No sonho que tive naquela noite,
eu vi os ventos soprando de todas as direções e
agitando as águas do mar imenso.
De repente,
saíram do mar quatro monstros enormes,
diferentes uns dos outros.
eu vi os ventos soprando de todas as direções e
agitando as águas do mar imenso.
De repente,
saíram do mar quatro monstros enormes,
diferentes uns dos outros.
Daniel
7.2b-3 (leia 7.1-3,15-18) – NTLH
Israel nunca foi uma potência mundial. Mesmo
no auge do seu desenvolvimento político econômico, ela era apenas um “peixinho”
no mar de “tubarões”. A arqueologia moderna está descobrindo que a glória e o
poder dos reis Davi e Salomão eram mitos criados para fundamentar uma
identidade nacional depois dos exílios nos séculos VI e V a.C.*
Daniel teve seu sonho quando Judá estava aparentemente aniquilada, engolida
pelos monstros da época. Tentar interpretar o Livro de Daniel como
“adivinhação” dos eventos históricos é exercício de futilidade. Cada geração de
interpretes durante mais de dois milênios chega a conclusões diferentes. Os
“quatro monstros” enormes estão presentes em todas as épocas. Representam as
espiritualidades de domínio na religião, economia, política e ciência. Cada
área tem seus “reis” que procuram dominar os demais.
Esta visão é mais atual do que nunca. Nunca
na história da humanidade houve tanto “sopro de ventos”, “agitação das águas do
mar” e “monstros” emergentes. Eles representam forças fora do nosso controle e
provocam terror e desespero. Ventos e ondas são forças cegas e monstros
conscientes com as estratégias de destruição! Todos são temidos.
Mas, também, na história da humanidade sempre
havia pessoas que não foram levadas pelos ventos e ondas ou se submeteram ao
domínio dos monstros. Enxergavam “outro Reino”. Ventos se esgotam, ondas se
acalmam, monstros morrem, mas a ordem da criação é constante.
Está sempre diante de nós a opção entre
sermos coniventes com as forças de domínio e destruição ou integrarmos na ordem
da criação. O Reino de Deus é a ordem cósmica. O grande problema é que é fácil
confundir uma com a outra. Os “monstros” se disfarçam como benignos,
colocando-se como salvadores e oferecendo soluções para os males existentes. Atraem
multidões. Mas o método é o uso de poder para manipular, dominar, massificar e
violentar. No seu esquema poucos são favorecidos e a grande maioria
sacrificada. Criam hierarquias sociais, políticas, econômicas e religiosas.
Na política, os “monstros” poderosos existem
em todos os escalões dos governos, empregando violência, coesão e corrupção
para alcançarem seus fins. Na economia a globalização é dominada por um número
relativamente pequeno, deixando bilhões de pessoas empobrecidas, vivendo em
condições subumanas. O abismo que separa os ricos dos pobres fica cada vez
maior. As religiões criam o elitismo espiritual e preconceito. São arenas de
lutas internas pelo poder. Muitas encaram os de fora como convertidos em
potencial ou como maus. Lutam para destruir o “mal” chegando lançar mão a
“guerras santas” e terrorismo. Os “monstros” são onipresentes no cenário
humano.
O “povo do altíssimo” são aqueles que não
entram no jogo, mas seguem o caminho que Jesus apontou, encarnando o amor! Não
fazem vítimas, deixam esperança e um exemplo a ser seguido.
*A
BÍBLIA NÃO TINHA RAZÃO, Israel Finkelstein e Neil Ascher Silberman, A Girafa
Editora Ltda., 2003, 515 páginas. Tem base nas mais recentes descobertas
arqueológicas.
DANIEL 7:1-3, 15-18 – NOVA TRADUҪÃO NA
LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)
Certa
noite, durante o primeiro ano de Belsazar como rei da Babilônia, Daniel se
deitou na sua cama e sonhou e no sonho teve visões. Quando acordou, ele
escreveu aquilo que tinha sonhado. Aqui está o que ele escreveu:
No
sonho que tive naquela noite, eu vi os ventos soprando de todas as direções e
agitando as águas do mar imenso. De repente, saíram do mar quatro monstros
enormes, diferentes uns dos outros.
As
visões me espantaram, e eu fiquei preocupado com o que tinha visto. Cheguei
perto de um dos que estavam ali e pedi que me explicasse o que eu tinha visto.
Então ele explicou assim:
— Os
quatro monstros enormes são quatro reis que vão dominar o mundo. Mas o reino
será dado ao povo do Deus Altíssimo, e esse povo reinará para sempre.