— O nosso amigo Lázaro
está dormindo,
mas eu vou lá acordá-lo.
mas eu vou lá acordá-lo.
João
11.11 (leia 11.1-45) NTLH
A
morte é uma das grandes preocupações do ser humano – o maior desafio e mais
profundo mistério. A natureza mostra que é inevitável e irreversível, sempre
seguida pelo caos e decomposição. Resistimos esta fatalidade da nossa
existência. Não podendo vencê-la fisicamente, lançamos mão da fé. Pela fé os
cristãos afirmam a ressurreição.
A
história de Lázaro não traz uma resposta definitiva diante do mistério e da
certeza da morte. Sua ressurreição era temporária, apenas adiando a morte
definitiva. As curas e milagres de Jesus eram apenas o adiamento da morte física,
não a libertação dela. Sem dúvida, Lázaro morreu outra vez.
Não
é por isso que este episódio descrito no Evangelho de João não tem valor. O
valor está na afirmação de que a morte não elimina a vida. Mesmo com a morte, a
vida continua e se manifesta. As dimensões da vida e da morte são muito além da
nossa compreensão. A vida e a morte são regidas por um Poder maior. O mesmo
poder que criou a vida, também, criou a morte. Ambos fazem parte da ordem da
existência.
Jesus
simboliza esta realidade criadora e sustentadora que dá base para a vida e a
morte. A morte não deve ser temida. É apenas a face obscura da vida. A vitória
sobre a morte não consiste na sua eliminação. É a compreensão de que ela,
também, está sujeita a um poder maior. Jesus é apresentado como o Senhor de
tudo, inclusive da morte.
Sem
esta visão encaramos a morte como um mal trágico e a vida como uma luta contra
a morte. A morte é tida como inimiga a ser afastada enquanto temos forças para
combatê-la.
Jesus
injetou outro fator na polaridade vida/morte, o amor. O amor está acima da vida
e da morte. Por amor, Ele se entregou à morte, demonstrando que a morte pode
fazer parte da vida plena. O nosso medo da morte nos faz recuar numa vida
egoísta de autodefesa e autopromoção. Valorizamos a nossa vida acima da dos
outros. O medo afasta o amor completo, contrário a 1 João 4.18 que diz “No amor não há medo; o amor que é totalmente verdadeiro
afasta o medo.” Nosso medo da morte tira a nossa capacidade de
amar. O amor pode ser “perigoso” e cortejar a morte. Amar de verdade exige
coragem porque a morte está embutida.
Vivemos
numa cultura que nega a morte. Esta negação da morte leva à busca frênica de
preservar a vida própria, deixando de lado o amor. Abre as portas para a
injustiça, corrupção e violência. Cada um defende o seu pedaço, ignorando o bem
estar coletivo. Até a religião se torna a busca de salvação pessoal e
prosperidade individual. A ironia é que esta negação promove o caos e a
degeneração moral que promove a morte que pretende evitar. A busca egoísta da
vida promove a morte prematura e pouca redentora.
A
história da ressurreição de Jesus é uma afirmação de que a morte não elimina a
vida e que o amor engloba ambas. A morte faz parte da vida e a vida inclui a
morte.
João
11:1-45 – Nova Traduҫão na Linguagem de Hoje 2000 (NTLH)
A MORTE DE LÁZARO
Um
homem chamado Lázaro estava doente. Ele era do povoado de Betânia, onde Maria e
a sua irmã Marta moravam. (Esta Maria era a mesma que pôs perfume nos pés do
Senhor Jesus e os enxugou com os seus cabelos. Era o irmão dela, Lázaro, que
estava doente.) As duas irmãs mandaram dizer a Jesus:
—
Senhor, o seu querido amigo Lázaro está doente!
Quando
Jesus recebeu a notícia, disse:
—
O resultado final dessa doença não será a morte de Lázaro. Isso está
acontecendo para que Deus revele o seu poder glorioso; e assim, por causa dessa
doença, a natureza divina do Filho de Deus será revelada.
Jesus
amava muito Marta, e a sua irmã, e também Lázaro. Porém quando soube que Lázaro
estava doente, ainda ficou dois dias onde estava. Então disse aos seus discípulos:
—
Vamos voltar para a Judeia.
Mas
eles disseram:
—
Mestre, faz tão pouco tempo que o povo de lá queria matá-lo a pedradas, e o
senhor quer voltar?
Jesus
respondeu:
—
Por acaso o dia não tem doze horas? Se alguém anda de dia não tropeça porque vê
a luz deste mundo. Mas, se anda de
noite, tropeça porque nele não existe luz.
Jesus
disse isso e depois continuou:
—
O nosso amigo Lázaro está dormindo, mas eu vou lá acordá-lo.
—
Senhor, se ele está dormindo, isso quer dizer que vai ficar bom! — disseram eles.
Mas
o que Jesus queria dizer era que Lázaro estava morto. Porém eles pensavam que
ele estivesse falando do sono natural. Então Jesus disse claramente:
—
Lázaro morreu, mas eu estou alegre por não ter estado lá com ele, pois assim
vocês vão crer. Vamos até a casa dele.
Então
Tomé, chamado “o Gêmeo”, disse aos outros discípulos:
—
Vamos nós também a fim de morrer com o Mestre!
JESUS
É A RESSURREIÇÃO E A VIDA
Quando
Jesus chegou, já fazia quatro dias que Lázaro havia sido sepultado. Betânia
ficava a menos de três quilômetros de Jerusalém, 19 e muitas pessoas tinham vindo visitar
Marta e Maria para as consolarem por causa da morte do irmão. Quando Marta
soube que Jesus estava chegando, foi encontrar-se com ele. Porém Maria ficou
sentada em casa. Então Marta disse a Jesus:
—
Se o senhor estivesse aqui, o meu irmão não teria morrido! Mas eu sei que,
mesmo assim, Deus lhe dará tudo o que o senhor pedir a ele.
—
O seu irmão vai ressuscitar! — disse Jesus.
Marta
respondeu:
—
Eu sei que ele vai ressuscitar no último dia!
Então
Jesus afirmou:
—
Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e
quem vive e crê em mim nunca morrerá. Você acredita nisso?
—
Sim, senhor! — disse ela. — Eu creio que o senhor é o Messias, o Filho de Deus,
que devia vir ao mundo.
Jesus
chora
Depois
de dizer isso, Marta foi, chamou Maria, a sua irmã, e lhe disse em particular:
—
O Mestre chegou e está chamando você.
Quando
Maria ouviu isso, levantou-se depressa e foi encontrar-se com Jesus. Pois ele
não tinha chegado ao povoado, mas ainda estava no lugar onde Marta o havia
encontrado. As pessoas que estavam na casa com Maria, consolando-a, viram que
ela se levantou e saiu depressa. Então foram atrás dela, pois pensavam que ela
ia ao túmulo para chorar ali.
Maria
chegou ao lugar onde Jesus estava e logo que o viu caiu aos pés dele e disse:
—
Se o senhor tivesse estado aqui, o meu irmão não teria morrido!
Jesus
viu Maria chorando e viu as pessoas que estavam com ela chorando também. Então
ficou muito comovido e aflito 34 e
perguntou:
—
Onde foi que vocês o sepultaram?
—
Venha ver, senhor! — responderam.
Jesus
chorou.
Então
as pessoas disseram:
—
Vejam como ele amava Lázaro!
Mas
algumas delas disseram:
—
Ele curou o cego. Será que não poderia ter feito alguma coisa para que Lázaro
não morresse?
A
RESSURREIÇÃO DE LÁZARO
Jesus
ficou outra vez muito comovido. Ele foi até o túmulo, que era uma gruta com uma
pedra colocada na entrada, e ordenou:
—
Tirem a pedra!
Marta,
a irmã do morto, disse:
—
Senhor, ele está cheirando mal, pois já faz quatro dias que foi sepultado!
Jesus
respondeu:
—
Eu não lhe disse que, se você crer, você verá a revelação do poder glorioso de
Deus?
Então
tiraram a pedra. Jesus olhou para o céu e disse:
—
Pai, eu te agradeço porque me ouviste. Eu sei que sempre me ouves; mas eu estou
dizendo isso por causa de toda esta gente que está aqui, para que eles creiam
que tu me enviaste.
Depois
de dizer isso, gritou:
—
Lázaro, venha para fora!
E
o morto saiu. Os seus pés e as suas mãos estavam enfaixados com tiras de pano,
e o seu rosto estava enrolado com um pano. Então Jesus disse:
—
Desenrolem as faixas e deixem que ele vá.
O
PLANO PARA MATAR JESUS
Muitas
pessoas que tinham ido visitar Maria viram o que Jesus tinha feito e creram
nele.
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