terça-feira, 31 de agosto de 2010

PAZ COMPLETA E INCOMPLETA

Procurem viver em paz,
tratem dos seus próprios negócios
e vivam do seu próprio trabalho

Tessalonicenses 4.11 (leia 4.9-12) – BLH

Viver a sua própria vida e não a vida dos outros, é viver a vida da melhor maneira possível: estando bem com Deus, a criação, os outros. Este seria o ideal! O "procurar viver em paz" quer dizer: "fazer a nossa parte". Há um aspecto da paz que depende dos outros; para a paz ser completa, os outros devem participar dela também. A paz tem o amplo sentido de bem estar, não só a ausência de conflito ou de guerra. Vivemos em "interdependência" e não dependência ou independência. A paz, para nós, é sempre uma busca no sentido de que ela nunca é completa.

Jesus menciona um nível de paz que não depende das circunstâncias. "A paz que o mundo não pode dar nem tirar", se completa em nosso relacionamento com Deus e ainda resta se nós perdermos tudo o mais...

A paz é uma busca. Os outros são envolvidos. A paz que depende da nossa harmonia e do nosso relacionamento com Deus e a sua criação pode ser completa, mas a paz que inclui o bem estar dos outros é sempre uma busca. A paz pode ser completa e incompleta ao mesmo tempo.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

IMORALIDADE

Deus não nos chamou para vivermos na imoralidade,
mas para sermos completamente dedicados a ele.
Portanto,
quem rejeita esse ensinamento
não está rejeitando uma pessoa,
mas a Deus,
que dá a vocês o seu Espírito Santo.

1 Tessalonicenses 4.7-8 (leia 4.1-8) – BLH

A imoralidade representa aquilo que está em conflito com a nossa integridade (“integralidade”). O oposto da imoralidade é uma vida integral, não dividida. A imoralidade representa a pessoa dividida, sendo o contrário de uma pessoa em harmonia consigo mesma. Qualquer ato que contribui para a desintegração da pessoa, é imoralidade! A imoralidade não é a prática disto ou a prática daquilo, mas a má prática em qualquer área da vida.

A nossa cultura tem uma "neurose" em relação ao corpo e em relação ao sexo. Muitos acreditam: "imoralidade = sexo". Para estas pessoas a santidade exigiria uma vida assexuada. Mas, uma espiritualidade sadia é aquela que consegue incorporar a sexualidade dentro da espiritualidade.

Ao rejeitarmos esta "integração", estamos rejeitando a própria vida. A moralidade legalista e fragmentista de uma vida assexuada é uma moralidade falsa que vai contra Deus e a natureza.

domingo, 29 de agosto de 2010

ESTILO DE VIDA E TESTEMUNHO

Irmãos,
lembrem-se de como trabalhamos e lutamos!
Quando anunciamos a Boa-notícia de Deus,
trabalhamos dia e noite
para não dar despesa
a nenhum de vocês.

1 Tessalonicenses 2.9 (leia 2.9-13) – BLH

A finalidade da Boa-notícia não é ferir, mas, sarar quem a ouve; não é tirar mas, acrescentar... Paulo fez questão de não pesar para os hospedeiros, abrindo mão de qualquer direito de receber recompensa pela pregação da mensagem, com a finalidade de provar que ele não estava sendo motivado pela auto-promoção, mas pelo amor de Jesus! Neste sentido, o seu "trabalhar dia e noite" não era para anunciar a Boa-notícia, mas, para não dar despesa aos ouvintes. Porém, o "não dar despesa" fazia parte da Boa-notícia...

O anúncio da Boa-notícia é feito, também, através do estilo de vida. O esforço de não pesar para os outros era uma prova concreta das suas intenções... Nós, os pastores profissionais de carreira, que vivemos das ofertas dos fiéis, levamos desvantagem no sentido de podermos ser questionados quanto à motivação do nosso ministério. Os outros podem achar que agimos "assim e assado", porque estamos sendo pagos para agir de tal maneira. Assim, o nosso testemunho perde uma parte de sua força.

sábado, 28 de agosto de 2010

O MOTIVO DO ANÚNCIO

Ao contrário,
sempre falamos como Deus quer
porque ele nos aprovou
e nos deu a responsabilidade
de anunciar a Boa-notícia do Evangelho.
Não queremos agradar as pessoas,
mas a Deus,
que põe à prova as nossas intenções.

1 Tessalonicenses 2.4 (leia 2.1-8) – BLH

A Boa-notícia não é sempre aceita socialmente. Ao anunciá-la não levamos nenhuma vantagem! Por lutar contra os fatores opressores da sociedade, a Boa-notícia é muitas vezes resistida. Quem a anuncia é levado a sofrer por causa deste anúncio. Somos motivados a proclamar esta Boa-notícia, não para agradar aos outros ou sermos bem conceituados, mas, para agradarmos a nós mesmos. Nós nos identificamos com a presença e a ação de Deus.

O motivo principal do nosso "jeito de agir" não deve ser apenas agradar aos outros e nos promovermos, mas, deve ser: "vivermos de acordo com a nossa realidade íntima, em Jesus".

Ao agirmos com a motivação de "auto-promoção", mesmo com a máscara de promover o "bem", agimos com segundas intenções. A tendência humana é auto-promoção e esta, inclui a criação de uma boa imagem. O bem que fazemos não deve visar criar "boa imagem" para nós mesmos, mas, promover o bem estar dos outros, conforme o princípio do amor que Jesus viveu.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

FÉ COLOCADA EM PRÁTICA

Porque lembramos,
diante do nosso Deus e Pai,
como vocês puseram em prática a sua fé,
como o amor de vocês os fez trabalhar tanto
e como é firme a esperança que têm em Jesus Cristo,
o nosso Senhor.

1 Tessalonicenses 1.3 (leia 1.2-5,8-10) – BLH

O amor verdadeiro leva à ação, é ativo. O amor verdadeiro produz impacto, deixa a sua marca nos outros e é lembrado. A nossa fé é a esperança que temos em Jesus, a prática da fé é o amor e o amor age.

Ao conhecermos Jesus, a esperança nasce em nós! Quanto mais conhecermos Jesus, maior será a nossa esperança... Jesus faz nascer a esperança porque ele demonstra que em qualquer situação e em qualquer circunstância pode haver transformação, desde a falta de recursos até a própria morte.

A falta de conhecimento de Jesus faz com que as pessoas adotem uma religião de escapismo, de afastamento do mundo e de isolamento. Elas acham que o mundo está perdido e que Jesus não tem uma mensagem para ele e nem poder de transformá-lo! Com a fé pequena, a igreja deixa de ser fermento e sal, não penetra o mundo; deixa de ser a luz do mundo porque só se acende dentro do templo! Para as pessoas de pouca fé e pouco amor, a salvação consiste em sair do mundo e entrar na igreja.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A BASE DA FELICIDADE

Como dizem as Escrituras Sagradas:
"Por isso o homem deixa o seu pai e a sua mãe
para se unir com a sua mulher,
e os dois se tornam uma só pessoa."
Há uma grande verdade revelada nessa parte das Escrituras,
e eu digo que ela se aplica a Cristo e à Igreja.

Efésios 5.31-32 (leia 5.21-32) – BLH

Mais uma vez, as Escrituras usam imagens paralelas. Uma coisa é imagem da outra! Homem e mulher são imagem de Cristo e da Igreja. Cristo e a Igreja devem ser o modelo de marido e esposa. Relacionamentos humanos seguem o padrão de amor e respeito, seja ele entre a divindade e a humanidade, homem e mulher, pais e filhos, patrão e empregado, amigos e mesmo entre estranhos!...

Este é o padrão da felicidade! A felicidade morre quando este padrão é abandonado; a felicidade nunca nasce quando este padrão é ignorado... O amor e o respeito são elementos universais e essenciais para a felicidade. Sem o amor e o respeito não há felicidade. Cristo nos amou e se deu por nós. Cabe a nós imitá-lo.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

A FORÇA MAIOR

Porém Rute respondeu:
“Não me proíba de ir com a senhora
nem me peça para abandoná-la!
Onde a senhora for, eu irei;
e onde morar, eu também morarei.
O seu povo será o meu povo,
e o seu Deus será o meu Deus.

Rute 1.16 (leia 1.1,3-8,14-16,22) – BLH

A vida de Noemi falou bem alto, tão alto que a sua nora chegou a abandonar o seu povo e a sua religião para poder acompanhá-la! Se o episódio de Jafté e a sua filha foi um dos mais feios na Bíblia, a história de Noemi e Rute foi das mais bonitas! As duas mulheres eram de caráter e carinho fora de comum... A força do amor é uma das mais poderosas na experiência do ser humano.

O amor inspira sacrifícios e mudanças. Pelo amor as pessoas ficam abertas. Mudam o seu estilo de vida e adotam outros hábitos e costumes! Sacrificam-se a si mesmas em prol do outro sem sentir o peso, fazendo tudo com prazer e sem desgastes. Talvez o amor seja a mola mestra de muitas das grandes realizações positivas em favor da humanidade!...

O que é feito com amor produz mais do que aquilo feito por obrigação, ou por dever. A obrigação pesa, o amor renova as forças!

Grandes paixões na vida deixam-na leve e gostosa, mesmo em tempos difíceis...

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

RELIGIÃO, PECADO DISFARÇADO?

Ela respondeu:
“Se o senhor fez uma promessa ao Deus Eterno,
faça de mim o que prometeu.
Pois o Eterno deixou que o senhor se vingasse
dos nossos inimigos, os amonitas.”

Juízes 11.36 (leia 11.29-39) – BLH

Estas são as palavras da filha de Jefté ao descobrir que seria sacrificada por causa de um juramento de seu pai.

A meu ver, essa passagem está na mesma categoria da filosofia que diz que, "a palavra do rei não pode voltar atrás". O comportamento humano está cheio de coisas estúpidas, sem razão de ser. As pessoas "fazem besteira" e depois tentam se justificar... Não vejo nada de edificante nesta passagem! Ela é mais um "retrato" das loucuras que os seres humanos podem fazer em nome da religião. A Bíblia retrata bem o ser humano sem tentar negar nenhum aspecto da sua personalidade; relata as "loucuras" e as "virtudes"...

Quais são as loucuras que acabo de fazer em nome da minha fé em Deus? Será que já cheguei a prejudicar os outros ao cumprir um dever religioso? A fuga das coisas do mundo não passa, muitas vezes, de uma fuga da responsabilidade para com o próximo? A condenação dos erros dos outros não passa de uma manifestação de desamor para com o próximo?

A religiosidade muitas vezes pode ser apenas o pecado disfarçado.

domingo, 22 de agosto de 2010

A SOMBRA DO REI

E o espinheiro respondeu:
"Se vocês querem mesmo me fazer o seu rei,
venham e fiquem debaixo da minha sombra.
Se vocês não fizerem isso,
sairá fogo do espinheiro
e queimará os cedros do Líbano."

Juízes 9.15 (leia 9.6-15) – BLH

Temos que ficar sob a sombra do nosso rei! Se escolhermos um rei pequeno, nos diminuiremos e não alcançaremos o nosso potencial...

As árvores nobres estavam escolhendo um espinheiro para ser rei. Assim agindo, condenavam-se a serem sufocadas ou queimadas. Optavam por uma escolha que seria a sua própria destruição!

Não poderemos passar, nem alcançar o tamanho do nosso "rei"! Os valores que escolhemos determinam até que ponto nós podemos nos desenvolver. Há um ditado que diz: - "os povos têm os governos que merecem". Há um pouco de verdade nisso... O povo tende a escolher um governo de acordo com a sua altura!

É importante a boa escolha de valores e prioridades! Nossos valores devem ser maiores do que nós e nos desafiar sempre. O nosso "rei" sendo nobre e elevado nos dá espaço para crescermos. O Reino que Jesus descreveu é a nossa melhor opção. Nos desafia a crescermos e ultrapassarmos o nosso pequeno mundo, participando de um projeto que nos dá oportunidades sem limites...

sábado, 21 de agosto de 2010

EMPURRO DE ANJO

Aí Gideão compreendeu que era mesmo
o Anjo de Deus Eterno que ele tinha visto.
E disse, apavorado:
”Meu Deus! Eu vi o Anjo do Eterno face a face!”
Mas o Eterno respondeu:
“Não fique com medo.
Tudo está bem.
Você não morrerá.”
Gideão construiu ali um altar para o Deus Eterno
e o chamou de "O Deus Eterno é paz".

Juízes 6.22-24a (leia 6.11-24) – BLH

A nação ia mal, mas Gideão estava na sua... A "sua" era cuidar de sua vida, da sua lavoura... Gideão era pobre, de família humilde. Não sentia responsabilidade com os acontecimentos nacionais, nem tribais. De repente, um anjo aparece para tirar a sua tranqüilidade... Gideão foi chamado para se envolver com algo fora das suas atividades habituais; foi chamado para ser o "salvador da pátria".

Um encontro com Deus ou com um anjo de Deus implica num envolvimento com o sofrimento humano, além do nosso próprio sofrimento e os nossos próprios interesses. Depois do encontro, Gideão não podia mais ficar cuidando de sua própria vida. Um encontro verdadeiro com o Eterno nos empurra para fora do nosso pequeno mundo, para vivermos o mundo dos outros.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

UM POVO AINDA ESCRAVO

O Deus Eterno lhes dava um líder e o ajudava.
Enquanto esse líder vivia,
o Eterno salvava o povo dos seus inimigos.
Ele tinha pena dos israelitas
porque eles sofriam na escravidão.

Juízes 2.18 (leia 2.11-19) – BLH

Nesta passagem, temos o retrato de um povo regido por valores que não eram interiorizados, um retrato de um povo dirigido (manipulado) e não um povo conscientizado por valores internos! Os hebreus foram libertados da escravidão do Egito, agora estavam numa terra própria e livres de opressões externas. A libertação era uma ilusão, Eles continuavam escravos, pois precisavam ser dirigidos. Ainda não aceitavam a plena libertação que exigia responsabilidade e decisões próprias.

A política e a religião não mudaram em nada. O povo corre atrás de líderes ainda hoje, ele quer ser dirigido e manipulado. É a forma moderna de idolatria. Muitas vezes o pastor e a pastora bem sucedidos são aqueles que manipulam as multidões. As multidões ainda correm atrás dos manipuladores (ídolos).

"Carisma" quer dizer: “poder de manipular”. A liderança que chama o povo à responsabilidade conscientizada é rejeitada por não oferecer soluções milagrosas e fáceis. Os verdadeiros profetas libertadores ainda são crucificados (assassinados), ou, simplesmente ignorados.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

ADÃO E JESUS

Porque, assim como por meio de um homem veio a morte,
assim também a ressurreição veio por meio de um homem.

1 Coríntios 15.21 (leia 15.20-26) – BLH

A tendência humana é personificar a vida. Esta é a melhor maneira de entendermos e interpretarmos muitos aspectos da realidade que vivemos. Formamos a nossa auto-imagem e interpretamos a vida a partir desta imagem. A nossa interpretação da existência é uma projeção de nós mesmos. A mitologia não é nada mais do que a maneira personificada de entendermos e explicarmos as diversas facetas desta realidade complexa que vivemos.

A morte sempre foi um dos mistérios mais profundos da existência. A Bíblia afirma que a morte é o resultado da desobediência humana. É o produto humano proveniente da desarmonia com Deus. Nós morremos porque pecamos. Conforme a Bíblia a morte não existia antes do pecado do ser humano. Fomos nós que trouxemos a morte para a terra. Jesus, o ser humano divino, por obediência, cancelou a morte pela ressurreição. Adão é a personificação da morte e Jesus, da vida.

A nossa compreensão moderna é bem diferente, alegórica. Pecado é a desarmonia que leva à auto-destruição, enquanto a harmonia com o universo reforça o dom de vida. Adão representa a desarmonia e Jesus a harmonia. Adão, a morte e Jesus, a vida.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

NÃO FOMOS NÓS

Foi o Eterno, o nosso Deus,
quem nos tirou a nós e aos nossos pais
da escravidão na terra do Egito.
E vimos as grandes coisas que ele fez.
Ele nos guardou pelos caminhos por onde andamos
e no meio dos países por onde passamos.

Josué 24.17 (leia 24.14-29) – BLH

Nossa dependência e interdependência não são apenas culturais, sociais econômicas, mas, também "cósmicas". Uso a palavra "cósmica" para evitar a palavra "espiritual", "material" e "natural". Fazemos parte de um universo que vai muito além da parte humana e daquilo que percebemos. Há algo que nos produziu (criou) e está nos sustentando. Este "algo" está muito além da nossa compreensão e longe do nosso controle.

Aqui entra o mistério e o misterioso, aquilo que não tem explicação, a não ser em linguagem simbólica. Esta realidade nos coloca admirados diante do universo! Sentimos a realidade das nossas limitações e nossa dependência de forças e poderes que não controlamos, nem compreendemos.

A maioria chama isto de “Deus” que toma forma de personalidade, que cuida de nós de maneira extraordinária e zela pelo nosso bem estar.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

GRATIDÃO E INTERDEPENDÊNCIA

Eu dei a vocês uma terra
em que vocês nunca haviam trabalhado
e cidades que não haviam construído.
E vocês estão vivendo nessas cidades
e comendo uvas e azeitonas de parreiras e oliveiras
que não plantaram.

Josué 24.13 (leia 24.1-13) – BLH

Quase tudo que temos em nossa vida é nos dado, e recebemos pelos esforços dos outros; coisas boas e coisas ruins a nosso ver. Deveriam ser motivos de gratidão e não de orgulho, pois não recebemos pelos nossos méritos, mas vem de graça e pela graça.

Um bom exercício seria imaginarmos: - como seria a vida se não tivesse mais ninguém na terra a não ser você? Toda estrutura de sua vida mudaria radicalmente, se tornando cada vez mais primitiva. Todos os confortos e todas as conveniências que temos na vida dependem de outras pessoas. Não somos independentes. Somos dependentes muito mais do que imaginamos…

Nossa atitude deveria ser de reconhecimento da nossa interdependência e integração. A gratidão nos leva a contribuirmos com a nossa parte para o bem estar de todos e de tudo.

domingo, 15 de agosto de 2010

VISÃO NÃO ALCANÇADA

E Deus disse a Moisés:
”Eu jurei a Abraão, a Isaque e a Jacó
que daria esta terra aos descendentes deles.
Estou deixando que você a veja com os seus próprios olhos,
mas você não vai entrar nela.

Deuteronômio 34.4 (leia 34.1-12) – BLH

Nem sempre a nossa visão é só para nós mesmos. Moisés viu a terra prometida e lutou para entrar nela. Outros entraram enquanto Moisés ficou no deserto. Não foi derrota ou fracasso... Uma visão de algo só para nós seria uma visão egoísta. Moisés estava vendo um futuro glorioso para o seu povo. Mesmo morrendo no deserto, antes de passar pelo Rio Jordão, Moisés, de certa forma, entrou na terra da promessa.

A melhor recompensa de uma visão ou de um ideal, é a própria visão e o próprio ideal! A realização nunca está de acordo com a expectativa. A terra da promessa poderia ter sido uma grande decepção para Moisés. O povo não desfrutou da terra, nunca chegou a possuí-la plenamente! Às vezes, o ideal alcançado se torna motivo de tristeza ao descobrirmos que o ser humano tem capacidade de estragar uma coisa que poderia ser bonita e benéfica.

Nossas visões são como estrelas – servem para nos inspirar e dar direção, mas nunca chegaremos lá. O importante não é chegar, mas caminhar em direção de… O caminhar vale mais do que a chegada.

sábado, 14 de agosto de 2010

AMOR E MEDO

Sejam firmes e corajosos;
não se assustem nem tenham medo deles,
pois é o Eterno, o nosso Deus,
quem irá com vocês.
Ele não os deixará nem abandonará.

Deuteronômio 31.6 (leia 31.1-8) – BLH

Um relacionamento de amor gera confiança e coragem. A ausência de amor cria medo. João declara que o perfeito amor lança fora o medo. Um Deus que nos ama não nos abandona. Os atos corajosos geralmente são motivados por amor.

Os nossos piores inimigos não são os perigos e as dificuldades encontrados em nossos caminhos. O pior inimigo é o medo dos perigos e dificuldades. Perigos e dificuldades são vencíveis, pois muitas vezes oferecem oportunidades.

Se estamos realmente ao lado do bem e agirmos motivados pelo amor, não temeremos: nem a morte nem o fracasso. Se o nosso relacionamento com o Eterno é na base do amor estamos na posição mais segura possível. A morte e o fracasso se tornam relativos, não mais tendo poder sobre nós! A morte não tem a palavra final e por isso deixa de ser uma grande inimiga. O maior fracasso é ter medo e desistir de lutar. Lutar e perder não é fracasso. Quem não luta já fracassou. Quem luta, nunca fracassa.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

AMOR E LEI

Povo de Israel!
Escutem o que o Deus Eterno exige de vocês.
Ele quer que vocês o temam e sigam todas as suas ordens;
quer que o amem e que o sirvam
com todo o coração e com toda a alma.
Obedeçam a todas as leis de Deus
que eu estou dando a vocês hoje,
para o seu bem.

Deuteronômio 10.12-13 (leia 10.12-22) – BLH

Quando o relacionamento vem do "coração" e da "alma" ele é sólido e autêntico. O ideal desta passagem não é somente a obediência. O amar leva a SERVIR. Os que se amam mutuamente se servem um ao outro reciprocamente. Aqui está sendo traçada a condição de um relacionamento sólido e duradouro - amor mútuo, leva a serviço recíproco. A ênfase não está nas leis que devem ser obedecidas, mas, no relacionamento que está atrás da obediência.

Uma religião de leis é uma religião diabólica, uma religião de opressão e de escravidão. A religião deve libertar a pessoa e a comunidade para se relacionar com a espontaneidade do amor e não colocá-la num regime de leis e regras... Leis e regras podem, no máximo, servir de ponto de referência para medirmos se a base e os frutos de um relacionamento são produtos do amor ou egoísmo. O espírito da lei está muito acima da letra. O espírito da lei é a alma da lei.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

ESTAR BEM COM DEUS

Sejam bons e delicados
uns com os outros.
E perdoem uns aos outros,
como Deus,
por meio de Cristo,
perdoou vocês.

Efésios 4.32 (leia 4.30-5.2) – BLH

O grande teste da nossa espiritualidade é a nossa atitude para com os outros! Estando bem com Deus e com a vida estaremos bem com os outros. Uma pessoa de religiosidade espontânea se sentiria bem com os outros, mesmo tendo estilos de vida bem diferentes. Mas, se esta mesma pessoa se não estiver bem com a vida e encara religião como dever o seu relacionamento não seria bom com pessoas de estilos de vida diferente.

Uma pessoa que condena e critica os outros não está bem consigo mesma ou com Deus. Somente à medida que estamos bem com Deus é que teremos capacidade de sermos compassivos, perdoadores e tolerantes para com os outros. Mas, se a nossa religião é apenas um dever para nós, nós vamos nos sentir mal em relação às outras pessoas que não estão cumprindo o mesmo dever. O espírito condenatório é um sinal de sentimento de culpa. Quem não se sente perdoado não tem condições de perdoar os outros. Sentindo aceitos por Deus como somos poderemos aceitar os outros como eles são. No fundo, a rejeição dos outros é uma forma de auto rejeição.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

SEGUINDO O CORAÇÃO

Que cada um dê conforme resolveu no coração,
não com tristeza nem por obrigação,
pois Deus ama quem dá com alegria.

2 Coríntios 9.7 (leia 9.6-10) – BLH

Os nossos atos devem ser espontâneos e não impostos por forças externas. A verdadeira libertação traz autonomia de ação. Uma pessoa libertada é motivada pelo interior, não por regras e leis feitas por outros, mas porque ela mesmo quer e não porque é exigido.

Uma religião de muitas regras e leis não é válida. Este "tipo de religião" é uma escravidão. As religiões que apresentam um sistema já pré-estabelecido de normas para serem seguidas pelos adeptos é uma força opressora, tanto quanto qualquer outra.

A diferença entre escravo e filho é que o escravo faz as coisas porque é mandado pelo dono e não porque ele próprio quer. Ele faz por obrigação temendo as conseqüências, se não fizer. O bom filho faz porque realmente quer agradar aos pais e deseja o seu bem, por amor e não por querer evitar castigo... Deus não quer escravos que apenas cumpram ordens, mas quer filhos e filhas que agam por amor, cujos atos trazem satisfação.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

SOMENTE UM DEUS

Fiquem sabendo agora e nunca se esqueçam disto:
somente o Eterno é Deus lá em cima no céu
e aqui embaixo na terra.
Não há outro deus.

Deuteronômio 4.39 (leia 4.32-40) – BLH

Os deuses, nas mitologias, representavam diversas forças agindo no mundo humano, sejam forças externas da natureza ou internas da personalidade consciente e inconsciente. Estes deuses eram cultuados por representarem estas forças ocultas e não controláveis. O domínio masculino na sociedade estabeleceu deuses absolutistas. O Eterno representava o fim desta multiplicidade de deuses e cultos. Há um poder acima de todas estas forças, regendo a todos. Este poder foi identificado como o Eterno. Nele reside todo o poder existente na criação. Não havia necessidade de adotar tantos deuses. Na realidade, todos estão subordinados à força principal! Tudo tem um princípio unificador.

A parte positiva é a ausência de dualismo nesta afirmação. Não há muitos deuses que competem um contra o outro, mas atrás de tudo há uma direção que coordena e tem uma finalidade! Nos livros de Moisés não há lugar para uma teologia de demônios, pois, o Eterno rege sozinho a sua criação. A existência de demônios como adversários de Deus seria uma forma de politeísmo.

A parte negativa do monoteísmo, como apresentado no Pentateuco, é a espiritualidade machista. Com os elementos anti-femininos, possui tendências de intolerância, de competição e de eliminação dos que não se conformam com os padrões patriarcais. O Deus do Antigo Testamento é cópia do patriarca. O “Papai” de Jesus não era patriarcal, regendo com autoridade, mas agregativo, agindo com amor.

domingo, 8 de agosto de 2010

AUTO-OPRESSÃO

Quarenta anos vocês vão sofrer
por causa dos seus pecados,
conforme os quarenta dias
que vocês espionaram a terra,
um ano para cada dia.
Vocês vão saber o que é ficar contra mim.

Números 14.34 (leia 13.1-3,25-14.1,26-30,34-35) – BLH

A recusa do povo em sair do deserto e ocupar a terra, além rio, mostrou a verdadeira raiz do problema de libertação! Foi dito que o maior obstáculo à libertação dos oprimidos é o próprio oprimido! O povo não somente estava no deserto, mas, pior ainda: - O DESERTO ESTAVA NO POVO!..

A opressão verdadeira é a auto-opressão. Para a situação externa ser convertida de verdade, é preciso que haja uma "conversão interna".

Quando as pessoas desejam a libertação, o maior obstáculo já está vencido. Muitos povos têm a tendência de escolher alguém ou algo para dominá-los. A liberdade provoca medo porque traz o peso da responsabilidade. Muitas pessoas correm atrás de seitas exigentes e se sujeitam a elas porque estas seitas apresentam "pacotes fechados"! Estas pessoas escapam da terrível responsabilidade de precisarem pensar por si mesmas e assumirem decisões próprias. Tudo já está decidido!

O deserto era conveniente para aos hebreus, o maná caía do céu diariamente, sem falta: tinham pouco, mas era garantido. Esta tendência favoreceu para que o povo fosse manipulado e usado. Queriam ser escravos...

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sábado, 7 de agosto de 2010

VISÃO DE ESPERANÇA

Deram-lhe o poder,
a honra e a autoridade de rei,
a fim de que os povos
de todas as nações, línguas e raças
o servissem.
O seu poder é eterno,
e o seu reino não terá fim.

Daniel 7.14 (leia 7.9-10,13-14) – BLH

As imagens deste versículo são da época de Daniel e se referem ao que estava acontecendo naquela época. A mensagem era de esperança; um povo sofrido, esmagado, e perseguido seria tirado da condição de dominado, passando a dominar a sua situação para sempre. Daniel era escravo, altamente honrado. Não deixava de ser escravo sujeito à vontade do seu mestre, o rei. O povo de Daniel, os hebreus, estava sofrendo com a perda de identidade e de autonomia... Esta visão dava uma identidade como nação de Deus e eventual vencedora.

É justamente este tipo de visão que atrai milhões de pessoas hoje. Pessoas sofridas e esmagadas se juntam às igrejas para conseguir senso de identidade. Consideram-se "eleitos de Deus" esperançosos do paraíso, pelo menos depois da morte!.. Para muitos cristãos, Cristo é o Rei que está chegando para pôr fim a todos os sofrimentos e injustiças. Não importa se esta visão nunca se realize da maneira esperada. O importante é ter força para não nos entregarmos ao desespero e, aguardarmos por dias melhores...

Jesus nos ensinou que este reino de justiça começa conosco, aqui e agora!

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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O MANÁ DE CADA DIA

Não há mais nada para comer,
e a única coisa que vemos é esse maná!
O maná era parecido com pequenas sementes brancas,
meio amareladas.
Ele caía durante a noite, com o orvalho.
No dia seguinte de manhã,
o povo ia apanhá-lo em volta do acampamento.
Eles o moíam em moinhos ou o socavam em pilões,
cozinhavam numa panela e faziam pães achatados
que tinham gosto de pão assado com azeite.

Números 11.6-8 (leia 11.4-15) – BLH

O povo tinha maná em abundância mas clamava por churrasco. Não estando satisfeito com a vida, tudo era motivo de reclamação.

O nosso maior problema não é falta de recursos, mas a falta de fé! O profeta alimentado pelos pássaros, a multiplicação dos pães, a pesca milagrosa e o maná no deserto têm o tema comum: providências certas nas horas certas. Jesus reforçou este tema ao dizer que não devemos estar ansiosos quanto ao dia de amanhã e que, se o Pai cuida dos passarinhos e das flores que são pouco valorizados, quanto mais nós seremos cuidados!... Ao buscar, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça não faltará o essencial. A insatisfação com a vida dá o desejo de possuir cada vez mais.

A nossa segurança não está nas coisas que julgamos estejam à nossa disposição, mas, na realidade da presença divina... Coisas podem ser tiradas de nós, ou podem não ter o poder de nos ajudar todas as vezes que achamos que delas precisamos. Estar em harmonia com o cosmos é o maior recurso que podemos ter. Com este recurso, nada nos faltará.

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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

FORMA E CONTEÚDO

Os seus corações e as suas mentes
devem ser completamente renovados.
Vistam-se com essa nova natureza,
que Deus criou
de acordo com a sua própria natureza
e que se mostra na vida verdadeira,
que é correta e dedicada a ele.

Efésios 4.23-24 (leia 4.17,20-24) – BLH

Uma religião institucionalizada tende a se preocupar com a forma, mais do que com o conteúdo. Muitas das instituições religiosas são frutos de uma pessoa ou um pequeno grupo de pessoas. Elas passam por uma experiência religiosa e querem perpetuar aquela experiência através de uma estrutura permanente. Tentam estabelecer normas para conservar a experiência, mas, normas só conseguem lidar com formas e não com conteúdo.

Jesus se preocupava com o conteúdo afetivo da mente, muito mais do que com uma estrutura externa de leis e normas. Jesus não organizou uma instituição para perpetuar um estilo de vida. Em vez disto, ele deixou princípios e atitudes internos com que podemos enfrentar criativamente as complexidades da vida diária. O importante é a renovação do coração e da mente em amor e compaixão pelo próximo! O importante é uma nova mentalidade que promove uma vida de justiça em termos concretos.

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terça-feira, 3 de agosto de 2010

LIBERTAÇÃO DA TERRA

Nesse ano ninguém semeará os seus campos,
nem colherá o trigo que crescer por si mesmo,
nem podará as parreiras,
nem colherá as uvas,

pois o Ano da Libertação é sagrado para o povo,
e nele todos se alimentarão
somente daquilo que a terra produzir por si mesma.

Levítico 25.11-12 (leia 25.1,8-17) – BLH

O Ano de Libertação era também, um ano de libertação da terra. A intervenção humana na natureza é, muitas vezes, uma violência ao equilíbrio ecológico, embora nos tempos antigos não vemos este tipo de abordagem. Mas, a sabedoria inata fazia muitos povos respeitarem a natureza. A natureza era vista como um organismo e respeitada como "um ser vivo". Para a nossa infelicidade, a nossa cultura perdeu esta visão e chegou a tratar a natureza como um mecanismo com que se pode mexer, sem maiores conseqüências... Estamos começando a descobrir que a natureza é, na realidade, um organismo e que se vinga dos seres que fazem violência contra ela.

Muitas das leis religiosas têm um fundo prático em relação à saúde, tanto física como psicológica; maneira mítica de entender a relação entre a prática do dia a dia e o nosso bem estar!

A vida é um todo e não um conjunto de partes isoladas. Ao zelar da terra estamos cuidando de nós mesmos.

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segunda-feira, 2 de agosto de 2010

AS FESTAS DA VIDA

A Festa da Páscoa,
comemorada em honra do Deus Eterno,
começa ao pôr-do-sol no dia catorze do primeiro mês.
No dia quinze desse mês
começa a Festa dos Pães sem Fermento,
em honra do Deus Eterno.
Durante os sete dias dessa festa
o pão que vocês comerem
deverá ser feito sem fermento.

Levítico 23.5-6 (leia 23.1,4-11,15-16.27,34-37) – BLH

A vida deve ter celebrações e seus momentos especiais para serem comemorados. Isto dá sentido e direção à vida. Certas coisas acontecem e dão sentido à vida, fazendo valer a pena viver! Estas são ocasiões de renovação e de afirmação! Israel tinha as suas festas, comemorava momentos ou pontos históricos na vida coletiva, estabelecendo a sua identidade.

Em nossa cultura, o dia do aniversário de nascimento e de casamento são momentos significantes do indivíduo! Muitos países têm seus dias nacionais que comemoram o nascimento da coletividade. Igrejas ou entidades cívicas têm suas datas que celebram a sua fundação. Para os cristãos em geral, o dia da ressurreição ou de natal é a data magna! O que estes dias têm em comum é que apontam as suas origens e estabelecem a sua identidade. No fundo, não é o Deus Eterno que está sendo comemorado, mas, nós mesmos e a vida que está sendo agraciada.

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