domingo, 27 de dezembro de 2015

O VERDADEIRO LIVRO DE DEUS

No começo Deus criou os céus e a terra.
Gênesis 1.1
Com o teu poder, puseste as montanhas no lugar,
mostrando assim a tua força poderosa.
Salmo 65.6 (leia 65.1-13) – NTLH

A criação foi o único livro escrito por Deus. A nossa ciência indica que o primeiro capítulo teve início há 20.000.000.000 anos com o primeiro estalo, o “big bang”. O capítulo da terra começou há 4.500.000.000 anos. A terra conseguiu sobreviver sem a presença do ser humano durante 4.496.000.000 anos. A escrita apareceu somente há 6.000 anos.

Na maior parte do desenvolvimento humano a criação era o único “livro” lido. Dia, noite, ciclos lunares, estações, calor, frio, chuva, seca, ventos, trovões, nascimento, morte, animais selvagens, plantas, montanhas, florestas, desertos, abundância, fome, peste, doença, etc. eram as palavras sagradas lidas por todos.

Com a “civilização”, veio a palavra escrita e templos para servir como morada divina. A “revelação” passou a ser encontrada em documentos escritos pela mão humana e dentro de ambientes sagrados construídos por homens. Pessoas “civilizadas” têm a tendência de desconfiar da natureza e confiar nas escrituras. A razão é clara: a natureza tem personalidade própria sendo caprichosa, imprevisível e desrespeitosa. O papel é amigável, aceita tudo e reflete os nossos desejos. Na nossa idolatria, cultuamos as nossas próprias palavras como se fossem palavras divinas. Sabemos soletrar as letras da página escrita, mas somos analfabetos diante do grande livro realmente escrito pela mão divina.

A cada instante Deus escreve novas linhas. Cada batida do coração é uma nova sentença. Cada piscar dos olhos pode trazer novas revelações. O salmista olhou para as montanhas e as ondas do mar com espanto e admiração! Viu a chuva que possibilita a plantação e colheitas abundantes. Percebeu que a mão divina sustenta e conduz toda a existência. Alegrou-se na consciência de que a humanidade, também faz parte da maravilha da existência. Esta revelação da natureza o fez gritar e cantar de alegria.

Em contraste, a “civilização” se vê como dona da terra. Enxerga vantagens imediatas, não beleza. O resultado: árvores derrubadas, matas queimadas, riquezas naturais saqueadas, ar, água e solo envenenados, milhares de espécies da fauna e flora extintas, o mundo se tornando gigante depósito de lixo plástico e tóxico e uma grande parte da humanidade gemendo de dor. Rasga-se o livro de Deus dia-a-dia.

Nossos livros de papel, escritos por mãos humanas, são usados para promover ódio, preconceito e violência. Os descendentes dos autores das Bíblias (judaica e cristã) e do Alcorão usam suas escrituras para “engaiolar” o Criador do universo e jogá-lo contra os demais.

Precisamos voltar para o Verdadeiro Livro de Deus para encontrar as palavras da vida. A nossa salvação é viver em harmonia com o Criador e toda a sua criação. Todos fazem parte do seu universo e têm seu lugar debaixo do sol. O amor dá de graça para todos.

SALMO 65 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)
É justo, ó Deus, que o povo te louve
    no monte Sião
e te dê o que prometeu,
pois tu respondes às orações.
Pessoas de toda parte virão te adorar
por causa dos seus pecados.
As nossas faltas nos deixam derrotados,
mas tu nos perdoas.
Como são felizes
    aqueles que tu escolhes,
aqueles que trazes para viverem
    no teu Templo!
Nós ficaremos contentes
    com as coisas boas da tua casa,
com as bênçãos
    do teu santo Templo.
Ó Deus, tu nos respondes,
    dando-nos a vitória,
e fazes coisas maravilhosas
    para nos salvar.
Os povos do mundo inteiro,
até os dos mares distantes,
põem a sua esperança em ti.
Com o teu poder,
    puseste as montanhas no lugar,
mostrando assim
    a tua força poderosa.
Tu acalmas o rugido dos mares
    e o barulho das ondas,
tu acalmas a gritaria dos povos.
Por causa das grandes coisas
    que tens feito,
o mundo todo está cheio de espanto.
Por causa das maravilhas
    que tens feito
há gritos de alegria
    de um lado da terra ao outro.
Fazendo chover, mostras o teu cuidado
    pela terra
e a tornas boa e rica.
Com as chuvas do céu enches de água
    os rios,
e assim a terra produz alimentos,
pois para isso a preparaste.
Regas com muitas chuvas
    as terras aradas,
e elas ficam amolecidas pela água.
Com as chuvas, amacias bem as terras,
e por isso crescem as plantações.
Como é grande a colheita
    que vem da tua bondade!
Por onde passas, há fartura.
Os pastos estão cobertos
    de rebanhos,
e os montes se enchem de alegria.
Os campos estão cobertos
    de carneiros,
e os vales estão cheios de trigo.

Tudo grita e canta de alegria.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

THE TRUE BOOK OF GOD

In the beginning God created
the heavens and the earth.
Genesis 1:1
(You) formed the mountains by your power,
having armed yourself with strength.
Psalm 65:6 (read 65:1-13) - NIV

Creation is the only book written by God. All other books are printed by humans. Our science indicates that the first chapter of God´s book as we know it began to be written about 20 billion years ago with the "big bang". The Earth chapter began to be written about 4.5 billion years ago. Earth existed without the presence of humans during 4,496,000,000 years. Writing appeared only 6,000 years ago.

During most of human development creation (nature) was the only "book" that people had to read. Its words were: day, night, lunar cycles, seasons, warmth, cold, rain, drought, wind, thunder, birth, death, wildlife, plants, mountains, forests, deserts, abundance, famine, pestilence, disease, etc... They were the sacred words and could be read by everyone.

The written word came with the dawn of western "civilization" along with the building of temples to serve as the divine abode. Documents which were written by human hands and within sacred environments built by men came to be revered as “revelation”. Civilized people started to distrust nature and to rely on the scriptures that they themselves composed. The reason is clear: nature has its own personality and is capricious, unpredictable and disrespectful. But paper is friendly and accepts anything written on it. Thus it reflects our desires and pleases us. In our idolatry we worship our own words as though they were divine. We can read the words of the written page, but we are illiterate before the Great Book which was actually written by the divine hand.

Every moment God writes new lines. Each heartbeat is a new sentence. Each blink of an eye can bring new revelations. The psalmist looked at the mountains and the ocean waves with awe and wonder! He read the rain that enables the growing of abundant crops. He realized that God's hand sustains and guides all existence. He rejoiced in the existence of humanity which is also part of the wonder of all being. This revelation of nature made him shout and sing for joy.

In contrast, "civilized" humanity sees itself as the owner of the Earth. It sees immediate advantages instead of beauty. The results are felled trees, burned forests, natural resources plundered, poisoned air, water and soil, thousands of fauna and flora species extinct with the world becoming a giant deposit of plastic and toxic waste with a large part of humanity groaning in pain. Daily It is ripping out pages of the book that God wrote.

Our books of paper, written by human hands, are used to promote hatred, prejudice and violence. The descendants of the authors of the Bible (Jewish and Christian) and the Qur'an use their scriptures to put God in a cage and turn people against one another.

We need to return to the True Book of God to find the words of life. Our salvation is to live in love and harmony with the Creator and all of creation. We are all are part of this universe and have our place under the sun. Love gives freely to everyone.

PSALM 65 – NEW INTERNATIONAL VERSION (NIV)

Praise awaits you, our God, in Zion;
    to you our vows will be fulfilled.
You who answer prayer,
    to you all people will come.
When we were overwhelmed by sins,
    you forgave our transgressions.
Blessed are those you choose
    and bring near to live in your courts!
We are filled with the good things of your house,
    of your holy temple.
You answer us with awesome and righteous deeds,
    God our Savior,
the hope of all the ends of the earth
    and of the farthest seas,
who formed the mountains by your power,
    having armed yourself with strength,
who stilled the roaring of the seas,
    the roaring of their waves,
    and the turmoil of the nations.
The whole earth is filled with awe at your wonders;
    where morning dawns, where evening fades,
    you call forth songs of joy.
You care for the land and water it;
    you enrich it abundantly.
The streams of God are filled with water
    to provide the people with grain,
    for so you have ordained it.
You drench its furrows and level its ridges;
    you soften it with showers and bless its crops.
You crown the year with your bounty,
    and your carts overflow with abundance.
The grasslands of the wilderness overflow;
    the hills are clothed with gladness.
The meadows are covered with flocks
    and the valleys are mantled with grain;

    they shout for joy and sing.

domingo, 20 de dezembro de 2015

CACIQUE SEATTLE

Ao Senhor Deus pertencem o mundo
e tudo o que nele existe;
a terra e todos os seres vivos
que nela vivem são dele.
Salmo 24.1

O salmista declara “Ao Senhor Deus pertencem o mundo e tudo o que nele existe; a terra e todos os seres vivos que nela vivem são dele.”. Esquecemos que a terra não nos pertence. Em 1854 o então presidente dos Estados Unidos, Franklin Pierce, mandou uma proposta ao Cacique Seattle: comprar uma grande extensão de terras em troca da criação de uma reserva para o seu povo! Transcrevo alguns trechos da carta que o Cacique mandou respondendo:

"...O grande chefe de Washington mandou dizer que quer comprar a nossa terra. Nós vamos pensar na sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará a nossa terra.

...Como pode-se comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal ideia é estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do brilho da água. Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória e experiência de meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho.

Essa água brilhante que escorre nos riachos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados. Se lhes vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada, e devem ensinar as suas crianças que ela é sagrada e que cada reflexo nas águas límpidas dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida do meu povo.

...Isto sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo.

...O que ocorrer com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo.

...O ar é precioso para o homem vermelho, porque todos os seres vivos respiram o mesmo ar, animais, árvores, homens. Não parece que o homem branco se importe com o ar que respira. Como um moribundo, ele é insensível ao mau cheiro.

...Se eu me decidir a aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e não compreendo que possa ser de outra forma. Vi milhares de bisões apodrecendo nas pradarias abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem. Nós, peles vermelhas matamos apenas para sustentar a nossa própria vida. O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem os homens morreriam de solidão espiritual, porque tudo quanto acontece aos animais pode também afetar os homens. Tudo quanto fere a terra, fere também os filhos da terra.

    De uma coisa sabemos, que o homem branco talvez venha a um dia descobrir: o nosso Deus é o mesmo Deus. Julga, talvez, que pode ser dono Dele da mesma maneira como deseja possuir a nossa terra. Mas não pode. Ele é Deus de todos. E quer bem da mesma maneira ao homem vermelho como ao branco. A terra é amada por Ele. Causar dano à terra é demonstrar desprezo pelo Criador. O homem branco também vai desaparecer, talvez mais depressa do que as outras raças. Continua sujando a sua própria cama e há de morrer, uma noite, sufocado nos seus próprios dejetos. Depois de abatido o último bisão e domados todos os cavalos selvagens, quando as matas misteriosas federem à gente, quando as colinas escarpadas se encherem de fios que falam, onde ficarão então os sertões? Terão acabado. E as águias? Terão ido embora. Restará dar adeus à andorinha da torre e à caça; o fim da vida e o começo pela luta pela sobrevivência.

    Depois que o último homem vermelho tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará a viver nestas florestas e praias, porque nós as amamos como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe. Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Protege-a como nós a protegíamos. Nunca esqueça como era a terra quando dela tomou posse. E com toda a sua força, o seu poder, e todo o seu coração, conserva-a para os seus filhos, e ama-a como Deus nos ama a todos. Uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus. Esta terra é querida por Ele. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum."


São palavras proféticas para os nossos dias...

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

CHIEF SEATTLE

The earth is the Lord’s, and everything in it,
    the world, and all who live in it.
Psalm 24:1

The psalmist declares, "The earth is the Lord’s, and everything in it, the world, and all who live in it" But we forget that the earth is not ours. In 1854 the then US president, Franklin Pierce, sent a proposal to Chief Seattle to buy a large extension of land in exchange for the creation of a reserve for his people. I quote some excerpts from the letter that the Chief replied:

          “The Great Chief in Washington sends word that he wishes to buy our land. The Great Chief also sends us words of friendship and good will. This is kind of him, since we know he has little need of our friendship in return. But we will consider your offer, for we know if we do not so the white man may come with guns and take our land.

But how can you buy or sell the sky? the land? The idea is strange to us. If we do not own the freshness of the air and the sparkle of the water, how can you buy them?

Every part of the earth is sacred to my people. Every shining pine needle, every sandy shore, every mist in the dark woods, every meadow, every humming insect. All are holy in the memory and experience of my people.

We know the sap which courses through the trees as we know the blood that courses through our veins. We are part of the earth and it is part of us. The perfumed flowers are our sisters. The bear, the deer, the great eagle, these are our brothers. The rocky crests, the dew in the meadow, the body heat of the pony, and man all belong to the same family.

The shining water that moves in the streams and rivers is not just water, but the blood of our ancestors. If we sell you our land, you must remember that it is sacred. Each glossy reflection in the clear waters of the lakes tells of events and memories in the life of my people. The water's murmur is the voice of my father's father.

The rivers are our brothers. They quench our thirst. They carry our canoes and feed our children. So you must give the rivers the kindness that you would give any brother.

If we sell you our land, remember that the air is precious to us, that the air shares its spirit with all the life that it supports. The wind that gave our grandfather his first breath also received his last sigh. The wind also gives our children the spirit of life. So if we sell our land, you must keep it apart and sacred, as a place where man can go to taste the wind that is sweetened by the meadow flowers.

Will you teach your children what we have taught our children? That the earth is our mother? What befalls the earth befalls all the sons of the earth.

This we know: the earth does not belong to man, man belongs to the earth. All things are connected like the blood that unites us all. Man did not weave the web of life, he is merely a strand in it. Whatever he does to the web, he does to himself.

One thing we know: our God is also your God. The earth is precious to him and to harm the earth is to heap contempt on its creator.

Your destiny is a mystery to us. What will happen when the buffalo are all slaughtered? The wild horses tamed? What will happen when the secret corners of the forest are heavy with the scent of many men and the view of the ripe hills is blotted with talking wires? Where will the thicket be? Gone! Where will the eagle be? Gone! And what is to say goodbye to the swift pony and then hunt? The end of living and the beginning of survival.

When the last red man has vanished with this wilderness, and his memory is only the shadow of a cloud moving across the prairie, will these shores and forests still be here? Will there be any of the spirit of my people left?

We love this earth as a newborn loves its mother's heartbeat. So, if we sell you our land, love it as we have loved it. Care for it, as we have cared for it. Hold in your mind the memory of the land as it is when you receive it. Preserve the land for all children, and love it, as God loves us.

As we are part of the land, you too are part of the land. This earth is precious to us. It is also precious to you.

One thing we know - there is only one God. No man, be he Red man or White man, can be apart. We ARE all brothers after all."

They are prophetic words for today

domingo, 13 de dezembro de 2015

SAINDO DO APRISCO

Na tua casa, ó Deus Eterno,
morarei todos os dias da minha vida.
Salmo 23.6b (leia 23.1-6) - NTLH

Nascemos para crescer. Nascer e não crescer é trágico. Aprendemos a engatinhar, andar, falar, vestir, viver sem fralda, alimentar, cuidar, ir à escola e assumir responsabilidades. Tudo correndo normalmente, chegamos à maturidade: sairmos da casa dos nossos pais para estabelecer um outro lar e a nossa própria profissão. Conquistamos a nossa autonomia.

O aprisco do Salmo 23 representa o berço: o tempo de infância e da imaturidade, o tempo da aprendizagem primária. Poucos reparam que neste Salmo a ovelha pára de ser ovelha e passa para outro estágio (hóspede). Na igreja somos ensinados a glorificar a “ovelhice” e nos manter “ovelhas para sempre’. No conceito popular, bom cristão é uma boa ovelha. Servimos a igreja dando a nossa lã e o nosso sangue. Somos muito úteis para a igreja no estado de ovelha.

No nosso texto bíblico, o autor sai do estágio de ovelha dependente e “burra”. Passa ser convidado de honra a um banquete preparado especialmente para ele! Seu copo derrama de tanto vinho que lhe é servido. Pode imaginar uma ovelha sentada à mesa bebendo vinho?

Houve transformação. O convidado é tratado com dignidade e honra. Não é mais uma criatura que precisa de ser conduzida como se não tivesse juízo. Passou a ter a sabedoria de poder fazer suas próprias escolhas e aceitar convites. Aqui temos o retrato da liberdade e autonomia. Está presente à mesa por escolha própria e não por ser induzido. Não é somente mais uma “ovelha” dentro de um rebanho, mas uma criatura que tem personalidade. Escapou da massificação do rebanho.

No fim do Salmo, o autor passa a ser filho da casa. Não é mais mero convidado, é membro adulto da família! Agora o relacionamento é de interdependência e igualdade, é do amor, amor mútuo.

Jesus teve problemas com as autoridades religiosas e políticas de sua época justamente porque Ele não se deixou ser massificado. Pelo seu relacionamento com o “Pai”, Jesus deixou de ser simplesmente “bom judeu”, moldado pelos valores institucionais da sua época. Era uma péssima “ovelha” por não acompanhar o rebanho.

Nosso desafio hoje é de passarmos da primeira parte do Salmo 23 para atingirmos a última. É confortável ser “ovelha para sempre” e agirmos pelas normas da nossa comunidade. As instituições, religiosas e civis, determinam as normas que devemos seguir. Cada uma transmite seus preconceitos e tenta determinar os nossos limites. Maturidade é ter uma visão que ultrapassa as normas impostas.

Jesus, ao “morar na casa do Pai”, mesmo aqui na terra, teve uma visão do Reino Deus, cujas normas eram o amor e a justiça. Ao imitarmos Jesus, a nossa fé madura ultrapassará as barreiras que as nossas comunidades impõem. Teremos força para “sair do aprisco” e viver o amor e a justiça neste mundo que as nossas instituições não conseguem atingir. O crescimento nos conduz à outras realidades e amplia os horizontes. Passamos de “ovelhas” para sermos da família de Deus.

SALMOS 23 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)
O Senhor é o meu pastor:
nada me faltará.
Ele me faz descansar
    em pastos verdes
e me leva a águas tranquilas.
O Senhor renova as minhas forças
e me guia por caminhos certos,
como ele mesmo prometeu.
Ainda que eu ande
    por um vale escuro como a morte,
não terei medo de nada.
Pois tu, ó Senhor Deus,
    estás comigo;
tu me proteges e me diriges.
Preparas um banquete para mim,
onde os meus inimigos me podem ver.
Tu me recebes
    como convidado de honra
e enches o meu copo até derramar.
Certamente a tua bondade
    e o teu amor
ficarão comigo enquanto eu viver.
E na tua casa, ó Senhor,

morarei todos os dias da minha vida.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

LEAVING THE CORRAL

I will dwell in the house of the Lord forever.
Psalm 23:6b (read 23:1-6) - NIV

We are born to grow. It is tragic not to grow into maturity. We learn to crawl, to walk, to talk, to live without diapers, to dress ourselves, to feed ourselves, to groom ourselves, to go to school and to take responsibilities. With everything running normally, we come to maturity. We move out of the house of our parents and establish our own home and our own profession. We earn our autonomy.

In the 23rd Psalm the sheep fold is the cradle. It is the time of childhood and immaturity, the time of primary learning. Few notice that in this Psalm the sheep stops being a sheep and evolves into becoming a special guest sitting at a table. But in church we are taught to glorify “sheephood” and be sheep forever. In the popular view a good Christian is a good sheep. We serve the church by giving our wool and our milk. We are very useful to the church by just remaining as sheep.

In this biblical text, the author leaves the dependent and dumb sheep state to become a guest of honor at a banquet table prepared especially for him. His glass is filled with so much wine that spills over. Can you imagine a sheep sitting at a table drinking wine?

There is transformation. The guest is treated with dignity and honor. He’s no longer a creature that needs to be conducted as though he had no judgment of his own. He now has wisdom to be able to make his own choices and to accept invitations. Here is a picture of freedom and autonomy. He is present at the table by choice and not because he was conducted. He is no longer just another "sheep" in a flock, but a personality. He has escaped from the flock in the corral.

At the end of the Psalm, the author has graduated from being a mere guest to become a member of the family. Now the relationship is of interdependence, equality and mutual love.

Jesus had trouble with the religious authorities of his time, because He did not let himself be “massified”. By his relationship with "Daddy," Jesus was no longer simply a "good Jew", shaped by the institutional values of his time. He became a “black sheep" and did not to follow the flock.

Our challenge today is to graduate from the first part of the 23rd Psalm and reach the final part. It is comfortable to be a sheep forever and live by the rules of the corral. Institutions, both religious and civil, lay down the rules that all should follow. Each one transmits its biases and tries to determine limits. To be mature is to have a vision that goes beyond imposed standards.

Jesus could dwell in “Daddy’s house" here on earth, because he had a vision of a “Kingdom” which includes the whole world and which embodies the standards of love and justice for all. In order to imitate Jesus our mature faith must surpass the barriers that our communities erect. We need to get out of the corral and live love and justice in this world which is beyond the reach of our institutions. Growth leads to new realities and broadens horizons. We can go from being mere sheep in a corral to become members of a Divine family which is present in a world which is in need of love and justice.

PSALM 23 – NEW INTERNATIONAL VERSION (NIV)

The Lord is my shepherd, I lack nothing.
     He makes me lie down in green pastures,
he leads me beside quiet waters,
     he refreshes my soul.
He guides me along the right paths
    for his name’s sake.
Even though I walk
    through the darkest valley,
I will fear no evil,
    for you are with me;
your rod and your staff,
    they comfort me.
You prepare a table before me
    in the presence of my enemies.
You anoint my head with oil;
    my cup overflows.
Surely your goodness and love will follow me
    all the days of my life,
and I will dwell in the house of the Lord

    forever.

domingo, 6 de dezembro de 2015

CONFIANÇA DIANTE DA ADVERSIDADE

Ó Deus, tu não deixarás que eu fique enterrado,
não abandonarás o teu dedicado servo
no mundo dos mortos.
Tu me mostras o caminho que leva à vida.
A tua presença me enche de alegria
e me traz felicidade para sempre.
Salmo 16.10-11 (leia 16.8-11) NTLH

Este trecho do Salmo 16 foi usado por Lucas em Atos 2.25-33 como argumento teológico para reforçar a ressurreição corporal de Jesus. Em contraste com Lucas, o salmista escreveu como testemunho da sua própria experiência com o Eterno. Lucas argumentava para convencer os outros que ele estava com a verdade, mas o salmista simplesmente testemunhava a sua confiança.

O salmista vivenciava uma experiência que transcendia as limitações da sua própria vida mortal. Como nós, ele vivia a incerteza, a insegurança, o perigo em cada esquina e a morte inevitável. Se fosse olhar somente para estes aspectos negativos, seria fácil cair no pessimismo e desespero. Sem negar estas realidades, enxergava uma outra realidade acima de tudo.

Há uma diferença entre sermos atingidos e sermos abalados. Todos somos sujeitos a sermos atingidos pelo sofrimento, seja ele físico, econômico, mental ou social. A fé em nada nos poupa de passar por tempos difíceis e morrer. Não nega aquilo que nos ameaça. Embora atingidos, as nossas bases ficam firmes. Não somos aniquilados. Sobrevivemos para continuar. O salmista fala em até alegria e felicidade diante dos aspectos negativos!...

A última palavra não está com a desgraça, mas com a graça. O caos é um passo em direção à ordem. A ordem (graça) está com a última palavra.

O Salmo 16 representa a experiência do salmista e Lucas o atribuiu, também, a Jesus. Mas, esta experiência pode ser de todos nós que experimentamos o Eterno.

A fé cristã, em primeiro lugar, é uma experiência pessoal com o Eterno, não é um conjunto de argumentos, sistema de teologia ou uma série de dogmas; embora tentamos explicar esta experiência por estes meios. É um grande erro promover a nossa explicação em vez de testemunhar a nossa experiência. Acontece que, muitas vezes, uma teoria toma o lugar de uma experiência. Achamos que, na ausência de uma experiência, uma teologia pode convencer alguém, mas acabamos só convencendo a nós mesmos!

O mundo, hoje, precisa de pessoas que têm habilidade para compartilhar e não das que têm argumentos bonitos. O testemunho "brota" do coração e provoca mudanças individuais e coletivas, enquanto que o argumento "nasce" da cabeça e pode ser motivo de discórdias provocando ainda mais sofrimento e injustiça.

SALMOS 16.8-11NOVA – TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)
Estou certo de que o Senhor
    está sempre comigo;
ele está ao meu lado direito,
    e nada pode me abalar.
Por isso o meu coração está feliz
    e alegre,
e eu, um ser mortal, me sinto bem seguro,
porque tu, ó Deus, me proteges
    do poder da morte.
Eu tenho te servido fielmente,
e por isso não deixarás que eu desça
    ao mundo dos mortos.
Tu me mostras o caminho
    que leva à vida.
A tua presença me enche de alegria

e me traz felicidade para sempre.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

CONFIDENCE IN THE FACE OF ADVERSITY

You will not abandon me
to the realm of the dead,
nor will you let your faithful one see decay.
You make known to me the path of life;
you will fill me with joy in your presence,
with eternal pleasures at your right hand.
Psalm 16.10-11 (read 16.8-11) NIV

This excerpt from the 16th Psalm was used by Luke in Acts 2:25-33 as a theological argument to reinforce his belief in the bodily resurrection of Jesus. In contrast to Luke, the psalmist wrote it as a testimony of his own experience with the Divine. Lucas argued to convince others of what he believed to be a truth while the Psalmist simply gave witness of his confidence in the Divine purpose.

The Psalmist was experiencing that which transcended the limitations of his own mortal life. Like us, he lived in uncertainty, insecurity, with danger at every corner and the fact that we all die sometime. If we were to look only at these negative aspects, it would be easy to fall into pessimism and despair. Without denying our hard realities, he saw another reality above everything else.

There is a difference between just taking a blow and being shattered by one. We are all subject to taking blows and to suffering, whether it is physically, economically, mentally or socially. Faith does not save us from going through hard times and from death. It is not a denial of threats. In spite of taking a hit our foundation is firm. We are not annihilated. We survive to continue. The psalmist speaks of the comfort that can be felt even during difficult times.

The last word is not disgrace, but grace. Chaos is a step towards order. Order (grace) has the last word.

The 16th Psalm is the experience of the psalmist which Luke attributed also to Jesus. But this experience can be for all of us who experience the presence of a reality beyond the present moment.

The Christian faith, first of all, is a personal experience, not a set of arguments, a theological system or a series of dogmas; although we try to explain this experience by these means. It is a big mistake to try to promote a system of belief rather than to witness to our experience. It turns out that often we put theory in the place of an experience. We think that, in the absence of an experience, a theology can be convincing, but we end up only convincing ourselves!

Today the world needs people who have the ability to share a hope rather than promote beautiful arguments. Personal witness "springs" from the heart and causes individual and collective changes, while arguments come from the head and can generate conflict which can cause further suffering and injustice.

PSALM 16:8-11 – NEW INTERNATIONAL VERSION (NIV)

I keep my eyes always on the Lord.
    With him at my right hand, I will not be shaken.
Therefore my heart is glad and my tongue rejoices;
    my body also will rest secure,
because you will not abandon me to the realm of the dead,
    nor will you let your faithful one see decay.
You make known to me the path of life;
    you will fill me with joy in your presence,

    with eternal pleasures at your right hand.