Todos ficaram espantados
e diziam uns para os outros:
Que quer dizer isso?
É um novo ensinamento dado com autoridade.
Ele manda até nos espíritos maus,
e eles obedecem.
e diziam uns para os outros:
Que quer dizer isso?
É um novo ensinamento dado com autoridade.
Ele manda até nos espíritos maus,
e eles obedecem.
Marcos
1.27 (leia 1.21-28) – NTLH
Os teólogos, estudiosos e pensadores diferem
muito nas suas interpretações quanto a pessoa de Jesus. Uns acham que Jesus era
Deus (a segunda pessoa da trindade), outros que ele era um profeta, e outros,
um revolucionário que atraiu seguidores que o endeusaram depois da morte e
criaram uma mitologia em torno dele. Mas, todos concordam que Jesus era um
homem bom e que representava o bem.
Não é nosso intento entrar no mérito dos
diversos posicionamentos sobre a pessoa de Jesus. Tal discussão criaria só
polêmica e não seria edificante. Queremos fazer uma abordagem atualizada do
confronto do bem que Jesus representava e o espírito mau que dominava o homem
do texto.
Os relatos bíblicos são retratos simbólicos
de realidade humana. Desde o livro de Gênesis, a Bíblia retrata a interação
entre duas polaridades: caos e ordem. O início da criação era caos (Gn. 1.1-2).
Depois, do caos, foi estabelecida a ordem (Gn. 1.3-31). Depois da ordem do
Jardim do Éden veio o caos do fruto proibido. O dilúvio foi uma tentativa de restaurar
a ordem. Esta interação continua durante toda a história bíblica.
O espírito mau desestruturou a vida do homem
do texto. Sua vida era caos, tão caótica que achou que Jesus queria lhe fazer
mal: “Você veio para nos destruir?”. Diante da incapacidade do homem dominado a
reconhecer a sua necessidade de libertação, Jesus precisou de se impor,
ordenando ao espírito mau “Cale a boca e saia desse homem!”.
Neste encontro de Jesus com o homem dominado,
temos o retrato do nosso mundo atual. Grandes males estão instalados na vida
humana. No vazio da alma do “homem civilizado” se estabeleceram o consumismo,
ganância, violência, dependências químicas e a alienação. Estes males estão
colocando todos os povos em caos, um caos que ameaça a própria vida.
Jesus nos deu um grande exemplo. Ele não se
isolava das pessoas dominadas, simplesmente orando. Depois de falar com o
“Papai” em particular, ele enfrentava os “espíritos maus” com firmeza em todos
os lugares onde eles se encontravam. Jesus nunca marcava reuniões de
libertação, mas enfrentava os “espíritos maus” no seu próprio ambiente.
Os “espíritos maus” da nossa época não sairão
voluntariamente ou por “controle remoto” com simples reuniões de oração. A
militância e confronto serão necessários. Por isso, a nossa fé precisa ter as
dimensões sociais, econômicas e políticas. Os “espíritos maus” gostam de um
fervor espiritual que não seja “deste mundo”. Adoram a espiritualidade do
templo porque deixa o mundo livre para eles agirem.
É perturbante a atuação da igreja não causar
espanto com a sua atuação na sociedade. Ela constrói templos cada vez maiores,
mas os males estão cada vez mais enraizados. Onde está o fruto da nossa fé?
MARCOS 1.21-28 – NOVA TRADUҪÃO NA
LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)
Jesus
e os discípulos chegaram à cidade de Cafarnaum, e, no sábado, ele foi ensinar
na sinagoga. As pessoas que o escutavam ficaram muito admiradas com a sua
maneira de ensinar. É que Jesus ensinava com a autoridade dele mesmo e não como
os mestres da Lei. Então chegou ali um homem que estava dominado por um
espírito mau. O homem gritou:
— O
que quer de nós, Jesus de Nazaré? Você veio para nos destruir? Sei muito bem
quem é você: é o Santo que Deus enviou!
Então
Jesus ordenou ao espírito mau:
—
Cale a boca e saia desse homem!
Aí o
espírito sacudiu o homem com violência e, dando um grito, saiu dele. Todos
ficaram espantados e diziam uns para os outros:
—
Que quer dizer isso? É um novo ensinamento dado com autoridade. Ele manda até
nos espíritos maus, e eles obedecem.
28 E
a fama de Jesus se espalhou depressa por toda a região da Galileia.
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