domingo, 12 de fevereiro de 2017

RESISTINDO O MAL

Todos ficaram espantados
e diziam uns para os outros:
Que quer dizer isso?
É um novo ensinamento dado com autoridade.
Ele manda até nos espíritos maus,
e eles obedecem.
Marcos 1.27 (leia 1.21-28) – NTLH

Os teólogos, estudiosos e pensadores diferem muito nas suas interpretações quanto a pessoa de Jesus. Uns acham que Jesus era Deus (a segunda pessoa da trindade), outros que ele era um profeta, e outros, um revolucionário que atraiu seguidores que o endeusaram depois da morte e criaram uma mitologia em torno dele. Mas, todos concordam que Jesus era um homem bom e que representava o bem.

Não é nosso intento entrar no mérito dos diversos posicionamentos sobre a pessoa de Jesus. Tal discussão criaria só polêmica e não seria edificante. Queremos fazer uma abordagem atualizada do confronto do bem que Jesus representava e o espírito mau que dominava o homem do texto.

Os relatos bíblicos são retratos simbólicos de realidade humana. Desde o livro de Gênesis, a Bíblia retrata a interação entre duas polaridades: caos e ordem. O início da criação era caos (Gn. 1.1-2). Depois, do caos, foi estabelecida a ordem (Gn. 1.3-31). Depois da ordem do Jardim do Éden veio o caos do fruto proibido. O dilúvio foi uma tentativa de restaurar a ordem. Esta interação continua durante toda a história bíblica.

O espírito mau desestruturou a vida do homem do texto. Sua vida era caos, tão caótica que achou que Jesus queria lhe fazer mal: “Você veio para nos destruir?”. Diante da incapacidade do homem dominado a reconhecer a sua necessidade de libertação, Jesus precisou de se impor, ordenando ao espírito mau “Cale a boca e saia desse homem!”.

Neste encontro de Jesus com o homem dominado, temos o retrato do nosso mundo atual. Grandes males estão instalados na vida humana. No vazio da alma do “homem civilizado” se estabeleceram o consumismo, ganância, violência, dependências químicas e a alienação. Estes males estão colocando todos os povos em caos, um caos que ameaça a própria vida.

Jesus nos deu um grande exemplo. Ele não se isolava das pessoas dominadas, simplesmente orando. Depois de falar com o “Papai” em particular, ele enfrentava os “espíritos maus” com firmeza em todos os lugares onde eles se encontravam. Jesus nunca marcava reuniões de libertação, mas enfrentava os “espíritos maus” no seu próprio ambiente.

Os “espíritos maus” da nossa época não sairão voluntariamente ou por “controle remoto” com simples reuniões de oração. A militância e confronto serão necessários. Por isso, a nossa fé precisa ter as dimensões sociais, econômicas e políticas. Os “espíritos maus” gostam de um fervor espiritual que não seja “deste mundo”. Adoram a espiritualidade do templo porque deixa o mundo livre para eles agirem.

É perturbante a atuação da igreja não causar espanto com a sua atuação na sociedade. Ela constrói templos cada vez maiores, mas os males estão cada vez mais enraizados. Onde está o fruto da nossa fé?

MARCOS 1.21-28 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)

Jesus e os discípulos chegaram à cidade de Cafarnaum, e, no sábado, ele foi ensinar na sinagoga. As pessoas que o escutavam ficaram muito admiradas com a sua maneira de ensinar. É que Jesus ensinava com a autoridade dele mesmo e não como os mestres da Lei. Então chegou ali um homem que estava dominado por um espírito mau. O homem gritou:

— O que quer de nós, Jesus de Nazaré? Você veio para nos destruir? Sei muito bem quem é você: é o Santo que Deus enviou!

Então Jesus ordenou ao espírito mau:

— Cale a boca e saia desse homem!

Aí o espírito sacudiu o homem com violência e, dando um grito, saiu dele. Todos ficaram espantados e diziam uns para os outros:

— Que quer dizer isso? É um novo ensinamento dado com autoridade. Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem.

28 E a fama de Jesus se espalhou depressa por toda a região da Galileia.



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