De onde é que este homem consegue tudo
isso?
De onde vem a sabedoria dele?
Como é que faz esses milagres?
Por acaso ele não é o carpinteiro,
filho de Maria?
De onde vem a sabedoria dele?
Como é que faz esses milagres?
Por acaso ele não é o carpinteiro,
filho de Maria?
Marcos
6.2b-3a (leia 6.1-13) – NTLH
Familiaridade gera desprezo. Jesus era comum
demais para merecer respeito. O povo da aldeia de Nazaré desprezou a sabedoria
e as palavras de Jesus porque ele era conhecido como simples carpinteiro, filho
de Maria, mãe de numerosos filhos e filhas. Rejeitaram-no como profeta e se fecharam
contra a verdade que ele representava. A falta de fé do povo limitava a atuação
de Jesus no seu meio. Eles esperavam algo mais exótico e impressionante...
A graça divina estava operando fora das
estruturas do poder religioso, político e econômico. Jesus era “povão”, agindo
nas bases da sociedade. Igual a Jesus, os cristãos dos primeiros quatro séculos
eram pessoas sem projeção social e econômica. Eram considerados criminosos,
ateus, subversivos e não dignos de respeito. Foi justamente nestas classes
desprezadas pela elite que a fé tinha seu poder transformador.
Em nossa cultura, os cristãos estão “por
cima”, em posições de poder e prestígio. Será que perdemos de vista a
consciência da presença divina e o potencial da fé para fazer transformações
pelos humildes, marginalizados e desprezados deste mundo?
O ser humano gosta do espetacular! Temos
dificuldade de valorizar o comum. Usamos a palavra “banal” numa maneira
derrogatória para expressar a nossa escala de valores. O dicionário Aurélio
define o banal como “vulgar, trivial, corrente e corriqueiro”. Banalizamos o
comum.
Esperamos a “salvação”, vinda de cima para
baixo como intervenção de força superior. Esquecemos que a solução de muitos
dos nossos problemas vem da mesma fonte do problema... Bom seria se existisse
uma grande vassoura para varrer o nosso mundo e deixar tudo justo e perfeito...
Os “gigantes” e “monstros” que afligem a
nossa vida e o mundo em que vivemos não serão vencidos por gigantes ainda
maiores e outros monstros mais fortes. A solução está nas coisas pequenas e
aparentemente insignificantes.
O materialismo, que domina a nossa cultura,
exalta a grandeza superficial. As coisas são julgadas pela aparência. Sucesso e
fracasso são determinados pelo IBOPE. “Vender” uma boa imagem é o segredo do
sucesso. Assim os “melhores” vencem os mais fracos. As igrejas entram no jogo
de usar os meios de comunicação social para criar imagens de grandeza e chamar a
atenção do público para si mesma. Mas a fé verdadeira age silenciosamente e
discretamente como fazem o sal e o fermento...
Não sabemos valorizar os momentos e eventos
comuns da nossa vida diária. Ficamos cegos para o sagrado em cada passo, cada
ato, cada encontro e cada respiração. O milagre verdadeiro está na simplicidade
e no comum. O maior dos milagres é estarmos vivos. A rotina diária é tão
milagrosa quanto um acontecimento inexplicável. A grandeza de Jesus estava na
sua simplicidade e humildade.
A falta de fé do povo da aldeia de Nazaré na
pessoa tão comum como Jesus criou barreira para a atuação divina. A fé nos
ajuda a enxergar a ação divina nas coisas simples de cada dia e a participarmos
com atos concretos na construção de um mundo melhor.
MARCOS 6:1-13 – NOVA TRADUÇÃO NA
LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)
Jesus
voltou com os seus discípulos para a cidade de Nazaré, onde ele tinha morado. No
sábado começou a ensinar na sinagoga. Muitos que o estavam escutando ficaram
admirados e perguntaram:
— De
onde é que este homem consegue tudo isso? De onde vem a sabedoria dele? Como é
que faz esses milagres? Por acaso ele não é o carpinteiro, filho de Maria? Não
é irmão de Tiago, José, Judas e Simão? As suas irmãs não moram aqui?
Por
isso ficaram desiludidos com ele. Mas Jesus disse:
— Um
profeta é respeitado em toda parte, menos na sua terra, entre os seus parentes
e na sua própria casa.
Ele
não pôde fazer milagres em Nazaré, a não ser curar alguns doentes, pondo as
mãos sobre eles. E ficou admirado com a falta de fé que havia ali.
Jesus
ensinava nos povoados que havia perto dali. Ele chamou os doze discípulos e os
enviou dois a dois, dando-lhes autoridade para expulsar espíritos maus. Deu
ordem para não levarem nada na viagem, somente uma bengala para se apoiar. Não
deviam levar comida, nem sacola, nem dinheiro. Deviam calçar sandálias e não
levar nem uma túnica a mais. Disse ainda:
—
Quando vocês entrarem numa cidade, fiquem hospedados na casa em que forem
recebidos até saírem daquela cidade. Mas, se em algum lugar as pessoas não
quiserem recebê-los, nem ouvi-los, vão embora. E na saída sacudam o pó das suas
sandálias, como sinal de protesto contra aquela gente.
Então
os discípulos foram e anunciaram que todos deviam se arrepender dos seus
pecados. Eles expulsavam muitos demônios e curavam muitos doentes, pondo azeite
na cabeça deles.
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