domingo, 22 de janeiro de 2017

O PERIGO DA RELIGIOSIDADE

Então Jesus falou à multidão
e aos seus discípulos. Ele disse:
Os professores da Lei e os fariseus
têm autoridade para explicar a Lei de Moisés.
Por isso
vocês devem obedecer e seguir tudo o que eles dizem.
Porém
não imitem as suas ações,
pois eles não fazem o que ensinam.
Mateus 23.1-3 (leia 23.1-12) – NTLH

É perigoso ser religioso – quanto mais religioso, mais perigo corre. A religião ensina amor e humildade, e amar os outros como a si mesmo e ser humilde são ideais muito bonitos. Praticá-los é outra coisa… Falar de amor e humildade e vivê-los são coisas distintas. Quanto mais discurso, menos prática. O amor e a humildade são silenciosos – não falam de si mesmos e não chamam atenção.

Quando a prática da religião é muito visível, pode desconfiar! É pior ainda quando a santidade se organiza. Uma vez estabelecido um sistema oficial de valores e criada uma estrutura política/social para promovê-los, abrem-se as portas para a hipocrisia e incoerência. Foi dentro deste contexto que Jesus agia nos seus confrontos com as autoridades religiosas. Jesus apoiou os ensinamentos dos fariseus. Criticou lhes pela falta de prática. Ensinavam uma coisa, mas agiam ao contrário, transformando fé em fardo e farsa. O ser humano é o mesmo desde o início e esta disparidade entre a profissão e a prática está muito presente no Judaísmo, Cristianismo e Islamismo atual. Apesar da beleza do conceito do amor e da humildade, a igreja é “palco perfeito” para hipocrisia e incoerência, tanto individual como coletiva.

No nível individual, o ideal do bem faz que as aparências sejam importantes. É natural a pessoa querer autoimagem boa e ser bem-vista. Isto faz com que a sua religiosidade se torne pública e bem visível. Reuniões servem de palco para mostrar boas qualidades espirituais, reforçando seu autoconceito e reputação. Admitir carências e derrotas seria prejudicial a autoimagem e ao que os outros podem pensar a seu respeito. O comportamento junto com os outros crentes é diferente do que em ambientes seculares. Até muda o tom da voz quando faz oração nos cultos. A vida religiosa e secular é compartimentada: vive-se de um jeito na igreja e de outro no lar, emprego e lazer. Na igreja pode ser manso e simpático, mas no lar, é agressivo e chato. A religiosidade pode ser apenas uma máscara para esconder carências.

No coletivo, as hierarquias eclesiásticas alimentam orgulho. Quanto mais alto sobe na escada hierárquica, mais prestígio. Por ocuparem posições elevadas os líderes podem ter a sensação de serem superiores. A humildade pode ser transformada em máscara para esconder o orgulho. Os líderes se esforçam para se manter na liderança e subir ainda mais. Para manter a sua posição, as autoridades precisam preservar o sistema e promover a instituição. Os adeptos se tornam manipulados para a manutenção da máquina. A maior parte dos dízimos cobrados é usada para o bem da estrutura e não do ser humano.

Jesus exalta o serviço humilde, sem pretensões, sem visar cargos e prestígio humano, serviço que alivia os fardos da vida. Felizes são os humildes…….

MATEUS 23.1-12) – NOVA TRADUÇÃO NA LINGUAGEM DE HOJE (NTLH)

Então Jesus falou à multidão e aos seus discípulos. Ele disse:

— Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para explicar a Lei de Moisés. Por isso vocês devem obedecer e seguir tudo o que eles dizem. Porém não imitem as suas ações, pois eles não fazem o que ensinam. Amarram fardos pesados e os põem nas costas dos outros, mas eles mesmos não os ajudam, nem ao menos com um dedo, a carregar esses fardos. Tudo o que eles fazem é para serem vistos pelos outros. Vejam como são grandes os trechos das Escrituras Sagradas que eles copiam e amarram na testa e nos braços! E olhem os pingentes grandes das suas capas! Eles preferem os melhores lugares nos banquetes e os lugares de honra nas sinagogas. Gostam de ser cumprimentados com respeito nas praças e de ser chamados de “mestre”. Porém vocês não devem ser chamados de “mestre”, pois todos vocês são membros de uma mesma família e têm somente um Mestre. E aqui na terra não chamem ninguém de pai porque vocês têm somente um Pai, que está no céu. Vocês não devem também ser chamados de “líderes” porque vocês têm um líder, o Messias. Entre vocês, o mais importante é aquele que serve os outros. Quem se engrandece será humilhado, mas quem se humilha será engrandecido.



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