Ofereci as minhas costas aos que me
batiam
e o rosto aos que arrancavam a minha barba.
Não tentei me esconder quando me xingavam
e cuspiam no meu rosto.
e o rosto aos que arrancavam a minha barba.
Não tentei me esconder quando me xingavam
e cuspiam no meu rosto.
Isaías
50.6 (leia 50.4-9) NTLH
Nesta meditação, empregamos a palavra
“paixão” no sentido de sofrimento causado pela “compaixão”. Compaixão é o
sentimento ou disposição de quem é tocado pelo sofrimento alheio e se sente
inclinado a aliviá-lo. Paixão e compaixão estão intimamente ligadas. Com-paixão
quer dizer sofrer com.
No pano de fundo do texto, acima reproduzido,
há muitas paralelas com os dias de hoje. O povo estava desanimado e cansado
pela pouca perspectiva de melhora. As crises vinham uma após outra, uma pior
que a outra e nada de soluções ou alívio... Esta história se repete.
O autor, Isaías, tinha assumido o papel de
“Servo de Deus”. Procurou entregar uma mensagem para reverter a situação. Mas a
sua atuação somente trouxe complicações para sua vida. Ele mesmo se tornou
objeto de desprezo e abuso do povo que desejava ajudar. A sua compaixão pelo
sofrimento do seu povo se transformou em paixão.
Muitos anos depois, os seguidores de Jesus
viram em Isaías um paralelo com a vida e o ministério do seu Mestre. Jesus,
também, movido pela compaixão, entregou sua vida para salvar seu povo. Mas Ele,
também, acabou sendo agredido e morto pelo mesmo povo que desejava ajudar. A
cristandade adotou a cruz como o símbolo da relação compaixão/paixão.
O sofrimento é um tema comum na Bíblia. Na
Bíblia na Linguagem de Hoje a palavra “sofrimento” aparece 88 vezes, “sofrer”
75, “sofreu” 13, “sofre” 12, “aflito” 28, “aflição” 65, “chorar” 65, “choro”
34, “lágrimas” 40 e “tristeza” 112. Só nestas dez palavras, o tema aparece 532
vezes. A frequência do aparecimento deste tema na Bíblia reflete a sua presença
marcante na vida real. O sofrimento é uma das realidades inevitáveis da vida
até hoje.
O pior dos sofrimentos é aquele que é o
resultado do egoísmo humano. É justamente este que apresenta o maior desafio.
Ao sentirem ameaçados, os maus apelam para a violência. O rol dos mártires é
grande, dentro e fora da Bíblia. Em nossos dias é comum o assassinato de
fiscais, policiais e figuras públicas honestas que ameaçam os interesses dos
corruptos e dos criminosos. Mesmo dentro das instituições religiosas e
beneficentes, os que desagradam os donos do poder são perseguidos e
discriminados.
Correm perigo os que têm compaixão das
vítimas deste egoísmo e tentam chegar até a raiz do mal. É mais seguro praticar
o bem dum jeito que não ofende ninguém. Esmolas, ofertas e dízimos não ameaçam
os donos do poder.
Até que ponto vai a nossa “com-paixão”? A
nossa esperança está com aqueles que fazem o papel de Isaías e de Jesus na
sociedade fora das igrejas, nas ruas onde anda o povo sofredor e injustiçado.
ISAÍAS 50.4-9 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)
O
Senhor Deus me ensina o que devo dizer
a
fim de animar os que estão cansados.
Todas
as manhãs, ele faz com que eu tenha vontade
de
ouvir com atenção o que ele vai dizer.
O
Senhor Deus me deu entendimento,
e eu
não me revoltei, nem fugi dele.
Ofereci
as minhas costas aos que me batiam
e o
rosto aos que arrancavam a minha barba.
Não
tentei me esconder quando me xingavam
e
cuspiam no meu rosto.
Mas
eu não me sinto envergonhado,
pois
o Senhor Deus me ajuda.
Por
isso, eu fico firme como uma rocha
e
sei que não serei humilhado,
pois
o meu defensor está perto.
Alguém
tem uma causa contra mim?
Então
vamos juntos ao tribunal.
Alguém
quer me processar?
Que
venha e apresente a sua acusação!
O
Senhor Deus é quem me defende,
e
por isso ninguém poderá me condenar.
Todos
os meus inimigos desaparecerão;
serão
como um vestido que as traças destruíram.
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