domingo, 25 de dezembro de 2016

NATAL E O JOGO DE PODER

...alguns homens que estudavam as estrelas
vieram do Oriente e chegaram a Jerusalém.
Eles perguntaram:
-Onde está o menino que nasceu
para ser o rei dos judeus?...
Nós vimos a estrela dele no Oriente
e viemos adorá-lo.
Quando o rei Herodes soube disso,
ficou muito preocupado…
Depois os mandou a Belém com a seguinte ordem
-Vão e procurem informações bem certas
sobre o menino.
E, quando o encontrarem, me avisem,
para eu também ir adorá-lo...
E num sonho Deus os avisou que
não voltassem para falar com Herodes.
Mateus 2.1-3a, 8-9, 12 9 (leia 2.1-12) NTLH

Jogo de poder não é novidade. Mateus retrata o Rei Herodes como um tirano faminto de poder. De repente aparece em Jerusalém a ameaça de um rival. Um grupo de magos astrólogos aparece em Jerusalém. Indagam a respeito do nascimento de um novo rei de Israel. Herodes se assusta, mas mantém a calma. Discretamente descobre o possível local do nascimento “do tal perigo” ao seu trono. Fingindo ter a mesma fé e devoção dos magos, mandou-os confirmar o ocorrido trazendo de volta o relatório!

O enganador acabou enganado. Os magos voltaram às suas terras por outro caminho e Herodes ficou esperando em vão. Era tarde demais quando descobriu que fora logrado. “A presa” já havia escapado.

A narração do natalício de Jesus pelo evangelista Mateus relata o contraste entre dois tipos de poder existentes no mundo até hoje: o poder que se auto promove o e poder que busca a verdade.

Herodes representa o poder auto promocional, o poder que quer se manter. Foi capaz de fingir devoção e manipular outros para alcançar seus objetivos. Este tipo de poder é encontrado em qualquer tipo de instituição, seja ela política, econômica ou religiosa. No primeiro evangelho, Herodes mata muitas crianças inocentes na tentativa de atingir e destruir o menino Jesus. Quantas pessoas inocentes sofrem e morrem hoje, vítimas de pessoas exercendo seu poder político, econômico e religioso? É só ligar o televisor e aparecem cenas de violência, guerra, fome e outros sofrimentos.

Os magos astrólogos representam o poder que busca e respeita a verdade. Este poder se abre diante da verdade e doa seus melhores tesouros. Eles buscavam a verdade nas estrelas e estas os levaram à verdade: uma criança insignificante diante dos poderosos da época. Enxergavam o que foi oculto aos demais. A ambição cega e destrói, mas a humildade abre os olhos e amplia a visão. Como resultado, os magos foram guiados para seguir outro caminho.

O menino Jesus representa a verdade; temida por uns, adorada por outros. A verdade de Jesus não deve ser confundida com os dogmas da igreja e de outros grupos religiosos. As instituições usam Jesus para promover seu jogo de poder. A verdade de Jesus é nada mais do que “amor” em ação. Este amor transcende qualquer instituição.

A busca da verdade não é privilégio de uns poucos escolhidos. Provavelmente os magos eram “pagãos”, mas buscavam a verdade mais do que os próprios “eleitos” de Abraão. As manifestações de amor se encontram em muitas culturas. Onde há amor, Deus está. Deus é Amor: Deus/Amor/Jesus/Verdade são vivências inseparáveis!...

A história natalícia revela onde Deus está em todo este jogo de poder.

MATEUS 2.1-12 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)

Jesus nasceu na cidade de Belém, na região da Judeia, quando Herodes era rei da terra de Israel. Nesse tempo alguns homens que estudavam as estrelas vieram do Oriente e chegaram a Jerusalém. Eles perguntaram:

— Onde está o menino que nasceu para ser o rei dos judeus? Nós vimos a estrela dele no Oriente e viemos adorá-lo.

Quando o rei Herodes soube disso, ficou muito preocupado, e todo o povo de Jerusalém também ficou. Então Herodes reuniu os chefes dos sacerdotes e os mestres da Lei e perguntou onde devia nascer o Messias. Eles responderam:

— Na cidade de Belém, na região da Judeia, pois o profeta escreveu o seguinte:

“Você, Belém, da terra de Judá,
de modo nenhum é a menor
    entre as principais cidades de Judá,
pois de você sairá o líder
que guiará o meu povo de Israel.”
Então Herodes chamou os visitantes do Oriente para uma reunião secreta e perguntou qual o tempo exato em que a estrela havia aparecido; e eles disseram. Depois os mandou a Belém com a seguinte ordem:

— Vão e procurem informações bem certas sobre o menino. E, quando o encontrarem, me avisem, para eu também ir adorá-lo.

Depois de receberem a ordem do rei, os visitantes foram embora. No caminho viram a estrela, a mesma que tinham visto no Oriente. Ela foi adiante deles e parou acima do lugar onde o menino estava. Quando viram a estrela, eles ficaram muito alegres e felizes. Entraram na casa e encontraram o menino com Maria, a sua mãe. Então se ajoelharam diante dele e o adoraram. Depois abriram os seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra.

E num sonho Deus os avisou que não voltassem para falar com Herodes. Por isso voltaram para a sua terra por outro caminho.


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