domingo, 15 de maio de 2016

A GRANDE PRESENÇA

...o Senhor mesmo lhes dará um sinal:
a jovem que está grávida dará à luz um filho
e porá nele o nome de Emanuel.
Isaías 7.14 – NTLH

O Rei Acaz não acreditava na promessa do Deus Eterno de proteger Jerusalém dos ataques da Síria e Efraim. O medo era tanto que não conseguiu acreditar nas palavras do profeta Isaías. Acaz foi, então, desafiado a pedir qualquer sinal ao Eterno como prova da validade da promessa. O Rei recusou pedir sinal. Mesmo assim, Deus lhe deu uma prova: a jovem mãe dá o nome “Emanuel” (Deus conosco) ao filho recém-nascido. Esta mãe tinha mais fé a respeito da presença do Eterno do que o rei que havia recebido a palavra do profeta.

O sinal foi dado ao Rei Acaz pouco depois do pronunciamento de Isaías. Séculos depois, Mateus, querendo “provar” a divindade de Jesus, arrancou esta passagem das escrituras do seu contexto e modificou seu sentido.

Não há nada significante a respeito da jovem mãe a não ser a sua fé. Mateus, ao usar a versão grega do antigo testamento, erradamente traduzia "jovem" por "virgem". Assim sendo, adotou a posição que esta passagem se referia a Maria, que ela era virgem e que a criança nascida era Jesus! Ignoravam o fato de que a criança da profecia se chamava Emanuel e não Jesus.

Para "provar" que Jesus era aquele ungido por Deus, prometido pelas profecias, a igreja primitiva lançava mão de diversos textos duvidosos. Para Jesus ser o prometido não havia nenhuma necessidade dele ter nascido de uma virgem, nem de uma mulher "direitinha". Ao insistir em detalhes como este, perdemos de vista o essencial – o nascido do Espírito é aquele que tem o Espírito e o deixa agir na sua vida, independentemente das suas origens humanas. Esta abordagem de Jesus é secundária. O essencial era Seu relacionamento com o Papai!

Vivemos num mundo de ameaças e perigos. O medo sentido pelo Rei Acaz faz parte da experiência de bilhões de pessoas hoje. Muitas sentem medo até de sair à noite na rua das cidades grandes. A grande maioria das pessoas tem a sua confiança na ordem social abalada. O futuro parece mais duvidoso do que nunca. Precisamos uma mensagem de esperança e força para crer. Apesar das aparências do abandono no meio do caos ético, moral e social que vivemos hoje, Emanuel continua ser uma realidade.

Independente do uso equivocado do texto em relação à pessoa de Jesus, ele tem muito a ver conosco hoje. Estando sensíveis a presença divina cada um pode ser um “Emanuel” e exercer influência para o bem e contribuir para a paz e a justiça. “Emanuel” está presente até nas pequenas coisas que fazemos - pode chegar no murmuro de uma brisa suave como também no trovão de uma tempestade. Jesus foi Emanuel na medida em que encarnou a presença do Papai, e o nosso desafio é ser imitadores dele, também encarnando a Grande Presença.

ISAÍAS 7:10-16 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)

O Senhor Deus enviou ao rei Acaz esta outra mensagem:

— Peça ao Senhor, seu Deus, que lhe dê um sinal. Esse sinal poderá vir das profundezas do mundo dos mortos ou das alturas do céu.

Mas Acaz respondeu:

— Não vou pedir sinal nenhum. Não vou pôr o Senhor à prova.

Então Isaías disse:

— Escutem, descendentes do rei Davi! Será que não basta vocês abusarem da paciência das pessoas? Precisam abusar também da paciência do meu Deus? Pois o Senhor mesmo lhes dará um sinal: a jovem que está grávida dará à luz um filho e porá nele o nome de Emanuel. Quando ele chegar à idade de saber escolher o bem e rejeitar o mal, o povo estará comendo coalhada e mel. Mas, mesmo antes desse tempo, ó rei Acaz, as terras daqueles dois reis que lhe causaram tanto medo ficarão completamente abandonadas.



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