domingo, 25 de junho de 2017

COMPAIXÃO E O REINO

Está aqui uma descendente de Abraão
que Satanás prendeu durante dezoito anos.
Por que é que no sábado
ela não devia ficar livre dessa doença?
Lucas 13.16 (leia 13.10-17) – NTLH

O chefe da sinagoga ficou zangado quando Jesus ignorou as regras do dia do sábado e curou uma mulher sofredora, vítima há dezoito anos duma doença que entortava seu corpo. Jesus vivia o Reino, o chefe, a instituição. Jesus visava o bem estar dos seres humanos, independente do seu status social ou condição “moral”. O chefe defendia a integridade do sistema de leis e valores da instituição religiosa. Jesus ignorou as limitações impostas pela lei e atendeu a mulher. O chefe ignorou a mulher, preservando a letra da lei. Jesus colocava a prática acima da ideologia, o chefe, o sistema de ideias a custa da prática.

A religião tem a tendência de se organizar colocando ordem na vida. Isto é positivo até certo ponto. O perigo é estabelecermos uma ordem rígida e fechada em torno de si mesma. Faz que a vida se torne pior do que o caos que ela pretende corrigir.

No cenário global, as três grandes religiões monoteístas: judaísmo, cristianismo e islamismo, têm estruturas internas de auto preservação e promoção que muitas vezes esmagam mais do que curam os seres humanos. As injustiças praticadas têm a fachada da democracia contra o terrorismo ou dos injustiçados contra o imperialismo. Mas na realidade, estas “democracias” praticam o terrorismo e os “injustiçados” lutam para estabelecer outro império, todos apelando para seu Deus.

O Reino é viver a justiça, não fazê-la. Viver a justiça é a prática do bem quando e onde as oportunidades se apresentam, sem colocarmos condições ou fazermos restrições.

O lugar do Reino é sempre aqui, onde cada um esteja e não lá em outro lugar. O dia do Reino é sempre hoje, nem ontem ou amanhã. O momento do Reino é sempre agora, nem antes ou depois. O Reino é aqui, agora rompendo todas as barreiras do tempo e do espaço.

A nossa tendência é limitar o Reino a certas condições e épocas, fazendo a separação entre o sagrado e o secular. Colocamos Deus dentro do sagrado e O ausentamos das “coisas mundanas”.
O judaísmo estabeleceu o dia de sábado como dia sagrado, dedicado ao “nada fazer”. Jesus foi criticado por fazer o bem no dia sagrado. Para Jesus todos os dias eram sagrados. Jesus viveu o Reino todos os momentos em todos os lugares; bastava a mulher doente (há 18 anos) chegar perto de Jesus! Ele a viu, chamou e curou, sem precondições.

Erramos quando achamos que viver o Reino é moldar os outros de acordo com a nossa visão do certo ou errado e colocarmos a nossa ordem no caos reinante. Não compete a nós estabelecermos ou construirmos o Reino. Ele já está ao nosso redor e dentro de nós. Somos apenas participantes. Compete a nós semearmos o bem e deixarmos os resultados com Deus.

LUCAS 13:10-17 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)



Certo sábado, Jesus estava ensinando numa sinagoga. E chegou ali uma mulher que fazia dezoito anos que estava doente, por causa de um espírito mau. Ela andava encurvada e não conseguia se endireitar. Quando Jesus a viu, ele a chamou e disse:
— Mulher, você está curada.
Aí pôs as mãos sobre ela, e ela logo se endireitou e começou a louvar a Deus. Mas o chefe da sinagoga ficou zangado porque Jesus havia feito uma cura no sábado. Por isso disse ao povo:
— Há seis dias para trabalhar. Pois venham nesses dias para serem curados, mas, no sábado, não!
Então o Senhor respondeu:
— Hipócritas! No sábado, qualquer um de vocês vai à estrebaria e desamarra o seu boi ou o seu jumento a fim de levá-lo para beber água. E agora está aqui uma descendente de Abraão que Satanás prendeu durante dezoito anos. Por que é que no sábado ela não devia ficar livre dessa doença?
Os inimigos de Jesus ficaram envergonhados com essa resposta, mas toda a multidão ficou alegre com as coisas maravilhosas que ele fazia.






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