Eu sou o bom pastor;
o bom pastor dá a vida pelas ovelhas.
o bom pastor dá a vida pelas ovelhas.
João
10.11 (leia 10.11-18) – NTLH
Romantizamos
a Bíblia. Muitas vezes passamos por cima do lado prosaico das imagens usadas.
Esta passagem fala da figura do pastor. Pastorear era (e ainda é) uma atividade
econômica. As ovelhas eram meio de sustento do dono. Elas forneciam vestimenta
e comida (lã e carne). Em troca, o pastor lhes dava proteção e abrigo. Os lobos
eram inimigos do proprietário do rebanho porque ameaçavam seu meio de sustento.
O pastor ia à luta contra os lobos. O dono rico poderia contratar um empregado
para cuidar do seu rebanho, mas este não teria o mesmo cuidado do dono. Em
ambos os casos, as ovelhas eram “objeto de produção”, visando o bem estar do
proprietário.
João
apresenta Jesus como Pastor “Amigo” (O Bom Pastor), contrastando com o pastor
“comerciário”. Em termos comerciais o Pastor Amigo seria fracasso. Dar a vida
pelas ovelhas seria loucura!... Ao contrário, a ovelha sempre dava sua vida
pelo pastor! A figura do Pastor Amigo fura o esquema econômico.
O
pastor comerciário (seja dono ou empregado) representava a estrutura religiosa
que colocava valores econômicos acima dos valores humanos. Podemos chamar isto
o espírito “templo”. O templo era sagrado, sendo o povo o meio de sustentá-lo.
O povo tinha valor na medida em que fizesse sacrifício em benefício do templo.
Em contraste, o Bom Pastor tem o espírito “Amigo” colocando o bem estar das
ovelhas em primeiro plano, acima do seu próprio bem.
Nosso
tratamento de Jesus como o “Bom Pastor que dá sua vida pelas ovelhas” é
acadêmico e abstrato. É dogma, não prática. Na prática, o templo foi
substituído pela Igreja, com “I” maiúsculo. Dizemos que somos a Igreja que
Jesus fundou. Como “Igreja”, nós nos afastamos do mundo sofredor e formamos
apriscos fechados. Precisamos preservar a nossa identidade. Somos mais
interessados em mostrar como somos diferentes dos demais do que identificarmos
com os “perdidos” da nossa sociedade. Procuramos demonstrar a nossa
espiritualidade com sinais externos: construções faraônicas, habilidade de
manipular as massas com grandes concentrações e ganhar eleições. A maior parte
das ofertas dos fiéis vai para manter a estrutura. Alimentar os famintos e
abrigar os desamparados não é prioridade. Os lobos atacam e nós nos refugiamos
dentro dos nossos apriscos! Temos medo de nos perder...
O
grande desafio para a Igreja é cumprir o papel de Bom Pastor (Igreja Amiga),
lembrando que o aprisco é o mundo. João Wesley captou este espírito quando
declarou: “O mundo é a minha paróquia”. Ser a continuação de Jesus no mundo
exige muita fé. A Igreja Amiga não teria medo de morrer pelo mundo porque teria
a confiança no Pai e que a morte não é o fim. A ressurreição é a resposta
divina.
João
10:11-18 – Nova Tradução na Linguagem de Hoje 2000 (NTLH)
JESUS,
O BOM PASTOR
—
Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a vida pelas ovelhas. Um empregado
trabalha somente por dinheiro; ele não é pastor, e as ovelhas não são dele. Por
isso, quando vê um lobo chegando, ele abandona as ovelhas e foge. Então o lobo
ataca e espalha as ovelhas. O empregado foge porque trabalha somente por
dinheiro e não se importa com as ovelhas. Eu sou o bom pastor. Assim como o Pai
me conhece, e eu conheço o Pai, assim também conheço as minhas ovelhas, e elas
me conhecem. E estou pronto para morrer por elas. Tenho outras ovelhas que não
estão neste curral. Eu preciso trazer essas também, e elas ouvirão a minha voz.
Então elas se tornarão um só rebanho com um só pastor.
—
O Pai me ama porque eu dou a minha vida para recebê-la outra vez. Ninguém tira
a minha vida de mim, mas eu a dou por minha própria vontade. Tenho o direito de
dá-la e de tornar a recebê-la, pois foi isso o que o meu Pai me mandou fazer.
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