domingo, 13 de setembro de 2015

JACÓ SOMOS NÓS


Aí o homem perguntou:
“Como você se chama?”
“Jacó”, respondeu ele.
Então o homem disse:
“O seu nome não será mais Jacó.
Você lutou com Deus e com os homens
e venceu;
por isso o seu nome será Israel”.

Gênesis 32.27-28 (leia 32.23-33) – NTLH

O mundo de Jacó se fechou. Ele não tinha para onde fugir. Atrás estava seu sogro que havia rompido com ele por causa de roubo e na frente vinha seu irmão armado que havia jurado matá-lo, pelo mesmo motivo. Chegou a noite. Estava sozinho. Somente um milagre podia salvá-lo!...

Apareceu um adversário que lutou com Jacó até amanhecer o dia. O homem não conseguiu vencê-lo, mas deslocou a coxa de Jacó. Na luta, Jacó (Ladrão) ganhou um novo nome, Israel (Quem Lutou com Deus e os Homens e Venceu), mas ficou manco para o resto da vida!...

A experiência da luta o marcou profundamente! Sua vida ganhou nova dimensão. Foi poupado da morte e reconciliado com seu irmão. Parou de passar os outros para traz pela esperteza. Estabilizou-se. Apesar de receber o novo nome, Israel, ele não perdeu o nome, Jacó. Continuou ser “esperto”, defendendo seus interesses com sucesso, mas sem prejudicar os outros. Jacó não foi exemplo de virtude. Sua grande contribuição no plano divino foi ser pai de José do Egito. O caráter de José compensou a falta de virtude de Jacó.

A Bíblia retrata seus personagens com fidelidade, sem maquiagem, com “verrugas” à mostra. Alguns “heróis” da fé na Bíblia foram até sacanas. A conclusão é que, mesmo sem grandes qualificações morais ou espirituais, Deus pode usar qualquer um como seu instrumento. Os “escolhidos” não eram melhores do que seus contemporâneos.

Gostamos de maquiagem. Pintamos de cor de rosa a nossa história, nossos heróis espirituais, nossos movimentos e instituições religiosas. Cegamos os nossos olhos para não enxergar as incoerências, idolatrias, jogos de interesse e preconceitos da nossa espiritualidade. Criamos falso senso de superioridade espiritual e moral. Justificamos a intolerância como zelo pelas coisas de Deus. Perdemos de vista a profundeza da graça e misericórdia divina.

Somente depois de luta intensa, Jacó conseguiu confessar seu nome: Jacó – Ladrão. Jacó somos nós. Como Jacó, nossa maior dificuldade é confessar o nosso nome, isto é, quem realmente somos. Queremos ser bons e bem vistos. Pressões externas e internas nos levam a rejeitar o lado negativo do nosso ser. Chegamos até negar sua existência. Projetamos nossas qualidades rejeitadas nos outros e vivemos uma vida de bondade ilusória. Continuamos com as nossas brigas. Apenas transferimos a briga do bar para a igreja!…

Mesmo com o nosso auto engano e contradições, Deus não nos abandona. Esta é a verdadeira Boa Nova do Evangelho – Deu amou Jacó e, com ele, ama todos os “Jacós” do mundo. Sabendo que Jacó somos nós, podemos amar os outros “Jacós” que nos cercam.

GÊNESIS 32:23-32 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)

Depois que as pessoas passaram, Jacó fez com que também passasse tudo o que era seu; mas ele ficou para trás, sozinho.

Aí veio um homem que lutou com ele até o dia amanhecer. Quando o homem viu que não podia vencer, deu um golpe na junta da coxa de Jacó, de modo que ela ficou fora do lugar. Então o homem disse:

— Solte-me, pois já está amanhecendo.

— Não solto enquanto o senhor não me abençoar — respondeu Jacó.

Aí o homem perguntou:

— Como você se chama?

— Jacó — respondeu ele.

Então o homem disse:

— O seu nome não será mais Jacó. Você lutou com Deus e com os homens e venceu; por isso o seu nome será Israel.

— Agora diga-me o seu nome — pediu Jacó.

O homem respondeu:

— Por que você quer saber o meu nome?

E ali ele abençoou Jacó.

Então Jacó disse:

— Eu vi Deus face a face, mas ainda estou vivo.

Por isso ele pôs naquele lugar o nome de Peniel. O sol nasceu quando Jacó estava saindo de Peniel, e ele ia mancando por causa do golpe que havia levado na coxa. Até hoje os descendentes de Israel não comem o músculo que fica na junta da coxa, pois foi nessa parte do corpo que ele recebeu o golpe.

Nenhum comentário: