Se
alguém quer ser o primeiro,
deve ficar em último lugar e servir a todos.
Aí segurou uma criança e a pôs no meio deles.
E, abraçando-a, disse aos discípulos:
Aquele que, por ser meu seguidor,
receber em meu nome uma criança como esta
estará também me recebendo.
deve ficar em último lugar e servir a todos.
Aí segurou uma criança e a pôs no meio deles.
E, abraçando-a, disse aos discípulos:
Aquele que, por ser meu seguidor,
receber em meu nome uma criança como esta
estará também me recebendo.
Marcos
9.35b-37a (leia 9.33-37) – NTLH
Os
discípulos eram tão problemáticos para Jesus quanto os seus
inimigos. Seguir Jesus não era garantia de perfeição ou sabedoria.
Os seguidores atrapalhavam e atropelavam, e, na hora do maior perigo,
abandonaram-no. Com a crucificação de Jesus, muitos voltaram ao seu
caminho antigo. Eram instáveis e egoístas. Cada um procurava
domínio sobre os outros, querendo chegar ao topo e ficar no primeiro
lugar.
Com
o Pentecostes e a formação das igrejas, a situação não mudou. Os
velhos problemas: egoísmo, fingimento e atritos entre irmãos
reapareceram. Os problemas internos eram tão ameaçadores quanto as
perseguições externas. As Epístolas foram escritas em torno de
conflitos dentro das comunidades cristãs, escritas para apagar os
incêndios da própria casa da fé.
Muitas
vezes, no decorrer da história do cristianismo, a teologia da cruz
se transformava na prática da violência, o ideal da humildade em
arrogância, o propósito de serviço em manipulação. As igrejas,
como instituições, têm muita dificuldade em ter a prática
coerente com o discurso. O indivíduo é sacrificado para promover a
estrutura. As igrejas confundem coletividade com instituição. Ao se
promoverem, acham que estão beneficiando a humanidade. As
instituições eclesiásticas, como as seculares, muitas vezes se
tornam “arenas de competição” em que uns sobem a custa dos
outros!...
Jesus
enfrentou uma briga pelo poder entre seus discípulos. Ainda não
havia uma estrutura formal, mas já estavam lutando pela “pole
position da largada”.
Jesus
chamou atenção às crianças. Elas representavam o “sem poder”,
sem autoridade, zero à esquerda, na estrutura social. Os maiores no
Reino são os “sem poder”. O poder de Jesus não era
institucional. Nunca ocupou cargo que lhe dava autoridade sobre os
outros. O seu poder era moral.
Receber
crianças é se identificar com elas. Quem ama crianças não tem
ambições de grandeza e de poder. O amor de mãe é amor que se doa,
nutre e se sacrifica para o bem do amado.
Nossa
“civilização” ignora as crianças. Elas são, ou inconvenientes
ou vistas como objetos de exploração. Na África, são raptadas e
treinadas para pegar em armas e guerrear a favor dos poderosos. Em
nossas cidades os traficantes usam-nas para enriquecimento. Alguns
pais as colocam nas esquinas para pedir esmolas. São usadas como mão
de obra barata para a produção de artigos de baixo custo na
concorrência econômica. São as maiores vítimas de subnutrição e
de violência doméstica e social.
É
agradável receber os poderosos na política e na economia. É
vantajoso identificar-se com aqueles que possuem posições de
destaque e são bem sucedidos. Queremos ser reconhecidos pelo alto
nível das nossas amizades.
Receber
criança é identificar-se com aqueles que não são valorizados pela
sociedade, podendo ser vistos como inúteis e inconvenientes, idosos
ou outras categorias marginalizadas pelo preconceito e descaso. São
aqueles que necessitam da solidariedade para sobreviver! Jesus era
sem teto, sem terra, sem emprego e sem dinheiro. Vivia à margem da
estrutura social. Quem recebe um destes, recebe Jesus.
MARCOS
9.33-37 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)
Jesus
e os discípulos chegaram à cidade de Cafarnaum. Quando já estavam
em casa, Jesus perguntou aos doze discípulos:
— O
que é que vocês estavam discutindo no caminho?
Mas
eles ficaram calados porque no caminho tinham discutido sobre qual
deles era o mais importante.
Jesus
sentou-se, chamou os doze e lhes disse:
— Se
alguém quer ser o primeiro, deve ficar em último lugar e servir a
todos.
Aí
segurou uma criança e a pôs no meio deles. E, abraçando-a, disse
aos discípulos:
— Aquele
que, por ser meu seguidor, receber uma criança como esta estará
também me recebendo. E quem me receber não recebe somente a mim,
mas também aquele que me enviou.
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