domingo, 27 de agosto de 2017

FÉ E PODER

Depois de fazerem tudo o que foi mandado,
digam:
"Somos empregados que não valem nada
porque fizemos somente o nosso dever."
Lucas 17.10 (leia 17.5-10) – NTLH

Os apóstolos, impressionados com o poder de Jesus, queriam a “fé grande” para também, fazerem “grandes obras”. Jesus dividiu a resposta do pedido em duas partes: primeiro, usando as figuras, semente pequena / árvore grande e, segundo, a de relacionamento patrão / empregado.

A fé é semelhante à semente. Não importa o tamanho. O importante é que seja plantada. Mesmo sendo pequena, tem muito poder, até comandar uma figueira brava bem enraizada a arrancar pelas raízes e ser plantada no mar!...

Reconhecendo que o poder, mesmo espiritual, é perigoso e reconhecendo o motivo dos seguidores pedindo aumento de fé, Jesus acrescentou a segunda parte, o relacionamento patrão / empregado.

Usou a estrutura social da época como ilustração. O dono considerava o trabalho do escravo como dever, não favor que merecia gratidão ou elogio! A lição é que, ao fazermos tudo, estamos simplesmente cumprindo o nosso dever. Devemos usar a nossa fé para servirmos, não para comandarmos. A tentação é sempre usarmos a fé como instrumento de poder, não de serviço.

Mandar e manipular é abusar da fé! A fé verdadeira é aquela plantada no serviço humilde, sem esperar elogios e reconhecimento. A fé grande é a fé humilde!

Freqüentemente nas instituições religiosas, principalmente “igrejas”, a fé se torna instrumento de autoridade e domínio, não de compaixão e serviço humilde. A revista Época, na sua edição de 12/07/2004, pp 92 e 93, relatou o caso de um bispo que exerceu sua autoridade, afastando, sob a falsa acusação de bruxaria, uma pastora de origem humilde que trabalhava dando assistência pastoral às prostitutas na Praça da Luz, em São Paulo! Usou seu “poder da fé” para deixar a pastora sem salário e as prostitutas sem sua assistência pastoral!... Pior ainda, os bispos condenaram a pastora por ter procurado a justiça em defesa de seus direitos. Para as autoridades eclesiásticas, era mais importante defender a postura de poder do que apoiar a pastora no seu ministério entre as prostitutas. É mais fácil jogar pedras do que dar pão... Não houve nenhum sinal de compaixão e humildade da parte da cúpula da igreja. Fecharam a porta para a pastora. Ao relatar o episódio, a revista “secular” foi muito mais profética do que as autoridades religiosas que apoiavam as injustiças de seus pares.

Jesus usou a sua fé para servir com humildade. Não se colocou em posição de autoridade sobre os outros, nem usou milagres como meios de promoção. Conhecia bem o ser humano e sua tendência de correr atrás de milagres, demonstrações de poder e obras grandiosas. Recusou usar seu poder como instrumento de manipulação.

No mundo real as “figueiras bravas bem enraizadas” jogam as “pequenas sementes” no mar, às vezes em nome da fé. O Reino de Deus não é daqueles que julgam e comandam, mas daqueles que procuram servir e muitas vezes são julgados e condenados. Jesus avisou às autoridades religiosas da sua época que prostitutas e publicanos entrariam no céu antes deles!

LUCAS 17:5-10 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)



Os apóstolos pediram ao Senhor:
Aumente a nossa fé.
E ele respondeu:
Se a fé que vocês têm fosse do tamanho de uma semente de mostarda, vocês poderiam dizer a esta figueira brava: “Arranque-se pelas raízes e vá se plantar no mar!” E ela obedeceria.
Jesus disse:
  • Façam de conta que um de vocês tem um empregado que trabalha na lavoura ou cuida das ovelhas. Quando ele volta do campo, será que você vai dizer: “Venha depressa e sente-se à mesa”? Claro que não! Pelo contrário, você dirá: “Prepare o jantar para mim, ponha o avental e me sirva enquanto eu como e bebo. Depois você pode comer e beber.” Por acaso o empregado merece agradecimento porque obedeceu às suas ordens? 10 Assim deve ser com vocês. Depois de fazerem tudo o que foi mandado, digam: “Somos empregados que não valem nada porque fizemos somente o nosso dever.”


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