domingo, 24 de abril de 2016

FÉ CÓSMICA

Louvem o Senhor, todos os seus anjos,
todos os seus exércitos celestiais!
Sol e lua, louvem o Senhor!
Todas as estrelas brilhantes,
louvem a Deus!

Louve o Senhor,
tudo o que existe na terra:
monstros do mar
e todas as profundezas do oceano!
Salmo 148.2, 3, 7 – NTLH

Os únicos dois evangelistas que narraram algo a respeito do nascimento de Jesus o colocaram em escala cósmica. Mateus incluiu uma estrela do céu e magos do Oriente distante: Lucas; pastores, rebanhos, um anjo e um coral de seres celestiais. O cosmos estava diante do seu nascimento.

Jesus tinha tudo para ter um nascimento bem provinciano, não celebrado por ninguém além de familiares e amigos próximos. José e Maria eram de uma aldeia insignificante, de uma província atrasada e desprezada pelo resto do país que, por sua vez, pouco pesava dentro do Império Romano. O evento (nascimento) ocorreu longe de casa, numa cidade distante onde havia poucos conhecidos. Jesus seria mais um “Zé Ninguém”, perdido na multidão.

Para Deus, “Zé Ninguém” não existe. Todos são criados e amados por Deus e, por isso, têm grande valor. Jesus é o supremo exemplo desta verdade. Pensando bem, Deus tem o mesmo amor por nós. Conforme o Novo Testamento, foi por nossa causa que Jesus foi enviado. Nós, também, estamos dentro do plano cósmico de Deus.

O Salmo 148 inclui todo o cosmos como recipiente do amor divino a apto a expressar louvor e gratidão pela graça da existência. A existência é a graça que todos recebem de Deus, sem distinção.

É difícil admitir esta verdade em nosso íntimo. Temos dificuldade em aceitar um Jesus cósmico, um Jesus que tem ovelhas que não são do nosso aprisco e que ilumina todos que vêm ao mundo. Nossa tendência é desprezar outras formas de espiritualidade e culturas. Condenamos e demonizamos outras religiões e manifestações de fé que são diferentes das nossas. Achamos que somente nós somos os amados e aceitos por Deus. Queremos um Jesus provinciano. Idolatramos as nossas formas religiosas e doutrinas e projetamos a nossa própria idolatria e a nossa incredulidade nos outros.

Jesus foi claro em dizer que não devemos julgar os outros e quando julgarmos o nosso julgamento se volta contra nós mesmos. Mesmo assim, queremos ser os juizes de quem é e de quem não é de Deus. Deus faz um círculo e coloca todos dentro. Nós fazemos o círculo e ficamos dentro, sozinhos. O nosso “nós” é um círculo de exclusão, não de inclusão.

O nascimento de Jesus é uma demonstração que toda a criação é recipiente do amor divino. Por isso, o nosso cântico deve ser um cântico cósmico.

SALMOS 148 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)

Aleluia!
Todos os que estão nos céus,
louvem o Senhor Deus nas alturas!
Louvem o Senhor, todos os seus anjos,
todos os seus exércitos celestiais!
Sol e lua, louvem o Senhor!
Todas as estrelas brilhantes,
    louvem a Deus!
Que os mais altos céus o louvem
e também as águas
    que estão acima do céu!
Que todos eles louvem o Senhor,
pois ele deu uma ordem,
    e eles foram criados!
Ele mandou, e foram firmados
    para sempre nos seus lugares;
eles não podem desobedecer.
Louve o Senhor, tudo o que existe
    na terra:
monstros do mar
    e todas as profundezas do oceano!
Louvem o Senhor, relâmpagos
    e chuva de pedra, neve e nuvens,
e ventos fortes, que obedecem
    à sua ordem!
Louvem o Senhor, colinas e montanhas,
florestas e árvores que dão frutas!
Louvem o Senhor, todos os animais,
    mansos e selvagens!
Louvem o Senhor, passarinhos
    e animais que se arrastam pelo chão!
Louvem o Senhor,
reis e todos os povos,
governantes e todas as outras autoridades!
Louvem o Senhor, moços e moças,
velhos e crianças!
Que todos louvem a Deus, o Senhor,
porque ele é superior
    a todos os outros deuses!
A sua glória está acima da terra e do céu.
Ele fez com que a sua nação ficasse
    cada vez mais forte,
e por isso o louvam
    todos os seus servos fiéis,
o povo de Israel, a quem ele tanto ama.
Aleluia!




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