domingo, 10 de dezembro de 2017

A NÃO VIOLÊNCIA DE JESUS


Se o meu Reino fosse deste mundo,
os meus seguidores lutariam
para não deixar que eu fosse entregue...
...Foi para falar da verdade
que eu nasci e vim ao mundo.
Quem está do lado da verdade
ouve a minha voz.

João 18.36,37 (leia 18.33-37) – NTLH


Mesmo sendo agredido, Jesus nunca apelou para a violência. Ele teria razões de sobra para reagir com força. A sua vida estava em jogo. Não deixou seus seguidores pegar em armas para defendê-lo. Isto ficou claro quando interrogado por Pilatos. O reino de Pilatos era apoiado na violência do poder político e militar, o de Jesus, sustentado pela verdade que conduz à paz. Pilatos não conseguiu entender o que era verdade e não chegou a alcançar a paz. Seguiu o jogo da violência e entregou Jesus para ser crucificado.

O mundo continua ignorar a verdade e, consequentemente, lhe falta paz! Até as grandes religiões monoteístas desconhecem a verdade e são grandes fomentadoras de violência. Para vergonha dos “fieis”, a única grande religião que nunca promoveu conflitos armados é o budismo, condenado por aqueles que professam crer no Deus único. Parece que aqueles que não se preocupam em definir Deus são os que mais se aproximarem da prática de Jesus!...

O que é a verdade de Jesus? Viver o amor até suas últimas consequências!... Jesus preferiu morrer a pegar na força para se salvar. A meta de Jesus era viver o amor, não simplesmente sobreviver.

Amor e verdade são sinônimos, gêmeos. Usar a força para defender ou impor a verdade é contraditório, igual usar “estupro” para promover virgindade.

Ao substituir a vivência do amor pelo dogma e normas de conduta, o cristianismo caminhou pelos caminhos da violência. O amor não precisa de argumentos. Fala por si. Dogmas e leis precisam ser defendidos. Geram conflitos, divisões e rivalidades. Herdamos um cristianismo fragmentado onde é difícil reinar paz, mesmo entre irmãos e irmãs.

Nossa cultura é violenta, alicerçada na mentira que glorifica o mocinho que mata os bandidos. As redes de televisão passam filmes, diariamente, enfatizando a violência como meio de eliminar o mal. O cinema sempre tem em cartaz filmes, tipo “exterminador”. Nestes filmes, dezenas de pessoas morrem baleadas, esfaqueadas, golpeadas, queimadas, esmagadas e bombardeadas. O sangue corre livremente. Os videogames ensinam as crianças a matarem os adversários com eficiência. Sexo é ligado à violência. As pessoas que questionam esta tendência são vistas como anormais.

Na Internet, vi um roteiro de Jesus e o Exterminador. O exterminador nasceu, junto com Jesus, já feito homem, com a missão de proteger Jesus dos perigos. Ele fuzilou os soldados que foram prender Jesus e invadiu a última ceia para assassinar Judas, antes dele trair Jesus. Ignorava os protestos de Jesus que ele estava só atrapalhando o plano divino. Para cumprir a sua missão, Jesus tinha que arrancar a metralhadora da sua mão: --uma sátira da militância religiosa que tenta impor a justiça!...

Até que ponto estamos conseguindo ouvir a voz de Jesus no meio do barulho ensurdecedor da violência generalizada? A nossa cultura competitiva aprimora a sobrevivência. É mais difícil ouvir do Mestre, a mensagem de amor e solidariedade, tão contrária aos valores de hoje. Mas, no meio da turbulência, será possível ouvir a voz de Jesus e alcançar a paz da verdade?


JOÃO 18:33-37 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE (NTLH)

Pilatos tornou a entrar no palácio, chamou Jesus e perguntou:

— Você é o rei dos judeus?

Jesus respondeu:

— Esta pergunta é do senhor mesmo ou foram outras pessoas que lhe disseram isso a meu respeito?

— Por acaso eu sou judeu? — disse Pilatos. — A sua própria gente e os chefes dos sacerdotes é que o entregaram a mim. O que foi que você fez?

Jesus respondeu:

— O meu Reino não é deste mundo! Se o meu Reino fosse deste mundo, os meus seguidores lutariam para não deixar que eu fosse entregue aos líderes judeus. Mas o fato é que o meu Reino não é deste mundo!

— Então você é rei? — perguntou Pilatos.

— É o senhor que está dizendo que eu sou rei! — respondeu Jesus. — Foi para falar da verdade que eu nasci e vim ao mundo. Quem está do lado da verdade ouve a minha voz.

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