...quem se
engrandece será humilhado,
e quem se humilha será engrandecido.
e quem se humilha será engrandecido.
Lucas
18.14 (leia 18.9-14) – BLH
Esta parábola é um retrato da Sinagoga e da
Igreja de todas as épocas. A religião institucionalizada não mudou. Continua
existir as “elites espirituais” e os “pecadores”. Este padrão é enganoso. A
natureza do Reino é outra. A igreja institucional tem orgulho do seu “status”
de “exclusividade” em relação ao Divino e vive uma ilusória “paz com Deus”. A
igreja de Jesus simplesmente ora: “tem pena de mim, pois sou pecador”.
Jesus sempre batia na tecla da futilidade, do
orgulho e arrogância. Muitas das suas parábolas estão em torno deste tema.
Ironicamente, a religião oferece um campo fértil para as manifestações do
sentimento de superioridade e auto retidão. Dificilmente líderes religiosos
admitem seus erros. Julgam-se acima dos demais. Tornam “réus” aqueles que têm a
coragem de desagradá-los. Apontam para os erros dos outros como parte da sua auto
justificação.
A parábola, conhecida como “A Parábola do
Fariseu e o Cobridor de Impostos”, é exemplo perfeito deste fenômeno. Esta
história não nega as afirmações do fariseu, nem a culpa do cobrador de
impostos. Mesmo estando cheio de razão, o fariseu errou fatalmente por tomar
sobre si o papel de acusador e juiz. Ele se engrandeceu e se condenou. Voltou
para casa com um falso senso de “paz com Deus”, sentindo-se superior ao “réu”.
O pecador humilde estava mais perto do Reino do que o justo arrogante que se
colocou no lugar de superioridade.
Na igreja de Jesus, não há hierarquia. Não há
quem comanda e quem obedeça. Sua igreja é uma família aberta de irmãos e irmãs.
Ninguém é melhor do que o outro. Todos são iguais.
O que conhecemos como “igreja” hoje se afasta
de tudo que Jesus viveu e ensinou. Tornou-se “sociedade fechada dos salvos”.
Ergue templos de separação e cobra ingresso, em forma de submissão às normas
que ela estabelece e de dinheiro. A maior parte dos “dízimos” é destinada para
o sustento da instituição. Somente uma pequena parte sobra para ajudar os
necessitados. As obras sociais estão à parte, pois a instituição consome os
dízimos para sua própria manutenção.
Como os fariseus, ela cria um mundo de
“atividades sagradas” para comprovar sua superioridade espiritual e classifica
tudo mais como “secular” ou “profano”. Ela agradece a Deus por achar-se melhor
do que o “mundo da perdição” que ela rejeita e despreza.
A igreja de Jesus continua a ser dos
rejeitados e os que se identificam com eles. Nos evangelhos os discípulos e
discípulas eram os “João Ninguém” e as “Joanas” da vida. Estavam perdidos no
meio da multidão. Foi a igreja posteriormente quem colocou Pedro como chefe e
inventou uma estrutura hierárquica de poder para seus sucessores. Na igreja de
Jesus não havia chefe. Todos eram irmãos.
As instituições, inclusive as igrejas,
refletem a alma humana. Valorizam as aparências mais que o conteúdo. Jesus nos
ajuda a enxergar além da “fachada” e ver o interior para fazermos a nossa
autocrítica. Só enxergando a nossa verdade podemos ser libertados das nossas
ilusões e alcançarmos a verdadeira “paz com Deus”.
Lucas
18:9-14 – Nova Traduҫão na Linguagem de Hoje 2000 (NTLH)
O FARISEU E O COBRADOR DE IMPOSTOS
Jesus
também contou esta parábola para os que achavam que eram muito bons e
desprezavam os outros:
—
Dois homens foram ao Templo para orar. Um era fariseu, e o outro, cobrador de
impostos. O fariseu ficou de pé e orou sozinho, assim: “Ó Deus, eu te agradeço
porque não sou avarento, nem desonesto, nem imoral como as outras pessoas.
Agradeço-te também porque não sou como este cobrador de impostos. Jejuo duas
vezes por semana e te dou a décima parte de tudo o que ganho.”
—
Mas o cobrador de impostos ficou de longe e nem levantava o rosto para o céu.
Batia no peito e dizia: “Ó Deus, tem pena de mim, pois sou pecador!”
E
Jesus terminou, dizendo:
—
Eu afirmo a vocês que foi este homem, e não o outro, que voltou para casa em
paz com Deus. Porque quem se engrandece será humilhado, e quem se humilha será
engrandecido.
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