Antes mesmo que eu fale,
tu já sabes o que vou dizer.
Estás em volta de mim,
por todos os lados,
e me proteges com o teu poder.
tu já sabes o que vou dizer.
Estás em volta de mim,
por todos os lados,
e me proteges com o teu poder.
Salmo
139.4-5 – NTLH
Este salmo é uma oração. Revela muito a
respeito da natureza da oração e de como se deve orar.
Oração é individual, uma experiência pessoal.
A linguagem indica que o salmista está sozinho perante Deus por usar a primeira
pessoa “eu”, “me”, “meus”. Jesus ensinou que a oração verdadeira é aquela que
acontece na privacidade de um quarto de porta fechada. O quarto é lugar de
intimidade, vedado para o público. É lugar de relacionamento amoroso, de
coração para coração. A oração de verdade sai do íntimo e se dirige diretamente
para Deus.
Barateamos a oração ao torná-la “ato público”
ao usamos muitas palavras! Tornando-se pública, não é mais oração... A oração
pública é “auto ilusão”. Jesus disse que são os pagãos que acham que Deus ouve
orações cumpridas (Mateus 6.5-8). Palavras públicas podem criar barreiras e nos
afastar de Deus. Já reparou que Jesus nunca convocou grupos de pessoas para
orarem juntos e nunca “fez oração” com ninguém? Ele sempre se afastava da
multidão, e até dos discípulos, para estar sozinho com o “Papai”.
O clamor público é um ato pagão e revela que
as pessoas se sentem afastadas de Deus. Não se grita, não se clama quando
sentimos que o Amado está ao seu lado para compartilhar seu jugo.
A poluição sonora invade até os nossos
templos. Confundimos o barulho eletrônico com a voz de Deus. Por sentirmos Deus
distante, é necessário chamarmos a Sua atenção com microfones, amplificadores e
alto falantes. Achamos que barulho é comunhão e uma espiritualidade elevada.
Voltamos ao paganismo.
Na sua essência, orar é curtir a presença de
Deus. Mesmo em horas angustiantes, é necessário nos abrirmos diante do Divino e
procurarmos sintonizar o nosso espírito com Seu espírito: “seja feita a tua
vontade”. A oração não é um ato. É uma atitude.
O conteúdo do salmo revela uma grande
intimidade com O Divino e o sentimento de admiração. Mesmo com o emprego da
linguagem, seu conteúdo é emocional. O salmista está respondendo a uma
revelação da presença contínua de Deus na sua vida desde antes dele nascer.
A oração é “ouvir”. Deus já sabe de tudo e
não precisa de nenhuma comunicação da nossa parte. O salmista vivia a presença
de Deus e O sentia presente em todo o seu ser. Deus sussurrava no “ouvido” da
sua alma e ele percebia a grandeza e a beleza desta intimidade divina.
A linguagem mais eloquente pode ser o
silêncio do espanto diante da grandiosidade do Deus conosco.
SALMO 139:1-6, 13-18 – NOVA TRADUÇÃO NA
LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)
Ó
Senhor Deus, tu me examinas
e me conheces.
Sabes
tudo o que eu faço
e,
de longe, conheces
todos os meus pensamentos.
Tu
me vês quando estou trabalhando
e
quando estou descansando;
tu
sabes tudo o que eu faço.
Antes
mesmo que eu fale,
tu
já sabes o que vou dizer.
Estás
em volta de mim,
por todos os lados,
e me
proteges com o teu poder.
Eu
não consigo entender
como tu me conheces tão bem;
o
teu conhecimento é profundo demais
para mim.
Tu
criaste cada parte do meu corpo;
tu
me formaste na barriga da minha mãe.
Eu
te louvo porque deves ser temido.
Tudo
o que fazes é maravilhoso,
e eu
sei disso muito bem.
Tu
viste quando os meus ossos
estavam sendo feitos,
quando
eu estava sendo formado
na barriga da minha mãe,
crescendo
ali em segredo,
tu
me viste antes de eu ter nascido.
Os
dias que me deste para viver
foram
todos escritos no teu livro
quando
ainda nenhum deles existia.
Ó
Deus, como é difícil entender
os teus pensamentos!
E
eles são tantos!
Se
eu os contasse,
seriam
mais do que os grãos de areia.
Quando
acordo, ainda estou contigo.
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