domingo, 15 de outubro de 2017

FÉ DO TEMPLO E FÉ DA RUA


Eles o adoraram e voltaram para Jerusalém
cheios de alegria.
E passavam o tempo todo no pátio do Templo,
louvando a Deus.

Lucas 24.53 (leia 24.44-53) – NTLH


Lucas é o único escritor bíblico que faz menção da descida do poder do Espírito Santo no dia do Pentecostes. Nenhum outro toma conhecimento do acontecimento. Toda a mística de Pentecostes está construída em torno da narração de Lucas no Evangelho de Lucas e nos Atos dos Apóstolos. Ele traça uma linha de continuidade, fazendo Jesus o elo entre judaísmo e cristianismo, entre Israel e todas as nações. Jesus não veio somente para os judeus, mas, através de seus seguidores a sua mensagem foi destinada a alcançar o mundo inteiro.

A mensagem é a boa notícia da oferta de novos caminhos (arrependimento) e graça (perdão) para todas as nações. Para Deus, não existem elites privilegiadas. Mas, para esta mensagem ser transmitida era necessário o “poder de cima”. Enquanto não chegava este poder, a fé dos discípulos era a “fé do templo”. Ficavam no templo louvando a Deus. A fé sem poder fica limitada ao louvor no templo.

Com a vinda do Espírito Santo, desceu o poder de dar testemunho da nova mensagem. Com as perseguições resultantes, os seguidores de Jesus foram espalhados pelo mundo. Saíram do templo e seu campo de ação se tornou o mundo inteiro. A finalidade da vinda do poder do alto era tirá-los do templo, não conservá-los dentro.

Passando os séculos de perseguição, com a legalização do cristianismo, a igreja começou a construir templos. Pouco a pouco, o templo cristão tomou o lugar de importância da sinagoga judaica. A grande manifestação de fé voltou a ser o louvor nos templos.

Hoje a igreja faz sua auto avaliação pela multiplicidade e grandiosidade de seus templos e casas de culto, pelo número de adeptos que consegue reunir e pelas manifestações de ardor nos seus cultos. O mundo é visto como território do inimigo e os cristãos devem se isolar dele. O alvo é salvar os mundanos do mundo e levá-los para dentro do templo. A fé predominante do cristianismo é centralizada no templo. A maior parte dos dízimos e ofertas é destinada a manutenção do templo com sua estrutura eclesiástica. No decorrer da história, em vez de penetrar as nações, o cristianismo substituiu a sinagoga pela catedral.

O “poder de cima” é dado para levar os cristãos a viver sua fé em prol do mundo, não da igreja. O evangelho não se limita às práticas religiosas e morais. Envolve a participação plena na vida “secular”. A palavra “arrependimento” significa mudar de direção e seguir novos caminhos. No caso do evangelho, é seguir os caminhos da compaixão e justiça social na vida diária em todos os lugares. A boa nova do evangelho é que o perdão (graça) dá poder para fazer mudança de vida em direção à vida. É um caminho difícil a seguir, mas o poder de cima é justamente para possibilitá-lo.


Lucas 24:44-53 – Nova Traduҫão na Linguagem de Hoje 2000 (NTLH)


Depois disse:

— Enquanto ainda estava com vocês, eu disse que tinha de acontecer tudo o que estava escrito a meu respeito na Lei de Moisés, nos livros dos Profetas e nos Salmos.

Então Jesus abriu a mente deles para que eles entendessem as Escrituras Sagradas e disse:

— O que está escrito é que o Messias tinha de sofrer e no terceiro dia ressuscitar. E que, em nome dele, a mensagem sobre o arrependimento e o perdão dos pecados seria anunciada a todas as nações, começando em Jerusalém. Vocês são testemunhas dessas coisas. E eu lhes mandarei o que o meu Pai prometeu. Mas esperem aqui em Jerusalém, até que o poder de cima venha sobre vocês.

JESUS É LEVADO PARA O CÉU

Então Jesus os levou para fora da cidade até o povoado de Betânia. Ali levantou as mãos e os abençoou. Enquanto os estava abençoando, Jesus se afastou deles e foi levado para o céu. Eles o adoraram e voltaram para Jerusalém cheios de alegria. E passavam o tempo todo no pátio do Templo, louvando a Deus.

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