domingo, 27 de novembro de 2016

ONDAS E FÉ

Jesus foi até eles,
andando em cima da água.
Mateus 14.25 (leia 14.22-33) – NTLH

“A vida é uma viagem de barco,
balançando nas ondas da ignorância,
navegando num mar de mistério.”
James Fowler, Estágios da Fé.

Esta história usa imagens poderosas que atingem a profundeza da alma humana: ondas tempestuosas e ameaçadoras do mar, um barco frágil que representa segurança limitada, o pavor diante de perigo e do poder da fé para superar a força do mar e as limitações do barco.

Nas histórias bíblicas as águas do mar representam obstáculos, perigos e forças incontroláveis e imprevisíveis. No dilúvio, tudo virou mar e destruiu a maior parte da humanidade, animais e aves. O Mar Vermelho foi um obstáculo a ser vencido na fuga do Egito. O mar virou perigo por causa da fuga de Jonas. Paulo sofreu naufrágio. Apocalipse prevê paraíso sem mar.

Na Bíblia, barco representa segurança. A arca de Noé foi a salvação da raça humana e da fauna. Jonas perdeu a segurança do navio por ser desobediente às ordens de Deus. A igreja se identifica como nau da salvação e adota o barco como símbolo. Nela as almas acham segurança contra o mar nesta viagem pelo mundo tempestuoso. Às vezes um “Jonas” é lançado fora.

Esta passagem bíblica fala da nossa vida espiritual. O mar e as tempestades são coisas de Deus. Barcos são feitos humanos. Igrejas e sistemas teológicos são “barcos espirituais” que nós construímos de acordo com a nossa fé.

Pergunto: quanto menor a fé, maior é o nosso barco religioso? Achamos que grandes templos, concentrações, movimentos e manifestações religiosas são obras de fé. Será? Por ser homem de fé, Jesus não precisava de barco. Sua fé não era a do templo, vinha de meditação, oração, sozinho, no monte. Em contraste, somos mais semelhantes aos 450 profetas de Baal que confiavam na sua gritaria no Monte Carmelo (I Reis 18.26-29). Até que ponto a nossa religiosidade representa fé e não fuga?

A fé pode não acalmar a tempestade, mas pode nos dar forças para vencer as ondas. As ondas são enormes e metem medo. Mas o amor pode lançar fora o medo. Pela fé, podemos levar esperança aos que estão remando contra os ventos da vida.

MATEUS 14:22-33 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)

Logo depois, Jesus ordenou aos discípulos que subissem no barco e fossem na frente para o lado oeste do lago, enquanto ele mandava o povo embora. Depois de mandar o povo embora, Jesus subiu um monte a fim de orar sozinho. Quando chegou a noite, ele estava ali, sozinho. Naquele momento o barco já estava no meio do lago. E as ondas batiam com força no barco porque o vento soprava contra ele. Já de madrugada, entre as três e as seis horas, Jesus foi até lá, andando em cima da água. Quando os discípulos viram Jesus andando em cima da água, ficaram apavorados e exclamaram:

— É um fantasma!

E gritaram de medo. Nesse instante Jesus disse:

— Coragem! Sou eu! Não tenham medo!

Então Pedro disse:

— Se é o senhor mesmo, mande que eu vá andando em cima da água até onde o senhor está.

— Venha! — respondeu Jesus.

Pedro saiu do barco e começou a andar em cima da água, em direção a Jesus. Porém, quando sentiu a força do vento, ficou com medo e começou a afundar. Então gritou:

— Socorro, Senhor!

Imediatamente Jesus estendeu a mão, segurou Pedro e disse:

— Como é pequena a sua fé! Por que você duvidou?

Então os dois subiram no barco, e o vento se acalmou. E os discípulos adoraram Jesus, dizendo:

— De fato, o senhor é o Filho de Deus!



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