domingo, 31 de julho de 2016

SAINDO DAS PRISÕES ESCURAS

Eu o criei e o enviei...
como a luz da salvação que darei aos outros povos;
para abrir os olhos dos cegos,
pôr em liberdade os prisioneiros
e soltar os que estão em prisões escuras”.
Isaías 42.6b-7 (leia 42.1-7) NTLH

Os olhos humanos ficam cegos em relação a vontade de divina para a humanidade. Os judeus esperavam a vinda de um messias guerreiro para colocar a nação de Israel na posição de supremacia entre as nações, voltadas para Jerusalém para receber a luz da salvação. Esperam até hoje!

Os cristãos, hoje, aguardam a volta de Cristo poderoso e justiceiro para estabelecer seu Reino de Paz no mundo, condenando os maus para o tormento eterno no inferno e premiando os bons com o paraíso sem fim. Aguardam até hoje!

Ambos, judeus e cristãos, confiam na violência divina para impor justiça e paz. Os judeus rejeitaram Jesus por ele não ser o salvador poderoso de conquista e libertação. Os cristãos põem sua esperança final num Cristo vingativo no lugar de Jesus vulnerável e pacífico.

Uma leitura cuidadosa de Isaías 42.1-7 revela a natureza da pessoa que anuncia a vontade de Deus para todas as pessoas do mundo: “não gritará, não clamará, não fará discursos nas ruas, não esmagará um galho que está quebrado, nem apagará a luz que já está fraca”. Seria luz para abrir os olhos dos cegos e libertar os prisioneiros, soltando-os de suas prisões escuras.

O profeta Isaías indica que Deus se alegra com quem não faz manipulação com gritos, clamores ou discursos e que respeita os quebrados e fracos. É diante deste procedimento que os oprimidos abrirão seus olhos para serem libertados de suas prisões.

O “abrir os olhos” dos cegos vem antes de “por em liberdade os prisioneiros”. A pior cegueira é a de “olhos fechados”. A tendência humana é fechar os olhos para as verdades que incomodam, é viver a mentira. Viver de olhos fechados é viver em “prisões escuras”. A mente fechada escraviza.

Muitas vezes a evangelização consiste em trocar uma prisão por outra. Quando adotamos a postura de possuirmos toda a verdade e achamo-nos no dever de impor esta verdade aos outros, esta “verdade” se torna outra prisão escura. O novo convertido é levado a fechar seus olhos para tudo que não esteja dentro da verdade ensinada. O discurso é perigoso porque pode ser usado para construir outras prisões. Testemunho, não discurso, pode levar os cegos a abrirem seus olhos e sair de uma prisão sem cair em outra.

É com “olhos abertos” que vem a libertação. Uma pessoa que realmente enxerga não se submete a opressão. É livre, mesmo encarcerada, para viver a verdade. Jesus é o exemplo supremo deste princípio. Não podemos imaginar Jesus sendo submisso a qualquer autoridade humana. Foi livre para viver o amor do Papai, contrariando todas as limitações religiosas e sociais. Ao pregar a submissão, as igrejas estão construindo “prisões escuras”.

ISAÍAS 42.1-7 – NOVA TRADUҪÃO NA LINGUAGEM DE HOJE 2000 (NTLH)

O Senhor Deus diz:
“Aqui está o meu servo, a quem eu fortaleço,
o meu escolhido, que dá muita alegria ao meu coração.
Pus nele o meu Espírito,
e ele anunciará a minha vontade a todos os povos.
Não gritará, não clamará,
não fará discursos nas ruas.
Não esmagará um galho que está quebrado,
nem apagará a luz que já está fraca.
Com toda a dedicação, ele anunciará a minha vontade.
Não se cansará, nem desanimará,
mas continuará firme até que todos aceitem a minha vontade.
As nações distantes estão esperando para receber os seus ensinamentos.”
O Senhor Deus criou os céus e os estendeu;
formou a terra e tudo o que nela existe
e deu vida e fôlego a todos os seus moradores.
E agora o Senhor diz ao seu servo:
“Eu, o Senhor, o chamei e o peguei pela mão,
para que haja salvação por meio de você.
Eu o criei e o enviei
como garantia da aliança que vou fazer com o meu povo,
como a luz da salvação que darei aos outros povos;
para abrir os olhos dos cegos,
pôr em liberdade os prisioneiros
e soltar os que estão em prisões escuras.



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