroyed, swallowed by the monster powers of the era. Attempts at interpretation of the Book of Daniel as future historical events are pure guesswork. Each generation of interpreters for over two millennia reaches different conclusions. The "four monsters" are present in ALL periods of history. They represent the spiritualties that seek to dominate religion, economics, politics and science in all of history. Each area has its "monsters" who seek to dominate all the others.

This view is more relevant than ever before. Never in human history have there been such strong winds agitating the social seas and so many monsters emerging to gain dominance. The strong winds, agitated seas and monsters represent forces beyond our control that are causing terror and despair. They are blind forces bent on the destruction of others so that they can dominate. They spread fear.

But also in human history there have always been people who were not intimidated by the winds, waves and monsters or submissive to them. They saw beyond the present moment: that winds die down, waves subside and monsters die. Nothing is all-powerful or eternal.

Before us there is the choice between entering into the rules of the game of violence and power or seeing beyond appearances and being guided by the higher principles of compassion and solidarity. Jesus represents the latter and calls it The Kingdom of God.

The big problem is that it is easy to confuse one with the other. The "monsters" may disguise themselves as benign, posing as saviors and offering solutions to the existing evils. They may attract crowds and win great followings. In the name of good and God they use the method of manipulation and create power structures which seek to impose a “good” order which is also based on force.

In politics, the "monsters" are powerful at all levels of government, employing violence, cohesion and corruption to achieve their purposes. In economics globalization is dominated by a relatively small number, leaving billions of impoverished people living in subhuman conditions. The gulf between rich and poor is increasing. Religions create spiritual elitism and prejudices. They, too, are arenas of internal power struggles. Many perceive outsiders as potential converts or as evil. They struggle to destroy what they see as "evil" by resorting to "holy wars" and terrorism. The "monsters" are ever-present in the human scene.

The "holy people of the Most High" (v.18) are those who do not play the game of power, but follow the path that Jesus pointed out, embodying love and compassion. They may be victimized, but are within the Kingdom and example to be followed.

*THE BIBLE UNEARTHED, by Israel Finkelstein and Neil Silberman Ascher. Based on recent archaeological discoveries by Jewish archaeologists.

DANIEL 7:1-3 – NEW INTERNATIONAL VERSION (NIV)

In the first year of Belshazzar king of Babylon, Daniel had a dream, and visions passed through his mind as he was lying in bed. He wrote down the substance of his dream.

Daniel said: “In my vision at night I looked, and there before me were the four winds of heaven churning up the great sea. Four great beasts, each different from the others, came up out of the sea.

“I, Daniel, was troubled in spirit, and the visions that passed through my mind disturbed me. I approached one of those standing there and asked him the meaning of all this.

“So he told me and gave me the interpretation of these things: ‘The four great beasts are four kings that will rise from the earth. But the holy people of the Most High will receive the kingdom and will possess it forever—yes, for ever and ever.’



domingo, 21 de agosto de 2016

CAPIM PISADO E ÁGUA SUJA

Será que vocês não ficam satisfeitos
com o melhor pasto?
Por que precisam pisar o resto do capim?
Vocês bebem a água limpa e
sujam com os pés a água que não bebem.
As minhas outras ovelhas
têm de comer o capim que vocês pisaram e
beber a água que vocês sujaram.
Ezequiel 34.18-19 (leia 34.11-24) – NTLH

Frequentemente os escritores bíblicos empregam a palavra “ovelha” para descrever o ser humano. Quase sempre passam a imagem de um animal indefeso e dependente que precisa de pastor para sobreviver. A sua natureza deixa-a incapaz de vencer os perigos. São dependentes de liderança e fáceis de serem conduzidas. A igreja tira proveito desta imagem para segurar seus adeptos dentro da segurança do “aprisco” e não incentivá-los a irem além dos limites estabelecidos! Quem sair dos limites se torna “ovelha negra”. O pastor é a figura forte para conduzir ovelhas fracas.

O profeta Ezequiel, retrata outro lado da personalidade da “ovelhada”: a falta de solidariedade entre si. A ovelha pode ser maldosa e desrespeitosa para com seus semelhantes. Ezequiel trata o aprisco como “mundo em miniatura”, algumas engordam, pisando no capim e sujando a água das demais. Outras são condenadas a emagrecer com a dieta de capim pisado e água suja… As fracas e doentes são maltratadas, chifradas e empurradas fora do rebanho.

Esta simbologia é simples e profunda, retrato fiel da história da humanidade! Hoje vale ainda mais para descrever a situação social do planeta Terra do que na época em que foi escrito. Com a superpopulação do mundo, o ser humano está se tornando um “vírus” e/ou uma “praga”. O vírus destrói seu hospedeiro e a praga consome os recursos até se destruir. O mundo atual está dividido entre as “ovelhas gordas” e “ovelhas magras”. Mas está aparecendo mais uma agravante: capim bom e água limpa não sobrarão, nem para as “ovelhas gordas”. Todas serão atingidas pelos abusos do capim e da água.

O profeta tinha razão: o julgamento virá. Não sabemos como. Pode ser por transtornos sociais ou ecológicos provocados pelo próprio Homo sapiens numa forma apocalíptica, por uma tomada de uma posição nova pela humanidade ou de ambas as maneiras.

A profecia representa um anseio profundo do ser humano por justiça e paz. Queremos ver as coisas colocadas em ordem, a derrota do mal, a vitória do bem e a felicidade ao alcance de todos. Desde o profeta, Isaías, há 2.750 anos, há profecias dum sucessor de Davi que virá para colocar ordem no “pasto”. Mas a cada ano, a solução parece cada vez mais remota. Os judeus ainda esperam o Messias e os cristãos, a volta de Cristo entre as nuvens. Será que vem uma intervenção do alto? Ou a solução está conosco com cidadãos do Reino? Restam mistério e esperança!...

Jesus está entre nós, mas nem sempre percebemos a sua presença. Jesus falou que o Reino de Deus está dentro de nós. Já fazemos parte. Independente de qualquer evento catastrófico no futuro podemos compartilhar o “pasto” e viver sem “pisar o capim”, “sujar a água”, “empurrar os doentes” e “chifrá-los fora do rebanho”. Independente de um “rei” futuro, o Eterno já nos fala e nos guia.

EZEQUIEL 34.11-24 – NOVA TRADUÇÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)

— Eu, o Senhor Deus, digo que eu mesmo procurarei e buscarei as minhas ovelhas. Como um pastor busca as suas ovelhas que estão espalhadas, assim eu buscarei as minhas ovelhas e as trarei de volta de todos os lugares por onde foram espalhadas naquele dia de escuridão e desgraça. Eu as tirarei de países estrangeiros, e as ajuntarei, e as trarei de volta à sua própria terra. Eu as levarei para as montanhas de Israel e ali as alimentarei, perto dos ribeirões e em todos os lugares onde o povo vive. Deixarei que elas pastem em bons pastos, nas subidas das montanhas, nos vales e em todos os pastos verdes da terra de Israel. Eu mesmo serei o pastor do meu rebanho e encontrarei um lugar onde as ovelhas possam descansar. Sou eu, o Senhor Deus, quem está falando.

— Procurarei as ovelhas perdidas, trarei de volta as que se desviaram, farei curativo nas machucadas e tratarei das doentes. Mas destruirei as que estão gordas e fortes, porque eu sou um pastor que faz o que é certo.

— Eu, o Senhor Deus, digo o seguinte a vocês, o meu rebanho: “Eu vou julgar cada um de vocês. Vou separar os bons dos maus, as ovelhas dos bodes. Será que vocês não ficam satisfeitos com o melhor pasto? Por que precisam pisar o resto do capim? Vocês bebem a água limpa e sujam com os pés a água que não bebem. As minhas outras ovelhas têm de comer o capim que vocês pisaram e beber a água que vocês sujaram.”

— Por isso, agora eu, o Senhor Deus, digo que vou decidir a questão que há entre vocês, ovelhas gordas, e as ovelhas magras. Vocês empurram as doentes para o lado e com chifradas as põem para fora do rebanho. Mas eu vou socorrer as minhas ovelhas e não deixarei mais que sejam maltratadas. Julgarei cada uma delas e separarei as boas das más. Eu darei às minhas ovelhas um rei que será como o meu servo Davi, para ser o seu único pastor. Ele será o seu pastor e cuidará delas. Eu, o Senhor, serei o Deus delas, e um rei como o meu servo Davi será o seu governador. Sou eu, o Senhor, quem está falando.



sexta-feira, 19 de agosto de 2016

TRAMPLED GRASS AND MUDDIED WATER

Is it not enough for you to feed
on the good pasture?
Must you also trample
the rest of your pasture with your feet?
Is it not enough for you to drink clear water?
Must you also muddy the rest with your feet?
Must my flock feed on what you have trampled
and drink what you have muddied
with your feet?
Ezekiel 34:18-19 (read 34:11-24) - NIV

Biblical writers often use the word "sheep" to describe human beings. They almost always pass the image of helpless creatures that depend on a pastor in order to survive. Their nature makes them unable to overcome dangers. They are dependent on leadership and easily conduced. Churches take advantage of this image in order to secure their members within the safety of the "fold" and encourage them not to go beyond its limits! Whoever goes out of bounds becomes a "black sheep". The pastor is portrayed as a strong figure to lead weak sheep.

The prophet Ezekiel portrays the other side of the personality of “sheepness”, a lack of mutual solidarity. Ewes and bucks can be nasty, mean and disrespectful to each other. Ezekiel treats the flock as a "miniature world". Some get fat, trample the grass and dirty the water while others are condemned to be skinny on a diet of trampled grass and dirty water. The weak and sick are abused and butted out of the flock.

This symbolism is simple and deep, an accurate portrayal of the history of mankind! Today this comparison goes further to describe the social situation of the planet Earth than when it was written many centuries ago. With the overpopulation of the world, the human being is becoming a "virus" and a "plague." The virus destroys its host and the plague consumes resources until all is destroyed. The world today is divided between a few "fat sheep" and great numbers of "skinny sheep". But there has appeared another aggravating factor: There may not be enough good grass and clean water left over even for the "fat sheep". All will end up being affected by the misuse of grass and water.

The prophet was right: judgment will come. We do not know how. It may be through humanly induced social or ecological disasters, by volcanic action or a meteorite striking the Earth in an apocalyptic fashion.

The prophecy represents a deep yearning of human beings for justice and peace. We want to see things come together in order, the end of evil and the attainment of good and happiness to everyone. Since the prophet Isaiah, 2750 years ago, there are prophecies of a successor to King David who will bring order to the "pasture". But with the passing of centuries this solution seems increasingly remote. The Jews still await the Triumphant Messiah and Christians continue to hope for the Conquering Christ's return in the clouds. But will the solution be an intervention coming from above? Don’t count on it! Probably the solution rests with us who created the situation in the first place or with us as citizens of the Kingdom.

We claim that Jesus is among us, but we do not live out His presence. Jesus said that the Kingdom of God is within us and that we are already a part of it. Independent of any catastrophic event in the future we can share the "pasture" and live without "trampling the grass", "dirtying the water" or "butting the sick" out of the herd. Regardless of a future, we can let the Eternal guide us here and now.

EZEKIEL 34:11-24 – NEW INTERNATIONAL VERSION (NIV)

“‘For this is what the Sovereign Lord says: I myself will search for my sheep and look after them. As a shepherd looks after his scattered flock when he is with them, so will I look after my sheep. I will rescue them from all the places where they were scattered on a day of clouds and darkness. I will bring them out from the nations and gather them from the countries, and I will bring them into their own land. I will pasture them on the mountains of Israel, in the ravines and in all the settlements in the land. I will tend them in a good pasture, and the mountain heights of Israel will be their grazing land. There they will lie down in good grazing land, and there they will feed in a rich pasture on the mountains of Israel. I myself will tend my sheep and have them lie down, declares the Sovereign Lord. I will search for the lost and bring back the strays. I will bind up the injured and strengthen the weak, but the sleek and the strong I will destroy. I will shepherd the flock with justice.

“‘As for you, my flock, this is what the Sovereign Lord says: I will judge between one sheep and another, and between rams and goats. Is it not enough for you to feed on the good pasture? Must you also trample the rest of your pasture with your feet? Is it not enough for you to drink clear water? Must you also muddy the rest with your feet? Must my flock feed on what you have trampled and drink what you have muddied with your feet?

“‘Therefore this is what the Sovereign Lord says to them: See, I myself will judge between the fat sheep and the lean sheep. Because you shove with flank and shoulder, butting all the weak sheep with your horns until you have driven them away, I will save my flock, and they will no longer be plundered. I will judge between one sheep and another. I will place over them one shepherd, my servant David, and he will tend them; he will tend them and be their shepherd.  the Lord will be their God, and my servant David will be prince among them. I the Lord have spoken.



domingo, 14 de agosto de 2016

POR QUE QUEREM MORRER?

Por que é que vocês estão querendo morrer?
Ezequiel 33.11(leia 33.7-11) – NTLH

O contexto desta passagem é o cativeiro da Babilônia aproximadamente 586 anos antes de Cristo. O profeta Ezequiel morava junto com outros judeus que haviam sido levados para lá como prisioneiros. O texto fala em avisar a respeito da consequência fatal do pecado e a necessidade de alertar o povo do perigo. Fala da responsabilidade dos que sabem: mudar o modo de agir e avisar os outros.

Podemos apenas adivinhar quais eram os pecados específicos dos contemporâneos de Ezequiel. Não é por isso que o texto perde seu valor na atualidade. Nossos pecados são outros, mas não deixam de ser fatais também. O que Ezequiel escreveu para seus companheiros da Babilônia há 2.592 anos ainda tem validade.

Participei do enterro dum jovem traficante de drogas. Na fala, a situação trágica do mal, que está ceifando prematuramente a vida de milhões de jovens e causando transtornos inimagináveis nas famílias, foi completamente ignorado. Não houve nem lamentação referente às forças do mal que ameaça a juventude de hoje. Perdi a oportunidade de tomar a palavra e dizer algo a respeito. Fui omisso também.

A morte precoce é uma realidade assustadora em nossa sociedade. Somos campeões de assassinatos e outras formas de morte e mutilação por violência. Nem as guerras fazem tantas vítimas… Há também mortes por fome e doenças relacionadas à falta de recursos como resultado de ganância e corrupção.

O cristianismo dá muita ênfase a piedade do indivíduo. Honestidade, bons costumes e retidão de caráter não têm substituto, representam apenas uma das diversas facetas da espiritualidade. O coletivo é outra. Vivemos em torno da coletividade. Jesus usou sal e fermento para descrever a missão de seus seguidores. Sal e fermento têm valor somente quando penetram e modificam a massa. O sal é purificador do mal e o fermento é fecundador do bem.

O mundo do século XXI representa desafio nunca visto antes! Apesar dos avanços tecnológicos em todas as áreas de conhecimento, o planeta está morrendo. As guerras atingem cada vez mais a população civil, a máfia de tóxicos enraizada e globalizada! A cada dia o terrorismo aumenta. Diariamente espécies de flora e fauna extintas como resultado da atividade humana, o aquecimento global, e os vírus, cada vez mais são resistentes aos antibióticos. Os profetas seculares estão avisando do perigo, mas os interesses econômicos e políticos dominantes os ignoram. A humanidade está no caminho da autodestruição.

Será que Deus está nos chamando para “mudarmos o nosso modo de agir” dando o nosso brado de alerta e perguntando, “Por que é que vocês estão querendo morrer?”

EZEQUIEL 33,7-11 – NOVA TRADUÇÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)

— Agora, homem mortal, eu estou pondo você como vigia de toda a nação de Israel. Você dará a eles os avisos que eu lhe der. Se eu disser que um homem mau vai morrer, mas você não o avisar para que mude o seu modo de agir e assim salve a sua vida, aí ele morrerá, sendo ainda pecador. Nesse caso, eu considerarei você como responsável pela morte dele. Porém, se você avisar o homem mau, e ele não parar de pecar, ele morrerá como pecador, mas você viverá.

O Senhor me disse o seguinte:

— Homem mortal, repita aos israelitas o que eles andam dizendo: “Os nossos pecados e maldades são um peso para nós. Estamos nos acabando. Como podemos viver?” Diga-lhes que juro pela minha vida que eu, o Senhor Deus, não me alegro com a morte de um pecador. Eu gostaria que ele parasse de fazer o mal e vivesse. Povo de Israel, pare de fazer o mal. Por que é que vocês estão querendo morrer?



sexta-feira, 12 de agosto de 2016

WHY WILL YOU DIE?

Turn! Turn from your evil ways!
Why will you die?
Ezekiel 33:11 (read 33:7-11) - NIV

The context of this passage is the Babylonian captivity about 586 years before Christ. The prophet Ezekiel lived with his fellow Jews who had been taken there as prisoners. The text tells about the fatal consequence of evil and the need to warn the people of its danger. It speaks of the responsibility of those who know the need for change and for them to warn others.

We can only guess what the specific evils of Ezekiel’s contemporaries were. But that does not make the text lose its value for today’s world. Our evils are different from theirs, but do not cease to be equally or even more fatal. What Ezekiel wrote to his companions in Babylon 2592 years ago is still valid – evil kills.

I once attended the funeral of a young person (pastor’s son) who got indebted to drug dealers and paid with his life. The plight of the evil that was prematurely claiming the lives of millions of young people and causing unimaginable disorders in families was completely ignored during the funeral services. There was no mention of concern about the forces of evil that threaten today’s youth. The opportunity was missed to sound an alert, and I, too, remained silent.

Early death is a frightening reality in modern societies. Violent death has become routine in the media in both the news and fiction. We are shocked only when death strikes close by. We have become immune to the suffering and death of millions of fellow beings through armed violence, starvation, natural disasters, torture, poverty and social injustice around the world. Greed and corruption are left unchecked. Also we ignore our abuse to our ecosystem and the grave danger that it presents to the very existence of life as we know it on Earth. We have come to the point that a single error of judgment by some unknown person behind the monitor of some remote military computer could unleash a violent chain reaction that will destroy humankind.

Christianity gives much emphasis to individual piety. Honesty, decency and uprightness of character have no substitute, but represent only one of many facets of spirituality. The collective aspect is another which is equally vital and is generally ignored. We have trouble following Jesus’ example and teachings in exercising compassion to the needy masses by acting as salt and yeast. Purifying salt and fertilizing yeast have value only when they enter and modify society. We have adopted the economic philosophy of the survival of the fittest. The poor deserve their fate!

The world of the twenty-first century represents a challenge never before seen! Despite technological advances in all areas of knowledge the planet is dying. Wars are increasingly focused on the civilian populations and economic exploitation is globalized! Every day terrorism increases. Species of flora and fauna are daily becoming extinct as a result of human activity. Global warming is a reality, and viruses are increasingly resistant to antibiotics. The secular prophets are warning of the danger, but the dominant political, religious and economic interests ignore them. Humanity is on the path of self-destruction.

Will we heed this prophetic call to "change our way of acting" and the wake-up question: "Why will you die?"

EZEKIEL 33:7-11 – NEW INTERNATIONAL VERSION (NIV)

“Son of man, I have made you a watchman for the people of Israel; so hear the word I speak and give them warning from me. When I say to the wicked, ‘You wicked person, you will surely die,’ and you do not speak out to dissuade them from their ways, that wicked person will die for their sin, and I will hold you accountable for their blood. But if you do warn the wicked person to turn from their ways and they do not do so, they will die for their sin, though you yourself will be saved.

“Son of man, say to the Israelites, ‘This is what you are saying: “Our offenses and sins weigh us down, and we are wasting away because of them. How then can we live?”’ Say to them, ‘As surely as I live, declares the Sovereign Lord, I take no pleasure in the death of the wicked, but rather that they turn from their ways and live. Turn! Turn from your evil ways! Why will you die, people of Israel?’


domingo, 7 de agosto de 2016

A LEI DO AMOR

Eu porei a minha lei na mente deles
e no coração deles a escreverei;
eu serei o Deus deles,
e eles serão o meu povo.
Jeremias 31.33 (leia 31.31-34) – NTLH

Podemos pensar em Deus só em termos humanos dentro do nosso contexto cultural. No Antigo Testamento, Deus era entendido dentro do contexto do patriarcado. O pai da família era a autoridade máxima. Ele tinha a última palavra e traçava os rumos da família. Deus é retratado como o grande chefe da família tribal. Havia escolhido Abraão, Sara e seus descendentes como sua família. Ele os acompanhou através das gerações, orientando-os, protegendo-os e castigando-os. Mas estes “filhos adotivos” sempre lhe “davam trabalho”. Conforme o profeta, Jeremias o Deus Eterno viu que precisava mudar o relacionamento que não estava dando certo.

O primeiro modelo, a Aliança entre Deus e os descendentes de Abraão e Sara, era unilateral. Deus tomava as decisões e ditava as leis. Ele amava o povo, mas o medo do castigo era o motivo de obediência. Deus era culpado pelo povo quando tudo não estava de acordo com o seu gosto. Este modelo falhou. Neste texto, Deus está propondo um novo relacionamento, o que nasce da mente e do coração do povo.

A religião autoritária, dona da verdade e imposta, usando chantagens, ameaças e medo, não é libertadora! Pode ser bem sucedida em termos de crescimento numérico e financeiro, mas não deixa de ser uma forma de opressão. No caso do povo israelita, a vida servil, maléfica do Egito foi trocada por outra servil, benéfica de mandamentos divinos. Não deixava de ser uma forma de servidão imposta. Qualquer tipo de servidão provoca revolta e desobediência.

Jeremias apresenta uma visão libertadora do Reino de Deus em que o amor é o valor supremo. O amor e lealdade não podem ser impostos. No amor, as pessoas aprendem e não precisam ser ensinadas. Buscam por si a sabedoria e o conhecimento... A motivação é interna. Uma religião que precisa “doutrinar” seus adeptos não é libertadora.

Os fundamentalismos modernos: cristão, judaico ou islâmico, são sistemas que usam a manipulação para segurar seus adeptos e incentivá-los a ir contra os demais. Ensinam a “verdade” absoluta que, em vez de promover amor, fomenta desconfiança, ódio, separação e hostilidade. Um exemplo é a retirada da Igreja Metodista de órgãos ecumênicos que incluem a representação da Igreja Católica Romana. O governo do Bush (e continuado por Obama) dos Estados Unidos é outro exemplo clássico do fundamentalismo cristão utilizando com arrogância o poder político, econômico e militar para impor seus valores. Exige conformismo. É opressivo, não libertador.

A nova aliança, baseada no amor e perdão, é libertadora e ecumênica! Não exige conformismo. Cada pessoa tem a liberdade de se relacionar com Deus sem a interferência de outras. Ninguém precisa “converter” a outra.
Viver a nova aliança não é fácil. Exige abrir mão de muitos preconceitos instalados em nossa cultura: sociais, raciais e sexuais. Como os profetas do passado, poderemos ser discriminados e julgados pelos “espirituais”.

JEREMIAS 31.31-34 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)

O Senhor Deus diz:

— Está chegando o tempo em que farei uma nova aliança com o povo de Israel e com o povo de Judá. Essa aliança não será como aquela que eu fiz com os antepassados deles no dia em que os peguei pela mão e os tirei da terra do Egito. Embora eu fosse o Deus deles, eles quebraram a minha aliança. Sou eu, o Senhor, quem está falando. Quando esse tempo chegar, farei com o povo de Israel esta aliança: eu porei a minha lei na mente deles e no coração deles a escreverei; eu serei o Deus deles, e eles serão o meu povo. Sou eu, o Senhor, quem está falando. Ninguém vai precisar ensinar o seu patrício nem o seu parente, dizendo: “Procure conhecer a Deus, o Senhor.” Porque todos me conhecerão, tanto as pessoas mais importantes como as mais humildes. Pois eu perdoarei os seus pecados e nunca mais lembrarei das suas maldades. Eu, o Senhor, estou falando.



sexta-feira, 5 de agosto de 2016

THE LAW OF LOVE

“The days are coming,” declares the Lord,
when I will make a new covenant
with the people of Israel
and with the people of Judah...
“This is the covenant I will make
with the people of Israel after that time,
” declares the Lord.
“I will put my law in their minds
and write it on their hearts.
I will be their God,
and they will be my people.
Jeremiah 31:31, 33 (read 31:31-34 ) - NIV

We can think of God only in human terms within our own cultural context. In the Old Testament, God was understood within the context of the patriarchic system of that culture. The father of the family was the ultimate authority. He had the last word and traced the course of the family. God is portrayed as the great Father of the tribal family. He had chosen Abraham and his descendants as the chosen family. He followed them through the generations, guiding them, protecting them and punishing them. But these "foster children" always gave Him a hard time by constantly getting out of line. According to the prophet Jeremiah the Eternal God saw that He needed to change that relationship, because it was not working.

The first the covenant between God and the descendants of Abraham was unilateral. God made the decisions and dictated laws. He loved the people, but the fear of punishment was the reason for their obedience. God was blamed by the people when things were not going according to their taste. This model failed. In this text God is proposing a new relationship - one born from the mind and heart of the people.

A religion based on authority which owns the truth and is imposed, using blackmail, threats and fear is not liberating! It can be successful in terms of numerical and financial growth, but it is still a form of oppression. In the case of the Israeli people, the evil servile life in Egypt was exchanged for another servitude of imposed divine commandments. It was still a form of imposed servitude. Any type of servitude causes rebellion and disobedience.

Jeremiah presents a liberating vision of the Kingdom of God where love is the supreme value. Love and loyalty cannot be imposed. Within love people learn for themselves and do not need to be taught. They seek wisdom and knowledge spontaneously. Their motivation is internal. Any religion that needs to "indoctrinate" its followers is not liberating.

Christian, Jewish or Islamic fundamentalisms are systems that use manipulation to secure their followers and encourage them to go against everybody else. Teaching the "truth" is absolute. Instead of promoting love it fosters distrust, hatred, separation and hostility. An example in Brazil is the removal of the Methodist Church from ecumenical bodies that include the representation of the Roman Catholic Church. The Bush administration in the United States was another classic example of Christian fundamentalism by arrogantly using political, economic and military power to impose its values on the rest of the world and sowing discord at home. The Obama administration continues to be oppressive by imposing conformity at home and abroad. Oppressiveness is the opposite of liberation. This oppressiveness is failing to construct a peaceful society and will ultimately destroy itself.

The new covenant based on love and forgiveness is liberating and ecumenical! It does not require conformity. Each person has the freedom to relate to God without interference from others. There is no need to force some agenda on others, neutralize them or destroy them.

Living the new covenant is not easy. It requires relinquishing many already installed social, racial and sexual prejudices in our culture. Like the prophets of the past we too can be discriminated against and judged by those who have appointed themselves as the "spiritual elite".

JEREMIAH 31:31-34 – NEW INTERNATIONAL VERSION (NIV)

“The days are coming,” declares the Lord,
    “when I will make a new covenant
with the people of Israel
    and with the people of Judah.
It will not be like the covenant
    I made with their ancestors
when I took them by the hand
    to lead them out of Egypt,
because they broke my covenant,
    though I was a husband to[a] them,”
declares the Lord.
“This is the covenant I will make with the people of Israel
    after that time,” declares the Lord.
“I will put my law in their minds
    and write it on their hearts.
I will be their God,
    and they will be my people.
No longer will they teach their neighbor,
    or say to one another, ‘Know the Lord,’
because they will all know me,
    from the least of them to the greatest,”
declares the Lord.
“For I will forgive their wickedness
    and will remember their sins no more.”