domingo, 25 de fevereiro de 2018

A CRUZ OU A ESPADA


Pela sua morte na cruz,
Cristo destruiu a inimizade
que havia entre os dois povos.
Por meio da cruz,
ele os uniu em um só corpo
e os trouxe de volta para Deus.

Efésios 2.16-17 (leia 2.14-19) – NTLH

O livro de Gênesis relata que Deus escolheu Abraão para ser abençoado e se tornar bênção para todas as nações. Seus descendentes, os judeus, se julgavam herdeiros exclusivos das bênçãos divinas e achavam que o Deus Yahweh (ou Javé) era unicamente deles. Séculos depois, os seguidores de Jesus crucificado usurparam os judeus como Povo Escolhido, dizendo ser os verdadeiros herdeiros de Abraão, julgando-se os “únicos recipientes da graça divina”. Passados alguns séculos, apareceram outros herdeiros de Abraão, os muçulmanos, proclamando Alá ser o único Deus verdadeiro e Maomé seu último profeta.

Até hoje cada uma das três grandes religiões monoteístas afirma a exclusividade diante do Criador, chamando Deus por nome diferente para reforçar sua posição privilegiada.

O escritor da carta aos Efésios no Novo Testamento, judeu e cristão, trata da barreira levantada pelos judeus contra os não judeus. Afirma que em Cristo esta barreira não mais existe. Agora os gentios não são mais “estrangeiros”, nem “visitantes”. Fazem parte de uma só família. Também declara que foram anuladas: leis, mandamentos e regulamentos que faziam a separação. O mais importante era estar na “presença do Pai”.

O máximo que leis, mandamentos e regulamentos podem fazer é nos aproximar de Deus. Estar apenas “próximo” não é igual a estar na “presença”. O Espírito de Jesus coloca todos, os distantes e os próximos, junto com o Pai.

Com a passagem do tempo, os seguidores de Jesus formaram a Igreja e criaram novas leis, mandamentos e regulamentos, levantando novas barreiras de separação. Os muçulmanos seguiram o exemplo dos judeus e cristãos ao criar ainda outro conjunto de leis e normas.

Hoje, as separações são mais acentuadas do que nunca na história humana. Os fundamentalistas das três grandes religiões monoteístas estão fomentando conflitos de destruição mutuo, sem precedentes. Cada religião ignora as bases fundamentais da sua fé: justiça, graça e misericórdia. Muitas vezes os cristãos usam Jesus como pretexto para promover preconceito, desconfiança e inimizade. Hoje o mundo “cristão” possui a mais alta tecnologia de destruição em massa na história. A violência que os atritos geram está chegando a ponto de ameaçar a própria humanidade.

O desafio urgente da atualidade é recuperar o verdadeiro sentido do Espírito de Cristo, derrubar barreiras, recuperando a dimensão da cruz. Jesus convoca seus seguidores a tomarem a cruz, não a espada. Jesus representa a cruz, não a espada. A cruz nos leva à presença de Deus, a espada nos separa uns dos outros e nos afasta de Deus. A separação do outros também é separação de Deus. Viver a cruz é viver a justiça de Yahweh, a graça do Pai e a misericórdia de Alá.

A cruz de Jesus em nossa vida deve eliminar os credos da separação.


EFÉSIOS 2:14-19 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)

Pois foi Cristo quem nos trouxe a paz, tornando os judeus e os não judeus um só povo. Por meio do sacrifício do seu corpo, ele derrubou o muro de inimizade que separava os judeus dos não judeus. Ele acabou com a lei, juntamente com os seus mandamentos e regulamentos; e dos dois povos formou um só povo, novo e unido com ele. Foi assim que ele trouxe a paz. Pela sua morte na cruz, Cristo destruiu a inimizade que havia entre os dois povos. Por meio da cruz, ele os uniu em um só corpo e os levou de volta para Deus. Assim Cristo veio e anunciou a todos a boa notícia de paz, tanto a vocês, os não judeus, que estavam longe de Deus, como aos judeus, que estavam perto dele. É por meio de Cristo que todos nós, judeus e não judeus, podemos ir, pelo poder de um só Espírito, até a presença do Pai.

Portanto, vocês, os não judeus, não são mais estrangeiros nem visitantes. Agora vocês são cidadãos que pertencem ao povo de Deus e são membros da família dele.

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